Páginas

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

 

Libertação

 

André Luiz

 

Parte 13 e final

 

Concluímos nesta data o estudo da obra Libertação, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Eis as questões de hoje:


97. Um último conselho deu Matilde antes de despedir-se. Que é que ela recomendou então?

"Margarida – disse-lhe, bondosa –, não te esqueças do reino de beleza que podes improvisar no santuário doméstico. Foge, resoluta, dos perigosos fantasmas do ciúme e da discórdia. Aprende a renunciar, nas questões pequeninas, para recolheres com facilidade a luz que emana do sacrifício. Não comprometas, por bagatelas, o êxito espiritual que a experiência te pode oferecer. Estás livre dos males exteriores, mas ainda te não libertaste dos males próprios. Confia no Divino Poder e não desfaleças, ainda mesmo quando a tempestade te açoite as fibras mais íntimas do coração." Dito isso, mãe e filha permutaram um abraço cheio de indefinível ternura. (Libertação, cap. XIX, pp. 247 e 248.)

98. Que fator é indispensável à realização dos nossos planos?

Segundo o Instrutor Gúbio, a prece ajuda, a esperança balsamiza, a fé sustenta, o entusiasmo revigora, o ideal ilumina, mas o esforço próprio na direção do bem é a alma da realização esperada. Por isso, a bênção do minuto, a dádiva da hora e o tesouro das oportunidades de cada dia hão de ser convenientemente aproveitados se pretendemos santificadora ascensão. “Felicidade, paz, alegria não se improvisam”, asseverou Gúbio.  “Representam conquistas da alma no serviço incessante de renovar-se para a execução dos Desígnios Divinos." (Obra citada, cap. XX, pp. 249 e 250.)

99. Por que Gúbio pediu aos seus companheiros que não revidassem aos insultos e ofensas de Gregório?

Primeiro porque Gregório era, em verdade, um irmão necessitado de amparo. Segundo porque, em caso de reações de ódio ou desarmonia, estariam todos pactuando com a violência, impedindo, portanto, não só a manifestação de Matilde, como também a renovação de Gregório. "As vibrações de amor fraternal, quais as que o Cristo nos legou, são as verdadeiras energias dissolventes da vingança, da perseguição, da indisciplina, da vaidade e do egoísmo que atormentam a experiência humana", asseverou o Instrutor. (Obra citada, cap. XX, pp. 251 e 252.)

100. Ao negar a existência de um Deus misericordioso, quais foram as palavras de Gregório?

Inicialmente, ele admitiu que noutra época também acreditara na celestial proteção através da atividade religiosa, mas entendera, a tempo, que o Trono Divino paira longe demais para que nos preocupemos em alcançá-lo. "Não há um Deus misericordioso e, sim, uma Causa que dirige. Essa causa é inteligência e não sentimento. Encastelei-me, assim, na força determinativa para não soçobrar", afirmou o sacerdote das trevas. (Obra citada, cap. XX, pp. 255 e 256.)

101. Algo impediu que Gregório agredisse Gúbio. Que fato foi esse?

Gregório abeirou-se mais estreitamente de Gúbio e bradou: "Levantar-te-ei, por mim mesmo, usando os sopapos que mereces". Antes, porém, que conseguisse ligar o intento à ação, delicado aparelho luminoso surgiu no alto, à maneira de garganta improvisada em fluidos radiantes, como as que se formam nas sessões de voz direta, na Crosta, e a voz cristalina e terna de Matilde ressoou, acima da cabeça de todos, exortando-o, com amorosa firmeza: "Gregório, não enregeles o coração quando o Senhor te chama, por mil modos, ao trabalho renovador! O teu longo período de dureza e secura está terminado. Não intentes contra os abençoados aguilhões de nosso Eterno Pai! O espinho fere, enquanto o fogo o não consome; e a pedra mostra resistência, enquanto o fio d'água a não desgasta! Para a tua alma, filho meu, findou a noite em que a tua razão se eclipsou no mal. A ignorância pode muito; no entanto, é simples nada quando a sabedoria espalha os seus avisos". (Obra citada, cap. XX, pp. 257 a 259.)

102. Que erros desviaram Gregório dos seus ideais de cristão?

Os erros que ele cometeu foram lembrados por Matilde, que lhe disse face a face: "Sempre grande e belo no combate à política venal dos homens, cristalizaste na mente os desvarios do orgulho e da vaidade, adquiridos ao contacto de uma coroa putrescível. Afogaste ideais preciosos na corrente de ouro mundano e perdeste a visão dos horizontes divinos, mergulhando-te na sombra dos cálculos pela extensão do império de teus caprichos. Incensaste a grandeza dos poderosos do mundo em desfavor dos humildes, incentivaste a tirania espiritual, crendo-te possuidor de autoridade infalível, e supunhas que o Céu, além da morte, nada mais fosse que simples cópia dos Tribunais e das Cortes da Terra. Tremendos desenganos surpreenderam-te o despertar e, embora humilhado e padecente, coagulaste os pensamentos no ácido venenoso da revolta e elegeste a escravização das inteligências inferiores por única posição digna a conquistar". (Obra citada, cap. XX, pp. 257 a 259.)

103. Gregório acreditou que era sua mãe quem lhe falava?

De início, não. E foi certamente por isso que arrancou a espada da bainha e bradou encolerizado: "Vim para combater, não para argumentar. Não temo sortilégios. Sou um chefe e não posso perder os minutos com palavras tergiversantes. Não admito a presença de minha mãe espiritual de outras eras. Conheço as artimanhas dos fascinadores e não tenho outra alternativa senão duelar". (Obra citada, cap. XX, pp. 259 e 260.)

104. Qual foi o desfecho desse encontro?

Gregório, com a espada em riste, bradou: "Às armas! às armas!". Matilde estacou, serena e humilde, embora imponente e bela, com a majestade de uma rainha coroada de sol. Passados alguns instantes, ela alçou a destra radiosa até o coração e caminhou para ele, afirmando, com voz doce e terna: "Eu não tenho outra espada, senão a do amor com que sempre te amei!" Nesse momento, revelou-se inteira diante do filho, num dilúvio de intensa luz. Contemplando-lhe, então, a beleza suave e sublime, banhada de lágrimas, e sentindo-lhe as irradiações enternecedoras dos braços que agora se lhe abriam, Gregório deixou cair a espada e de joelhos se prosternou, bradando: "Mãe! Minha mãe! Minha mãe!..." Ela lhe respondeu: "Meu filho! Meu filho! Deus te abençoe! quero-te mais que nunca!" Verificara-se, ali, naquele abraço, espantoso choque entre a luz e a treva, e a treva não resistiu. (Obra citada, cap. XX, pp. 260 e 261.)

 

Fim

 

Observação:

Para acessar a Parte 12 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/09/libertacao-andre-luiz-parte-12-estamos.html

  

    

Caso o leitor queira baixar o texto consolidado do livro “Libertação”, clique neste link: http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND  - e, em seguida, no verbete “Libertação”.

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário