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quarta-feira, 2 de setembro de 2020


Libertação

André Luiz

Parte 8

Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos cinco primeiros livros da Série, prosseguimos nesta data o estudo da obra Libertação, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.
Eis as questões de hoje:

57. Que fato ocorreu com o instrutor Gúbio quando ele orou a favor dos familiares de Saldanha?
Gúbio transformou-se, gradualmente. As vibrações rigorosas da oração expulsaram as partículas obscuras de que se havia tocado quando penetrara a colônia penal em que conhecera Gregório, e sublimada luz brilhava-lhe agora no semblante que o pranto de amor e compunção irisava com intraduzível beleza. De seu peito e fronte despediam-se raios luminosos de intenso azul, ao mesmo tempo que formoso fio de claridade incompreensível o ligava ao Alto, perante o aturdido olhar dos companheiros. (Libertação, cap. XII, pp. 155 e 156.)
58. Que efeito teve a prece sobre Jorge, filho de Saldanha?
Jorge arregalou os olhos, parecendo acordar de pesadelo angustioso. Inquietação e tristeza desapareceram-lhe do rosto, rapidamente. Num impulso maquinal, o filho de Saldanha, obedecendo à ordem recebida de Gúbio, ergueu-se com absoluto controle do raciocínio, porquanto a interferência de Gúbio quebrara os elos que o prendiam às parentas desencarnadas, liberando-lhe a economia psíquica. Vendo o que ocorria, Saldanha gritou, em lágrimas: "Meu filho! meu filho!..." Jorge não registrou as exclamações paternas, mas buscou o leito singelo, onde se aquietou com inesperada serenidade. (Obra citada, cap. XII, pp. 157 e 158.)
59. A esposa de Saldanha também despertou ao ser ajudada por Gúbio?
Sim. Iracema voltou a si, gemendo: "Onde estou?!..." A pobre mulher notou, desde logo, a presença de Saldanha e, desvairada de emoção, chamando-o por carinhoso apelido de família, bradou: "Socorre-me! onde está nosso filho? nosso filho?" O diretor da falange que obsidiava Margarida derramava então abundantes lágrimas e buscava, instintivamente, o olhar de Gúbio, rogando-lhe, em expressiva mudez, medidas socorristas. "Em que mau sonho me demorei?" –indagava a pobre mulher, chorando convulsivamente – "que cela imunda é esta? Será verdade que já atravessamos o túmulo?" E, em crise de desespero, dizia temer o demônio, rogando a Deus a salvasse. O Instrutor dirigiu-lhe palavras encorajadoras e indicou-lhe o filho, que descansava ali ao lado. (Obra citada, cap. XII, pp. 157 e 158.)
60. Em que, segundo o Espiritismo, consiste a morte?
À mulher suicida que, depois de informada de sua desencarnação, considerava a morte uma tragédia pior que a vida, o Instrutor Gúbio disse, sereno: "A morte é simples mudança de veste, somos o que somos. Depois do sepulcro, não encontramos senão o paraíso ou o inferno criados por nós mesmos". (Obra citada, cap. XII, pp. 158 a 160.)
61. Quais são as armas justas que podemos usar no serviço de salvação?
Respondendo a esta mesma questão, Gúbio disse a Saldanha: "Em todos os lugares, um grande amor pode socorrer o amor menor, dilatando-lhe as fronteiras e impelindo-o para o Alto, e, em toda a parte, a grande fé, vitoriosa e sublime, pode auxiliar a fé pequenina e vacilante, arrebatando-a às culminâncias da vida". (Obra citada, cap. XII, pp. 161 a 163.)
62. O sono do magistrado, pai de Margarida, era calmo ou perturbado?
O sono dele não poderia ser tão calmo quanto desejaria, em virtude do grande número de entidades sofredoras que lhe batiam às portas internas. Enquanto algumas rogavam socorro em altos brados, a maioria reclamava justiça. (Obra citada, cap. XIII, pp. 164 a 166.)
63. Em que consiste o lar segundo o ponto de vista espírita?
De acordo com o que Gúbio disse ao pai de Margarida, o lar do mundo não é tão somente um asilo de corpos que o tempo transformará. “É igualmente o ninho das almas, onde o espírito pode entender-se com o espírito, quando o sono sela os lábios de carne, suscetíveis de mentir.” Na sequência, o Instrutor acrescentou: "O homem encarnado na Terra é uma alma eterna usando um corpo perecível, alma que procede de milenários caminhos para a integração com a verdade divina, à maneira do seixo que desce, rolando nos séculos, do cimo do monte para o seio recôndito do mar".  "Somos, todos, atores do drama sublime da evolução universal, através do amor e da dor.” (Obra citada, cap. XIII, pp. 169 e 170.)
64. Que é que Gúbio disse ao magistrado e o fez ficar preocupado?
Primeiro, ele informou-o de que, se não fosse a compaixão divina que lhe concedeu diversos auxiliares invisíveis, amparando suas ações, por amor à Justiça, as vítimas dos seus erros involuntários não lhe permitiriam a permanência no cargo. “Teu palácio residencial mostra-se repleto de sombras”, acrescentou Gúbio. “Muitos homens e mulheres, dos que já sentenciaste em mais de vinte anos, nas lides do direito, arrebatados pela morte, não conseguiram seguir adiante, colados que se acham aos efeitos de tuas decisões e demoram-se em tua própria casa, aguardando-te explicações oportunas." (Obra citada, cap. XIII, pp. 170 a 172.)


Observação:
Para acessar a Parte 7 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/08/libertacao-andre-luiz-parte-7-estamos.html
  




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