O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
Parte 5
Continuamos o estudo metódico de “O
Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco
Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:
33. Quando um piano toca
sem contato de ninguém, é o Espírito que pressiona o teclado para obter os
sons?
Não. Mesmo quando aparecem mãos de Espíritos materializados sobre o piano
que toca, o fenômeno se dá como explicado na questão 32, ou seja, quando o
Espírito pousa os dedos nas teclas, pousa-os realmente e mesmo os mexe, mas não
é a força muscular que pressiona as teclas. Ele anima as teclas com uma vida
artificial, e elas – as teclas – obedecem à sua vontade, mexendo-se e tocando
as cordas do piano. Para animar as teclas o Espírito se vale de parte do fluido
universal combinado com o fluido animalizado do médium. (O Livro dos Médiuns, item 74, parágrafo 24.)
34. Como é que foram
descobertos outros meios de comunicação com os Espíritos?
Em seguida aos primeiros fenômenos mediúnicos observados a partir de 1848
na América do Norte, conhecidos como "raps" (ruídos provocados pelos
Espíritos comunicantes no piso, no teto, nas paredes e nos móveis),
aperfeiçoou-se a arte da comunicação por pancadas alfabéticas, que era, no
entanto, um meio muito moroso. Os Espíritos indicaram então outros meios e é a
eles que devemos o processo das comunicações escritas. As primeiras
manifestações deste gênero tiveram lugar adaptando-se um lápis ao pé de uma
mesa leve pousada numa folha de papel. Simplificou-se depois, sucessivamente, o
processo, servindo-se os médiuns de mesinhas do tamanho da mão, em seguida de
cestinhas, de caixinhas de cartão e, por fim, de simples e pequeninas tábuas. A
escrita era tão corrente, tão rápida e tão fácil como com a mão. Mais tarde
reconheceu-se que todos esses objetos poderiam ser dispensados e o médium
passou a segurar diretamente o lápis. Eis aí a psicografia direta. (Obra
citada, item 71.)
35. Como se explica o
fenômeno da levitação?
Quando um objeto é posto em movimento, transportado ou lançado ao ar, não
é o Espírito que o agarra, empurra e ergue, como fazemos com as mãos. Ele o
impregna, por assim dizer, de um fluido combinado com o fluido do médium e o
objeto, assim vivificado momentaneamente, age como faria um ser vivente, com a
diferença de que, não tendo vontade própria, segue o impulso da vontade do
Espírito. Se, pelo meio indicado, o Espírito pode erguer uma mesa, pode erguer
qualquer coisa; uma poltrona, por exemplo. Se pode erguer uma poltrona, pode
também, com uma força fluídica suficiente, erguer ao mesmo tempo uma pessoa
sentada nela. Eis aí a explicação do fenômeno produzido por Daniel Home e por Mirabelli,
uma centena de vezes, consigo e com outras pessoas. Home o reproduziu certa vez
numa viagem a Londres e, para provar que seus espectadores não eram vítimas de
uma ilusão, fez no teto uma marca com um lápis, enquanto as pessoas passaram
sob ele levitado. (Obra citada, itens 77 a 80.)
36. A densidade do
perispírito varia de pessoa para pessoa?
Sim. A densidade do perispírito varia segundo o estado dos mundos e varia
também, num mesmo mundo, segundo os indivíduos. Entre os Espíritos adiantados
moralmente, ele é mais sutil e se aproxima do perispírito dos Espíritos
elevados. Entre os Espíritos inferiores, ao contrário, ele se aproxima da
matéria grosseira, e é isso que faz com que esses Espíritos de baixa classe
conservem por tanto tempo as ilusões da vida terrestre. Estando embora desencarnados,
pensam e agem como se estivessem ainda encarnados, têm os mesmos desejos e,
podemos dizer, a mesma sensualidade. Essa materialidade do perispírito,
dando-lhes mais afinidade com a matéria, torna os Espíritos inferiores mais
apropriados para as manifestações físicas. (Obra citada, item 74, parágrafo
12.)
37. Qual o objetivo das
manifestações físicas?
As manifestações físicas têm por objetivo chamar nossa atenção para
alguma coisa e de nos convencer da presença de uma força superior ao homem. Uma
vez atingido o objetivo, a manifestação física cessa, visto que não é mais
necessária. (Obra citada, item 85.)
38. Como proceder diante
das manifestações espíritas espontâneas?
Em geral, não há motivos para se amedrontar; a presença dos Espíritos
pode ser importuna, mas não perigosa. Se são Espíritos que se divertem, devemos
rir-nos de suas peças, e não nos impacientar com elas. Eles, então, acabarão
por se cansar e se retirarão do local. É, no entanto, sempre útil saber o que
desejam. Se pedem alguma coisa, podemos estar certos de que cessarão suas
visitas desde que seu desejo esteja satisfeito. A consulta nesses casos deverá
ser feita por meio de um médium em boas condições de desenvolvimento. Se o
autor das manifestações é um Espírito infeliz, a caridade manda seja tratado
com as atenções que merece; se é um malvado, é preciso pedir a Deus que o torne
melhor. Em todos os casos, a prece será sempre útil. Mas a gravidade das
fórmulas de exorcismo os faz rir e eles não as levam em nenhuma conta. (Obra
citada, item 90.)
39. As manifestações
físicas ajudam a convencer os homens?
Sim. As manifestações espontâneas são frequentemente permitidas e mesmo
provocadas com o fim de convencer, embora existam pessoas incrédulas que, mesmo
vendo os Espíritos, persistem na descrença. Os ateus e os materialistas não são
a cada instante testemunhas do poder de Deus e do pensamento? Isso não os
impede de negar Deus e a alma. (Obra citada, item 94.)
40. Para convencer as
pessoas há outros meios?
Sim. É preciso compreender que os fenômenos espíritas não são feitos para
serem dados em espetáculo e para divertir curiosos. Evidente é que eles são
úteis para convencer os incrédulos, mas, se não existissem outros meios de
convicção, não haveria hoje a centésima parte dos espíritas. Para fazer
conversões sérias, é preciso falar ao coração. É por aí que teremos os melhores
resultados quanto a esse objetivo. (Obra citada, item 98.)
Observação:
Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/07/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_9.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não
conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.
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