Para viver
seguros em nossos lares
JORGE LEITE DE
OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Notícia
de reportagem jornalística televisiva expõe a banalização do crime em nosso
país. Um jovem de 23 anos, formado em educação física, casado, vai à cozinha de
sua casa pegar um alimento na geladeira. Neste momento, é atingido por uma bala
no peito e morre.
Se
isso acontecesse nos Estados Unidos, ou noutro país dito civilizado,
teria repercussão mundial, mas foi no Brasil, precisamente, no Rio de Janeiro,
onde nasci e residi até a idade de 23 anos, como a do jovem morto.
Quando
saí do Rio, há 45 anos, a violência ali já era alta, mas ainda se podia viver
nas suas favelas e ruas com relativa tranquilidade, sem se tornar refém de
traficantes e milicianos. Onde foi que o Estado errou? Fácil de responder: na
política de combate às desigualdades sociais e no investimento em educação,
antes que em repressão ao crime. Não nessa educação ideológica, que mais
estimula do que reprime o desejo de violência, mas na educação intelecto-moral.
Um
jovem morreu. Apenas mais um número estatístico sobre consequências da guerrilha
urbana que assola o país há décadas. O futuro de cidadão que muito poderia
contribuir com a saúde de outros jovens foi extinto de uma hora para outra. E o
que é pior: dentro de sua própria casa.
Agora,
sua esposa chora, como Raquel, no relato bíblico, chorava a perda de seus
filhos, "sem querer consolação, porque estes não mais existem" (Jr.,
31:15). Atualmente, outra "Raquel" chora, porque seu marido não mais
existe. Essa situação é parte de triste estatística brasileira: a das famílias
inocentes, brutalmente extintas pelo assassínio dos seus membros fora ou dentro
do próprio lar.
Ah!
que falta faz a espiritualidade na formação do ser humano. Não nesta ou naquela
aquela igreja, mas na certeza de que nenhum dos nossos atos deixa de nos trazer
consequências, boas ou más, dependendo do bem ou do mal praticado por nós. Pois
a lei de Deus reside em nossa consciência.
A
ignorância da lei de causa e efeito, por grande parte da humanidade,
aliada à falta de políticas voltadas à educação intelecto-moral e correção das
desigualdades sociais respondem pelo que estamos assistindo ou sofrendo, no dia
a dia de nossas existências.
Ao
longo de milênios, vem sendo constatado que "violência gera
violência". Isso não significa que não devamos reprimir o crime, muito
menos que tomemos o poder pela força, mas que precisamos educar o criminoso
antes deste ser atraído para o crime. O que o sistema penal tem feito, ao longo
dos milênios, é vingar-se do malfeitor, antes ignorante ou doente do que mau.
Eduquemos,
pois, crianças, jovens e adultos à luz dos conhecimentos atuais da Doutrina
Espírita, que não veio substituir nenhuma religião, mas confirmar as revelações
divinas. Somente assim, nossa sociedade andará nos caminhos da justiça social,
da segurança, da paz e da felicidade, que devem principiar dentro dos nossos
lares.
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