Libertação
André Luiz
Parte 12
Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma
dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada
Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos cinco primeiros livros da Série, prosseguimos
nesta data o estudo da obra Libertação, psicografada
pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1949 pela
Federação Espírita Brasileira.
Eis as questões de hoje:
89. Como se
processa em nós o salto qualitativo?
"A aquisição das virtudes iluminativas" – explicou
Matilde – "não constitui serviço instantâneo da alma, suscetível de efetuar-se
de momento para outro." "Somos, cada qual de nós, um ímã de elevada
potência ou um centro de vida inteligente, atraindo forças que se harmonizam
com as nossas e delas constituindo nosso domicílio espiritual." Toda
pessoa, encarnada ou não, respira sempre entre os raios de vida superior ou
inferior que emite, ao redor dos próprios passos. As energias que
exteriorizamos nos definem muito mais que as palavras; por isso, o retorno à
carne nada vale sem o conhecimento das obrigações que competem ao Espírito,
ante a Justiça Divina. A responsabilidade é a maior força capaz de nos socorrer
nos círculos de matéria densa e se traduz em tendência nobre, a persistir
conosco. (Libertação, cap. XVIII, pp.
230 e 231.)
90. O que na
vida é indispensável?
A lição veio de Matilde, que disse aos que a ouviam que a
vida não pode resumir-se a mero sonho, como se a reencarnação constituísse
simples processo de anestesia da alma. É indispensável que nos refaçamos,
aprimorando o tom vibratório de nossa consciência, alargando-a para o bem
supremo e iluminando-a à claridade renovadora do Divino Mestre. "Uma
existência entre os homens, por mais humilde, para nós outros é acontecimento
importante demais para que o apreciemos sem maior consideração." (Obra
citada, cap. XVIII, pp. 232 e 233.)
91. Como devemos
agir para com os irmãos que peregrinam desditosos, entre pesadelos e aflições
inomináveis?
De novo foi Matilde quem deu a orientação dizendo-nos: “Abre
teu coração para eles. Começarás ajudando-os a enxergar a senda regenerativa,
alimentando-os com esperanças e ideais novos e atraindo-os ao trabalho de
sublimação, pelo esforço, na constante aplicação do bem. Sofrer-lhes-ás as
injúrias, os remoques, as incompreensões, mas descobrirás um meio de ampará-los
com eficiência e brandura”. “Depois de semelhante sementeira, principiarás a
recolher as bênçãos de paz e de luz, porquanto o Espírito que ensina com amor,
embora delituoso e imperfeito, acaba aprendendo as mais difíceis lições da
responsabilidade que adquire, transmitindo a outros revelações salvadoras que
lhe não pertencem." (Obra citada, cap. XVIII, pp. 233 e 234.)
92. Que recurso
podemos usar para fugirmos definitivamente ao mal?
O recurso para tal finalidade é o apoio constante no Bem
Infinito. Ninguém deve admitir o acesso fácil aos tesouros eternos. "O
Senhor criou leis imperecíveis e perfeitas para que não alcancemos o Reino da
Divina Luz ao sabor do acaso, e Espírito algum trairá os imperativos sábios do
esforço e do tempo”, asseverou Matilde. “Quem pretende a colheita de felicidade
no século vindouro, comece desde agora a sementeira de amor e paz." (Obra
citada, cap. XVIII, pp. 235 e 236.)
93. É fácil
vencer na experiência terrestre?
Não. Foi isso que Matilde procurou dizer à jovem que seria,
em breve tempo, sua futura mãe: "Margarida, viver no corpo terrestre,
entendendo os deveres divinos que nos cabem, não é tão fácil, ante a glória
infinita que em companhia dele podemos recolher. Todos possuímos culposo
pretérito a redimir. É imperioso reconhecer, todavia, que, se a experiência humana
pode ser doloroso curso de renunciação pessoal, é também abençoada escola em
que o Espírito de boa vontade pode alcançar culminâncias". “A dor, o
obstáculo e o conflito são ferramentas abençoadas de melhoria.” (Obra citada,
cap. XIX, pp. 239 a 241.)
94. Que virtudes
ensinadas por Jesus ganharam destaque nos conselhos de Matilde à jovem Margarida?
Embora breves, os conselhos de Matilde eram revestidos de
grande sublimidade, porque neles se dava merecido destaque à humildade e à
caridade, as maiores virtudes segundo Jesus. (Obra citada, cap. XIX, pp. 241 e
242.)
95. Que disse
Matilde sobre o valor do tempo?
Matilde disse o seguinte a Margarida: "O tempo é
valioso, minha filha, e não podemos menoscabá-lo, sem grave prejuízo para nós
mesmos". Ela aludia assim à importância da reencarnação, que nem sempre é
simples processo regenerativo, embora constitua, na maioria das vezes, recurso
corretivo de Espíritos renitentes na desordem e no crime. (Obra citada, cap.
XIX, pp. 243 a 245.)
96. Que pedido
fez Matilde à sua futura mãe?
Matilde pediu a Margarida: "Não me recebas, nos braços,
por boneca mimosa e impassível. Adornos externos nunca trazem felicidade
legítima ao coração, e, sim, o caráter edificado e cristalino, base segura de
que se expande a boa consciência". Elucidou então que a árvore para
produzir requer o carinho e a assistência constante do agricultor, mas somente
se fortalecerá sob a temperatura atormentadora da canícula, debaixo de
aguaceiros salutares ou aos golpes da ventania forte. "A luta e o atrito –
disse-lhe Matilde – são bênçãos sublimes, através das quais realizamos a
superação de nossos velhos obstáculos.” (Obra citada, cap. XIX, pp. 245 e 246.)
Observação:
Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/09/libertacao-andre-luiz-parte-11-estamos.html
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