O Livro dos Médiuns
Allan Kardec
Parte 7
Continuamos o estudo metódico de “O
Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco
Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:
49. A faculdade de
vidência pode ser desenvolvida?
Sim. Mas, antes de mais nada, é preciso compreender que a vidência
depende do organismo; ela guarda relação com a capacidade do fluido do vidente
de se combinar com o fluido do Espírito. A faculdade pode, como todas as
outras, desenvolver-se pelo exercício, mas é uma daquelas em que vale mais
esperar o desenvolvimento natural do que provocá-lo, para prevenir a
sobreexcitação da imaginação. (O Livro
dos Médiuns, item 100, perguntas nos 26 e 27.)
50. Como se dão as
alucinações?
As imagens chegadas ao cérebro pelos olhos aí deixam uma marca, que faz
com que nos lembremos de um quadro como se o tivéssemos diante de nós, mas isto
é sempre uma função da memória, porque não o vemos. Num certo estado de
emancipação, a alma vê no cérebro e aí encontra estas imagens, aquelas
sobretudo que mais a impressionaram, segundo a natureza das preocupações ou as
disposições do Espírito: é assim que aí encontra a marca de cenas religiosas,
diabólicas, dramáticas, mundanas, figuras de animais bizarros, que viu em
outras épocas em pinturas ou mesmo em narrações, porque as narrações deixam
também suas marcas. Assim a alma vê realmente, mas vê apenas uma imagem gravada
no cérebro. No estado normal essas imagens são fugitivas e efêmeras, mas no
estado de doença, com o cérebro mais ou menos enfraquecido, algumas imagens não
se apagam como no estado normal, pelas preocupações exteriores. Aí está a
verdadeira alucinação e a causa primária das ideias fixas. (Obra citada, item
113.)
51. Que é
bicorporeidade?
O Espírito de uma pessoa viva, isolado do corpo, pode aparecer noutro
lugar, como o de uma pessoa morta, e ter todas as aparências da realidade; além
disso, ele pode adquirir uma tangibilidade momentânea. Eis o fenômeno chamado
bicorporeidade, que deu lugar às histórias de homens duplos, isto é, de
indivíduos cuja presença simultânea foi verificada em dois lugares diferentes.
É o que se deu com Santo Alfonso de Liguori e Santo Antônio de Pádua, como nos
relata a história eclesiástica. O fenômeno da bicorporeidade é uma variedade
das manifestações visuais e repousa nas propriedades do perispírito, que, em
dadas circunstâncias, pode tornar-se visível e mesmo tangível. (Obra citada,
itens 114 e 119.)
52. O sono é necessário
para que a alma apareça em outros lugares?
Pode ocorrer o fenômeno sem que o corpo adormeça, conquanto isso seja
muito raro; nesse caso o corpo não está jamais num estado perfeitamente normal,
mas num estado mais ou menos extático. A alma, então, abandona o corpo, seguida
de uma parte de seu perispírito que, graças à outra parte, que permanece ligada
ao corpo, constitui o laço de ligação entre a matéria e o Espírito. (Obra
citada, item 119, parágrafos 1 e 3.)
53. O corpo pode morrer
na ausência da alma?
Durante a vida corpórea, a alma não está jamais completamente desligada
do corpo. Os Espíritos e os videntes reconhecem o Espírito de uma pessoa
encarnada por uma estria luminosa que acaba em seu corpo, fato que nunca ocorre
quando o corpo está morto, porque então a separação é completa. É por esse laço
que o Espírito é avisado, instantaneamente, qualquer que seja a distância em
que estiver, da necessidade que o corpo tem de sua presença, e então volta com
a rapidez do relâmpago. Daí resulta que o corpo jamais pode morrer durante a
ausência da alma e que jamais pode acontecer que esta, em sua volta, encontre a
porta fechada, como certos romances fantasiosos relatam. (Obra citada, item
118.)
54. Que é
transfiguração?
A transfiguração consiste na mudança do aspecto de um corpo vivo. O fato
pode ter por causa, em certos casos, uma simples contração muscular que dá à
fisionomia uma expressão diferente, a ponto de tornar a pessoa quase
irreconhecível. Mas isso não explica tudo. O Espírito pode dar a seu
perispírito, como já vimos, todas as aparências e, por efeito de uma
modificação na disposição molecular, dar-lhe a visibilidade, a tangibilidade e,
por consequência, a opacidade. Essa mudança de estado se opera pela combinação
de fluidos. Figuremos o perispírito de uma pessoa viva, não isolado, mas
irradiando-se em redor do corpo de modo a envolvê-lo como um vapor. Perdendo o
perispírito a sua transparência, o corpo pode desaparecer, tornar-se invisível,
como se estivesse mergulhado numa névoa. Poderá mudar de aspecto, tornar-se
brilhante. Um outro Espírito, combinando seu fluido com o do primeiro, pode aí
imprimir sua própria aparência, de tal sorte que o corpo físico desaparece sob
um invólucro fluídico exterior cuja aparência varia segundo a vontade do
Espírito. (Obra citada, itens 122 e 123.)
55. Que são os agêneres?
Trata-se de uma espécie de aparição tangível: é o estado de certos
Espíritos que podem revestir momentaneamente as formas de uma pessoa viva, a
ponto de causar completa ilusão. Originário do grego, o vocábulo significa
"aquele que não foi gerado", aplicando-se, portanto, aos chamados
Espíritos materializados, denominação esta imprópria que designa os seres cujo
perispírito tornou-se tangível, visível, fotografável, como se fosse uma pessoa
viva. (Obra citada, item 125.)
56. Os Espíritos podem
fabricar substâncias apropriadas a curar pessoas?
Sim, e esse fato é muito frequente. (Obra citada, item 128, parágrafos 12
e 13.)
Observação:
Para acessar a Parte 6 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/07/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_23.html
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