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sábado, 26 de dezembro de 2020

 



A arte divina de Jesus Cristo: convite para um banquete!

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília-DF

 

O evangelista Lucas relata-nos que José e Maria foram de Nazaré a Jerusalém, quando seu filho, Jesus, tinha a idade de doze anos, para participarem da Festa da Páscoa. Ao regressarem do evento, seus pais perceberam que Jesus não estava mais entre eles e regressaram a Jerusalém à sua procura. Somente três dias depois, encontraram o adolescente no templo, entre doutores, com os quais dialogava.

Ali começou a primeira manifestação da arte divina de Jesus. Os doutores eram arguidos por ele com tão grande inteligência que se maravilharam com os conceitos espirituais que lhes eram transmitidos pelo jovem, como lemos no relato de Lucas, 2:47 a 49.

Já adulto, após convocar para segui-lo seus primeiros discípulos, Jesus percorreu toda a Galileia "ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo" (Mateus, 4:23). Daí por diante, ele começou a ser seguido por grande multidão, não só da Galileia, como também de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e d'além do Jordão (id, vers. 24).

Então, Jesus subiu a um monte e proferiu o mais belo e consolador poema de que se tem notícia na Terra: o Sermão do Monte, relatado por Mateus nos capítulos 5 a 7 do seu evangelho. Este sermão resume toda a Doutrina do Cristo. Bastar-nos-á segui-lo para ter uma vida santificada e abençoada no mundo. Sobre ele, disse Mahatma Gandhi: "Se se perdessem todos os livros sacros da humanidade, e só se salvasse o Sermão do Monte, nada estaria perdido".

Segundo Mateus, 13:34, Jesus ensinava por meio de parábolas. O sentido espiritual e moral de sua doutrina estava sempre presente nelas, que se destinavam não somente aos que as ouviam, mas a toda a humanidade, e em todos os tempos, como lemos no versículo 35: "[...] Abrirei em parábolas a boca; publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo".

A arte divina de Jesus está presente no relato, por todos os evangelistas, dos seus discursos, debates e suas representações alegóricas, como a da figueira seca (Mateus, 21:18-22), a entrada triunfal em Jerusalém, montado num jumentinho (Marcos, 11:1-11), a expulsão dos vendilhões do templo (Lucas, 19:45, 46), a cerimônia de lava-pés aos seus discípulos (João, 13:3-8) etc. Sua linguagem é simples, por vezes clara, por vezes simbólica. Não somente é entendida pelos doutos, como também pelos incultos. Todos esses exemplos demonstram-nos seu pleno domínio da linguagem e da arte, associado ao comando das forças da natureza, qual ocorreu nesta passagem:

 

E aconteceu que, num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: Passemos para o outro lado do lago. E partiram. / E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo. / E chegando-se a ele o despertaram, dizendo: — Mestre, Mestre, perecemos. Ele levantou-se e repreendeu o vento e a fúria da água, que cessaram, e fez-se bonança. / E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: — Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem? (Lucas 8:22-25).

 

Que, neste Natal, convidemos nossas famílias para um banquete on-line, certos de que, em espírito, estaremos irmanados ao Cristo.  Façamos, assim, do mais jovem ao mais idoso, a leitura de cada versículo do Sermão do Monte. Não haverá melhor banquete do que este, pois a Divina Arte de Jesus alimenta nossas almas, não somente na presente existência, mas por toda a eternidade. Feliz Natal!

                   

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