A arte divina de Jesus Cristo: convite para um banquete!
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
O
evangelista Lucas relata-nos que José e Maria foram de Nazaré a Jerusalém,
quando seu filho, Jesus, tinha a idade de doze anos, para participarem da Festa
da Páscoa. Ao regressarem do evento, seus pais perceberam que Jesus não estava
mais entre eles e regressaram a Jerusalém à sua procura. Somente três dias
depois, encontraram o adolescente no templo, entre doutores, com os quais
dialogava.
Ali
começou a primeira manifestação da arte divina de Jesus. Os doutores
eram arguidos por ele com tão grande inteligência que se maravilharam com os
conceitos espirituais que lhes eram transmitidos pelo jovem, como lemos no
relato de Lucas, 2:47 a 49.
Já
adulto, após convocar para segui-lo seus primeiros discípulos, Jesus percorreu
toda a Galileia "ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do
Reino e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo" (Mateus,
4:23). Daí por diante, ele começou a ser seguido por grande multidão, não só da
Galileia, como também de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e d'além do Jordão
(id, vers. 24).
Então,
Jesus subiu a um monte e proferiu o mais belo e consolador poema de que se tem
notícia na Terra: o Sermão do Monte, relatado por Mateus nos capítulos 5
a 7 do seu evangelho. Este sermão resume toda a Doutrina do Cristo.
Bastar-nos-á segui-lo para ter uma vida santificada e abençoada no mundo. Sobre
ele, disse Mahatma Gandhi: "Se se perdessem todos os livros sacros da
humanidade, e só se salvasse o Sermão do Monte, nada estaria
perdido".
Segundo
Mateus, 13:34, Jesus ensinava por meio de parábolas. O sentido
espiritual e moral de sua doutrina estava sempre presente nelas, que se
destinavam não somente aos que as ouviam, mas a toda a humanidade, e em todos
os tempos, como lemos no versículo 35: "[...] Abrirei em parábolas a boca;
publicarei coisas ocultas desde a criação do mundo".
A
arte divina de Jesus está presente no relato, por todos os evangelistas,
dos seus discursos, debates e suas representações alegóricas, como a da
figueira seca (Mateus, 21:18-22), a entrada triunfal em Jerusalém,
montado num jumentinho (Marcos, 11:1-11), a expulsão dos vendilhões do
templo (Lucas, 19:45, 46), a cerimônia de lava-pés aos seus discípulos (João,
13:3-8) etc. Sua linguagem é simples, por vezes clara, por vezes simbólica. Não
somente é entendida pelos doutos, como também pelos incultos. Todos esses
exemplos demonstram-nos seu pleno domínio da linguagem e da arte, associado ao
comando das forças da natureza, qual ocorreu nesta passagem:
E aconteceu que,
num daqueles dias, entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: Passemos
para o outro lado do lago. E partiram. / E, navegando eles, adormeceu; e
sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em
perigo. / E chegando-se a ele o despertaram, dizendo: — Mestre, Mestre,
perecemos. Ele levantou-se e repreendeu o vento e a fúria da água, que
cessaram, e fez-se bonança. / E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles,
temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: — Quem é este, que até aos
ventos e à água manda, e lhe obedecem? (Lucas 8:22-25).
Que,
neste Natal, convidemos nossas famílias para um banquete on-line, certos
de que, em espírito, estaremos irmanados ao Cristo. Façamos, assim, do mais jovem ao mais idoso,
a leitura de cada versículo do Sermão do Monte. Não haverá melhor
banquete do que este, pois a Divina Arte de Jesus alimenta nossas almas, não somente
na presente existência, mas por toda a eternidade. Feliz Natal!
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