Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 2
Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada –
do livro Grilhões Partidos, de Manoel
Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no
ano de 1974.
Este estudo será publicado neste blog sempre às
segundas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em
foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL
e, em seguida, no verbete "Grilhões
Partidos”.
Eis as questões de hoje:
9. Que é que o autor desta obra diz a respeito da loucura e dos fatores que a fazem irromper na criatura humana?
Desde o berço o Espírito imprime no encéfalo as condições
cármicas para o resgate das dívidas perante a Consciência Cósmica. Quando a
loucura se alastra em alguém, é que o próprio Espírito detém os requisitos que
lhe facultam a manifestação. A predisposição para este ou aquele estado lhe é
inerente, e os fatores externos que a fazem irromper – os traumatismos morais,
os complexos, os recalques – já se encontram em gérmen, na constituição
fisiológica ou psicológica do indivíduo, a fim de que o cumprimento do dever,
em toda a sua plenitude, se faça impostergável. Segundo Manoel Philomeno, há
outros e mais complexos fatores causais da loucura, todos, porém, englobados
nas leis de causa e efeito. (Grilhões
Partidos, Prolusão, pág. 22.)
10. Nos
processos obsessivos, quem é o agente principal na solução do problema?
O paciente é o agente da própria cura. Evidentemente, para
lográ-la, necessitará do concurso do cireneu da caridade que o ajude, sob a
cruz do sofrimento e através da diretriz de segurança e esclarecimento, a
despertar para maior e melhor visão das coisas e da vida. Devemos, portanto,
esclarecer o portador das obsessões, mesmo aquele que se encontra no estágio
mais grave da subjugação, conclamando-o ao despertamento, do que dependerá sua
renovação. (Obra citada, Prolusão, pp. 22 e 23.)
11. Que papel
deve cumprir a família no tratamento do obsidiado?
O agrupamento familiar deve ser convocado à cooperação no
tratamento do obsidiado, uma vez que ele não reencarnou ali por acaso. A
família do paciente deve ser alertada para as responsabilidades que lhe dizem
respeito, de modo a não transferir ao enfermo toda a culpa, como se a Sabedoria
Celeste, ao convocar o calceta ao refazimento, estivesse laborando em erro,
produzindo sofrimento naqueles que nada teriam a ver com a problemática de que
padece. (Obra citada, Prolusão, pp. 23 e 24.)
12. Qual é,
segundo o Espiritismo, um dos mais frequentes obstáculos à libertação do
obsidiado?
As imperfeições morais do obsidiado é que, com frequência,
constituem o obstáculo à sua libertação. (Obra citada, cap. 1, pp. 25 a 27.)
13. Que fato
ocasionou a internação hospitalar de Ester?
Após agredir em plena festa, sem motivo nenhum, o próprio
pai, a jovem pôs-se a gritar, alucinada, sendo conduzida à força a seu quarto.
Um médico presente prontificou-se a atendê-la. Foi-lhe aplicado então um
sedativo injetável de quase nenhum efeito imediato. Aplicou-se nova dose de
calmante e, enquanto a festa se desmanchava de forma dolorosa, a família
mergulhou num abissal mundo de aflições sem nome. Ester, ainda muito agitada,
blasfemava e esbordoava moralmente o genitor, com expressões lamentáveis. Os
verbetes infamantes escorriam-lhe dos lábios, insultuosos, ferintes,
desconexos. A presença do pai mais a exaltava, como se fora acometida de
loucura total, na qual se evidenciava rancor acentuado, de longo curso, retido
a custo por muito tempo e que agora espocava de forma assustadora. Somente de
madrugada, em estado de cansaço extenuante, Ester caiu em torpor agitado, sacudida
de quando em quando por convulsões muito dolorosas, enquanto seus pais não
compreendiam o que teria motivado tão tristes fatos. (Obra citada, cap. 1, pp.
28 e 29.)
14. Qual foi o
diagnóstico médico do mal que acometeu a jovem Ester?
O diagnóstico foi esquizofrenia, que, não obstante as
excelentes experiências realizadas pelo psiquiatra americano Dr. Sakel, em
Viena, em 1933, prosseguia sendo dos mais complexos quadros da patologia
mental, em suas quatro fases cíclicas e graves: Autismo, Hebefrenia, Catatonia
e Paranoia. (Obra citada, cap. 2, pp. 33 e 34.)
15. Que reação
teve o pai de Ester ao receber do psiquiatra o diagnóstico?
Ante a informação prestada pelo psiquiatra, o pai de Ester
fez-se taciturno e arredio. Intimamente ele não aceitava a conjuntura que o
alcançava, absurda sob qualquer ângulo em que fosse examinada. Por mais
reflexionasse, não alcançava as matrizes patológicas que justificassem o
tormento que excruciava a filha. Ninguém, em sua família, fora portador de
alienação mental de qualquer natureza. Seu lar sustentava-se sobre admiráveis
bases de equilíbrio moral, emocional e econômico, e a jovem jamais revelara
qualquer traço de desequilíbrio, insegurança ou neurose. (Obra citada, cap. 3,
pp. 39 a 42.)
16. Diz o autor
da obra que o caso de Ester parecia enquadrar-se na descrição que Kardec fez
sobre a possessão espiritual. Que é que o Codificador do Espiritismo escreveu a
respeito?
Nos seus estudos sobre a possessão, Kardec ensina (A Gênese, cap. XIV, item 48) que a
possessão pode ser produzida por um bom Espírito ou por um Espírito mau:
"Quando é mau o Espírito possessor, as coisas se passam de outro modo. Ele
não toma moderadamente o corpo do encarnado, arrebata-o, se este não possui
bastante força moral para lhe resistir. Fá-lo por maldade para com este, a quem
tortura e martiriza de todas as formas, indo ao extremo de tentar exterminá-lo,
já por estrangulação, já atirando-o ao fogo ou a outros lugares perigosos.
Servindo-se dos órgãos e dos membros do infeliz paciente, blasfema, injuria e
maltrata os que o cercam; entrega-se a excentricidades e a atos que apresentam
todos os caracteres da loucura furiosa". (Obra citada, cap. 4, pp. 45 e
46.)
Observação:
Para acessar a 1ª Parte deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/11/grilhoes-partidos-manoel-philomeno-de.html
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