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quinta-feira, 3 de setembro de 2020



O Livro dos Médiuns

Allan Kardec

Parte 12

Continuamos o estudo metódico de “O Livro dos Médiuns”, de Allan Kardec, segunda das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em 1861.
Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:

89. Numa manifestação espírita, como saber se as pancadas são produzidas por Espíritos?
É preciso primeiramente excluir todas as causas naturais que podem estar por trás das manifestações: o vento, brincadeiras, ação de animais etc. O ruído espírita demonstra sinais de inteligência com sua obediência à vontade e ocorrência do fato no lugar designado pelo observador. Se o fenômeno é realmente produzido por Espírito, quer ele significar alguma coisa. Se responde até ao pensamento dos circunstantes, não se lhe pode negar uma causa inteligente. (O Livro dos Médiuns, item 83.)
90. As comunicações não poderiam ser reflexo da mente do médium ou dos assistentes?
A experiência demonstrou o erro dessa tese. Eis um exemplo da independência do pensamento do Espírito comunicante em relação ao médium e às pessoas presentes. Num navio da marinha imperial francesa, em serviço nos mares da China, todos se ocupavam em fazer as mesas falarem. Tiveram então a ideia de evocar o Espírito de um primeiro tenente do mesmo navio, morto havia dois anos. A entidade espiritual compareceu e, depois de diversas comunicações que provocaram o espanto em todos, disse o que se segue por meio de pancadas: "Eu lhes rogo insistentemente que paguem ao capitão a quantia de ... (indicava a quantia) que lhe devo e que sinto não ter podido reembolsá-lo antes de minha morte". Ninguém sabia do caso; o próprio capitão tinha esquecido essa dívida, aliás bem pequena, mas procurando em seus apontamentos encontrou a menção do débito do primeiro tenente, cujo valor conferia com a mensagem. As comunicações psicográficas recebidas pelo médium Chico Xavier, que dão informações pormenorizadas sobre nomes e endereços, especialmente por parte de jovens recém-desencarnados, são uma prova incontestável de que as comunicações autênticas nada têm a ver com o pensamento do médium ou dos assistentes. (Obra citada, itens 69 e 70.)
91. Nas sessões mediúnicas é preciso alternar-se os sexos, dar-se as mãos, ambiente sem claridade, locais e horas certas?
Não; a única prescrição que é rigorosamente obrigatória é o recolhimento, um silêncio absoluto e sobretudo a paciência, se o efeito tardar a produzir-se. A escolha de dias e horas certas favorece o comparecimento dos Espíritos, que têm também suas ocupações e não podem ficar à disposição das preferências dos encarnados. Um lugar consagrado à atividade mediúnica facilita a concentração, embora o momento mais propício à atividade mediúnica seja aquele em que os participantes da tarefa estejam mais calmos e menos distraídos por suas obrigações habituais. (Obra citada, itens 62, 63 e 282.)
92. Que é preciso para que uma comunicação mediúnica seja boa?
Para que uma comunicação seja boa é preciso que ela proceda de um Espírito bom; para que esse Espírito bom possa transmiti-la, necessita de um bom instrumento; para que ele queira transmiti-la, é preciso que o fim lhe convenha. (Obra citada, item 186.)
93. Em que consiste a mediunidade de cura?
Este gênero de mediunidade consiste principalmente no dom que certas pessoas possuem de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o recurso de nenhum medicamento. O fluido magnético desempenha aí um grande papel. O poder magnético reside no homem, mas é aumentado pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio. O Espírito que se interessa pelo doente aumenta a força e a vontade do médium, dirige seu fluido e lhe dá as qualidades necessárias. (Obra citada, itens 175 e 176.)
94. Qual a importância da escala espírita e do quadro sinóptico dos médiuns?
O quadro sinóptico das diferentes variedades de médiuns e a escala espírita devem estar sob os olhos de todos aqueles que se ocupam das manifestações espíritas. Essa é a orientação dada pelos instrutores espirituais, que disseram que esses dois quadros resumem todos os princípios da doutrina e contribuiriam para reconduzir o Espiritismo ao seu verdadeiro caminho. (Obra citada, item 197.)
95. Deve-se aceitar, sem exame, todas as comunicações espíritas?
Claro que não. É preciso sempre discernir as comunicações autênticas daquelas que não o são. "Na dúvida, abstém-te", diz um provérbio conhecido. Não se deve, portanto, admitir senão o que apresenta uma evidência certa. O que a razão e o bom senso desaprovam, devemos rejeitar corajosamente. Segundo Erasto, mais vale repelir dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa. (Obra citada, item 230.)
96. Quais os defeitos que afastam de nós os bons Espíritos?
As qualidades que atraem os bons Espíritos são a bondade, a benevolência, a simplicidade de coração, o amor ao próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões pelas quais o homem se prende à matéria. (Obra citada, item 227.)

Observação:
Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/08/o-livro-dos-mediuns-allan-kardec-parte_27.html




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