Entre a Terra e
o Céu
André Luiz
Parte 5
Estamos publicando neste espaço o estudo – sob a forma
dialogada – de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada
Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos
sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido
Xavier e publicada originalmente em 1954.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o
presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".
Eis as questões de hoje:
33. Como o médico do futuro deverá agir para sanar as desarmonias do espírito?
Reportando-se aos esforços de Freud, que assinalou a
presença das chagas dolorosas do ser humano, mas não lhes estendeu eficiente
bálsamo curativo, o ministro Clarêncio explicou que o médico do porvir, para
sanar as desarmonias do espírito, precisará mobilizar o remédio salutar da
compreensão e do amor, retirando-o do próprio coração. “Sem mão que ajude, a palavra
erudita morre no ar." (Entre a Terra
e o Céu, cap. XIII, pp. 83 a 85.)
34. O corpo
espiritual modifica-se por força da lembrança do passado?
Sim. Leonardo Pires, ao recordar o passado, teve seu rosto
alterado e fez-se mais jovem. Clarêncio explicitou o fenômeno: "Não nos
esqueçamos de que temos diante de nós o veículo espiritual, por excelência
vibrátil. O corpo da alma modifica-se, profundamente, segundo o tipo de emoção
que lhe flui do âmago. Isso, aliás, não é novidade. Na própria Terra, a máscara
física altera-se na alegria ou no sofrimento, na simpatia ou na aversão. Em
nosso plano, semelhantes transformações são mais rápidas e exteriorizam
aspectos íntimos do ser, com facilidade e segurança, porque as moléculas do
perispírito giram em mais alto padrão vibratório, com movimentos mais intensivos
que as moléculas do corpo carnal. A consciência, por fulcro anímico, expressa-se,
desse modo, na matéria sutil com poderes plásticos mais avançados". (Obra
citada, cap. XIII, pp. 83 a 85.)
35. Antonina
tivera ligação com Leonardo no passado?
Sim. Antonina fora Lola Ibarruri, a quem Leonardo estivera
vinculado por laços de imenso amor. A mulher irresponsável de ontem era hoje
mãe amorosa e digna que, em face dos delitos do passado, atravessava então
aflitivos obstáculos para viver. (Obra citada, cap. XIII e XIV, pp. 85 a
87.)
36. Como foi o
encontro de Leonardo Pires com Esteves?
O encontro não foi dos mais agradáveis. Esteves percebeu, ao
chegar ao recinto, a presença de Lola e Leonardo, a quem reconheceu,
estarrecido e agoniado. Leonardo, dando um salto para trás, bradou:
"Agora! agora, sim!... Vieste mesmo! Vejo-te, fora de minha cabeça,
vejo-te como és!... Liquidemos nossa conta... Risca-me dentre os vivos ou eu te
riscarei!..." Esteves, sacudido pelas próprias reminiscências,
respondeu-lhe, agressivo: "Conheço-te e odeio-te!... Assassino,
assassino!..." Como as duas entidades se engalfinhariam, Clarêncio
interferiu, imobilizando-os prontamente. (Obra citada, cap. XIV, págs. 90 a
92.)
37. Esteves, ao
despertar no corpo físico, lembrou-se do que aconteceu?
Sim, mas interpretou de modo particular o ocorrido. Ele –
que agora se chamava Mário Silva e era enfermeiro de profissão – disse à sua
mãe que sonhara que alguém o chamara, a distância, em alta voz. Pensando
tratar-se de algum doente em estado grave, ele foi, mas, ao invés de topar um
doente, viu-se numa cela mal iluminada e úmida. "Era um perfeito cubículo
de prisão, onde me surpreendi encarcerado, de repente, junto de um criminoso de
mau aspecto e de infortunada mulher em pranto...", relatou ele.
"Senti tanta simpatia pela moça desventurada, quanta aversão pelo réu de
medonha catadura. Tive, porém, a impressão nítida de que nos conhecíamos. Um
misto de ódio e sofrimento me tomou de assalto, junto deles, principalmente ao
lado do infeliz, cujo olhar se me afigurava cruel..." (Obra citada, cap.
XV, págs. 93 a 95.)
38. André Luiz
quis seguir o enfermeiro para obter novos informes, mas Clarêncio o impediu.
Por que Clarêncio agiu assim?
André pretendia, de fato, seguir Mário Silva, para recolher
novas informações acerca do caso que começava a tornar-se fascinante. Mas
Clarêncio explicou-lhe que não é bom incomodar os encarnados durante o dia,
provocando elucidações que seriam desagradáveis e fora de ocasião.
"Aguardemos a noite – propôs o Instrutor –, porque enquanto o corpo físico
se refaz a alma invariavelmente procura o lugar ou o objeto a que imanta o coração."
(Obra citada, cap. XV, págs. 97 e 98.)
39. A paixão
pode cegar-nos?
Segundo o Ministro Clarêncio, sim. "A paixão cega
sempre. Nossa vida mental é a nossa vida verdadeira e, por isso, quando a paixão
nos ocupa a fortaleza íntima, nada vemos e nada registramos senão a própria
perturbação." (Obra citada, cap. XVI, pp. 99 e 100.)
40. A prece pode
ajudar-nos para que evitemos algum conflito?
Sim. Foi o que ocorreu no caso da discussão entre Mário
Silva e Amaro, que não revidou nem respondeu às agressões do outro, mas baixou
a cabeça em oração fervorosa. Suaves irradiações de esmeraldina luz
escaparam-lhe, então, da fronte, e as palavras inarticuladas de que se servia,
para implorar socorro, alcançaram o grupo socorrista que a tudo via, qual se
fossem ondas caloríferas e harmoniosas de humildade e confiança. Clarêncio
resolveu então que era hora de ajudar, respondendo à rogativa de Amaro. (Obra
citada, cap. XVI, pp. 103 e 104.)
Observação:
Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/11/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-4.html
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