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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

 



Grilhões Partidos

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 2

 

Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Grilhões Partidos, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no ano de 1974.

Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Grilhões Partidos”.

Eis as questões de hoje:


9. Que é que o autor desta obra diz a respeito da loucura e dos fatores que a fazem irromper na criatura humana?

Desde o berço o Espírito imprime no encéfalo as condições cármicas para o resgate das dívidas perante a Consciência Cósmica. Quando a loucura se alastra em alguém, é que o próprio Espírito detém os requisitos que lhe facultam a manifestação. A predisposição para este ou aquele estado lhe é inerente, e os fatores externos que a fazem irromper – os traumatismos morais, os complexos, os recalques – já se encontram em gérmen, na constituição fisiológica ou psicológica do indivíduo, a fim de que o cumprimento do dever, em toda a sua plenitude, se faça impostergável. Segundo Manoel Philomeno, há outros e mais complexos fatores causais da loucura, todos, porém, englobados nas leis de causa e efeito. (Grilhões Partidos, Prolusão, pág. 22.)

10. Nos processos obsessivos, quem é o agente principal na solução do problema?

O paciente é o agente da própria cura. Evidentemente, para lográ-la, necessitará do concurso do cireneu da caridade que o ajude, sob a cruz do sofrimento e através da diretriz de segurança e esclarecimento, a despertar para maior e melhor visão das coisas e da vida. Devemos, portanto, esclarecer o portador das obsessões, mesmo aquele que se encontra no estágio mais grave da subjugação, conclamando-o ao despertamento, do que dependerá sua renovação. (Obra citada, Prolusão, pp. 22 e 23.)

11. Que papel deve cumprir a família no tratamento do obsidiado?

O agrupamento familiar deve ser convocado à cooperação no tratamento do obsidiado, uma vez que ele não reencarnou ali por acaso. A família do paciente deve ser alertada para as responsabilidades que lhe dizem respeito, de modo a não transferir ao enfermo toda a culpa, como se a Sabedoria Celeste, ao convocar o calceta ao refazimento, estivesse laborando em erro, produzindo sofrimento naqueles que nada teriam a ver com a problemática de que padece. (Obra citada, Prolusão, pp. 23 e 24.)

12. Qual é, segundo o Espiritismo, um dos mais frequentes obstáculos à libertação do obsidiado?

As imperfeições morais do obsidiado é que, com frequência, constituem o obstáculo à sua libertação. (Obra citada, cap. 1, pp. 25 a 27.)

13. Que fato ocasionou a internação hospitalar de Ester?

Após agredir em plena festa, sem motivo nenhum, o próprio pai, a jovem pôs-se a gritar, alucinada, sendo conduzida à força a seu quarto. Um médico presente prontificou-se a atendê-la. Foi-lhe aplicado então um sedativo injetável de quase nenhum efeito imediato. Aplicou-se nova dose de calmante e, enquanto a festa se desmanchava de forma dolorosa, a família mergulhou num abissal mundo de aflições sem nome. Ester, ainda muito agitada, blasfemava e esbordoava moralmente o genitor, com expressões lamentáveis. Os verbetes infamantes escorriam-lhe dos lábios, insultuosos, ferintes, desconexos. A presença do pai mais a exaltava, como se fora acometida de loucura total, na qual se evidenciava rancor acentuado, de longo curso, retido a custo por muito tempo e que agora espocava de forma assustadora. Somente de madrugada, em estado de cansaço extenuante, Ester caiu em torpor agitado, sacudida de quando em quando por convulsões muito dolorosas, enquanto seus pais não compreendiam o que teria motivado tão tristes fatos. (Obra citada, cap. 1, pp. 28 e 29.)

14. Qual foi o diagnóstico médico do mal que acometeu a jovem Ester?

O diagnóstico foi esquizofrenia, que, não obstante as excelentes experiências realizadas pelo psiquiatra americano Dr. Sakel, em Viena, em 1933, prosseguia sendo dos mais complexos quadros da patologia mental, em suas quatro fases cíclicas e graves: Autismo, Hebefrenia, Catatonia e Paranoia. (Obra citada, cap. 2, pp. 33 e 34.)

15. Que reação teve o pai de Ester ao receber do psiquiatra o diagnóstico?

Ante a informação prestada pelo psiquiatra, o pai de Ester fez-se taciturno e arredio. Intimamente ele não aceitava a conjuntura que o alcançava, absurda sob qualquer ângulo em que fosse examinada. Por mais reflexionasse, não alcançava as matrizes patológicas que justificassem o tormento que excruciava a filha. Ninguém, em sua família, fora portador de alienação mental de qualquer natureza. Seu lar sustentava-se sobre admiráveis bases de equilíbrio moral, emocional e econômico, e a jovem jamais revelara qualquer traço de desequilíbrio, insegurança ou neurose. (Obra citada, cap. 3, pp. 39 a 42.)

16. Diz o autor da obra que o caso de Ester parecia enquadrar-se na descrição que Kardec fez sobre a possessão espiritual. Que é que o Codificador do Espiritismo escreveu a respeito?

Nos seus estudos sobre a possessão, Kardec ensina (A Gênese, cap. XIV, item 48) que a possessão pode ser produzida por um bom Espírito ou por um Espírito mau: "Quando é mau o Espírito possessor, as coisas se passam de outro modo. Ele não toma moderadamente o corpo do encarnado, arrebata-o, se este não possui bastante força moral para lhe resistir. Fá-lo por maldade para com este, a quem tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo de tentar exterminá-lo, já por estrangulação, já atirando-o ao fogo ou a outros lugares perigosos. Servindo-se dos órgãos e dos membros do infeliz paciente, blasfema, injuria e maltrata os que o cercam; entrega-se a excentricidades e a atos que apresentam todos os caracteres da loucura furiosa". (Obra citada, cap. 4, pp. 45 e 46.)

 

 

Observação:

Para acessar a 1ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/11/grilhoes-partidos-manoel-philomeno-de.html

 

 

 

 

 

 

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