Entre a Terra e
o Céu
André Luiz
Parte 10
Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o
estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série
Nosso Lar.
Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos
sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido
Xavier e publicada originalmente em 1954.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o
presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".
Eis as questões de hoje:
73. Como Zulmira
reagiu ao pedido para que recebesse como filho o menino Júlio?
Tomada por lágrimas de alegria e depois de inclinar-se sobre
o menino, afagando-o com intraduzível ternura, ela disse em voz quase sufocada
pela emoção: "Estou pronta! Devo a Júlio cuidados que lhe neguei... Louvo
reconhecidamente a Deus por esta graça! Sinto que assim nunca mais serei
assaltada pelo remorso de não haver feito por ele quanto me competia!... Será
meu filho, sim!... Conchegá-lo-ei de encontro ao peito! O' Senhor,
ampara-me!..." (Entre a Terra e o
Céu, cap. XXVII, págs. 169 a 171.)
74. A nova
existência de Júlio teria curta duração?
Sim. O ex-suicida sofreria o aflitivo desejo de permanecer
na Terra; no entanto, suicida que fora, com duas tentativas de
autoaniquilamento, por duas vezes deveria experimentar a frustração para
valorizar com mais segurança a bênção da vida terrestre. "Depois de
estagiar por muitos anos nas regiões inferiores de nosso plano, confiando-se
inutilmente à revolta e à inércia – elucidou o Ministro –, já passou pelo
afogamento e agora enfrentará a intoxicação. Tudo isso é lastimável, no entanto...
quem aprenderá sem a cooperação do sofrimento?" Hilário aludiu, então, ao
martírio dos pais, e Clarêncio esclareceu: "Meus amigos, a justiça é
inalienável. Não podemos iludi-la. Com o desequilíbrio emocional de Amaro e
Zulmira, no pretérito, Júlio arrojou-se a escuro despenhadeiro de compromissos
morais e, na atualidade, reabilitar-se-á com a cooperação deles. Ontem, o
casal, por esquecê-lo, inclinou-o à queda, hoje, por amá-lo, garantir-lhe-á o
soerguimento". (Obra citada, cap. XXVIII, págs. 172 e 173.)
75. Por que fora
simples o processo reencarnatório de Júlio?
Clarêncio esclareceu que a reencarnação de Júlio fora
simples porque se tratava de uma encarnação com interesse tão somente para ele
mesmo e para os familiares que o cercavam. Se a existência do filho de Amaro
estivesse destinada a influenciar a comunidade, se ele fosse detentor de
méritos indiscutíveis, com responsabilidades justas nos caminhos alheios, o
problema seria diferente. "Forças de ordem superior seriam fatalmente
mobilizadas para a interferência nos cromossomos, garantindo-se o embrião do
veículo físico de maneira adequada à missão que lhe coubesse", ajuntou o
Ministro. (Obra citada, cap. XXVIII, págs. 174 a 176.)
76. O papel da
mãe é fundamental no processo reencarnatório?
Sim. Segundo palavras de Clarêncio, o seio maternal é, nesse
sentido, um vaso anímico de elevado poder magnético ou um molde vivo destinado
à fundição e refundição das formas, ao sopro criador da Bondade Divina.
"Esse vaso – diz Clarêncio – atrai a alma sequiosa de renascimento e que lhe
é afim, reproduzindo-lhe o corpo denso, no tempo e no espaço, como a terra engole
a semente para doar-lhe nova germinação, consoante os princípios que
encerra." (Obra citada, cap. XXVIII, págs. 176 e 177.)
77. Para que a
reencarnação se processe, o perispírito sofre uma redução volumétrica?
Sim. Unido à matriz geradora do santuário materno, em busca
de nova forma, o perispírito sofre a influência de fortes correntes eletromagnéticas,
que lhe impõem a redução automática. Constituído à base de princípios químicos
semelhantes, em suas propriedades, ao hidrogênio, a se expressarem através de
moléculas significativamente distanciadas umas das outras, quando ligado ao
centro genésico feminino experimenta expressiva contração, à maneira do
indumento de carne sob carga elétrica de elevado poder. Observa-se, então, a
redução volumétrica do veículo sutil pela diminuição dos espaços
intermoleculares. Toda matéria que não serve ao trabalho fundamental de
refundição da forma é devolvida ao plano etereal, oferecendo-nos o perispírito
esse aspecto de desgaste ou de maior fluidez. (Obra citada, cap. XXIX, págs.
178 a 180.)
78. Como essa
comunhão fisiopsíquica de mãe e filho pode ser entendida?
Para exemplificar o que havia dito, Clarêncio valeu-se da
imagem seguinte: "Imaginemos um pêssego amadurecido, lançado à cova
escura, a fim de renascer. Decomposto em sua estrutura, restituirá aos reservatórios
da Natureza todos os elementos da polpa e dos demais envoltórios que lhe
revestem os princípios vitais, reduzindo-se no imo do solo ao embrião minúsculo
que se transformará, no espaço e no tempo, em novo pessegueiro". O
ensinamento não podia ser mais lógico e preciso. (Obra citada, cap. XXIX, págs.
180 e 181.)
79. No tocante à
hereditariedade é certo dizer que, em verdade, somos herdeiros de nós mesmos?
Sim. A hereditariedade, tal como é aceita no mundo, tem os
seus limites. Filhos e pais guardam, sempre, afinidade magnética entre si. Os
pais fornecem determinados recursos ao reencarnante, mas esses recursos estão
condicionados às necessidades da alma que lhes aproveita a cooperação, porque,
no fundo, "somos herdeiros de nós mesmos". "Assimilamos as
energias de nossos pais terrestres, na medida de nossas qualidades boas ou más,
para o destino enobrecido ou torturado a que fazemos jus, pelas nossas conquistas
ou débitos que voltam à Terra conosco, emergindo de nossas anteriores
experiências", explicou Clarêncio. (Obra citada, cap. XXIX, pp. 181 a
183.)
80. Que acontece
com a organização feminina durante a gestação?
Clarêncio explanou esta questão nos seguintes termos:
"A mulher grávida, além da prestação de serviço orgânico à entidade que se
reencarna, é igualmente constrangida a suportar-lhe o contacto espiritual, que
sempre constitui um sacrifício quando se trata de alguém com escuros débitos de
consciência. A organização feminina, durante a gestação, sofre verdadeira
enxertia mental. Os pensamentos do ser que se acolhe ao santuário íntimo,
envolvem-na totalmente, determinando significativas alterações em seu cosmo
biológico”. No caso de Júlio e Zulmira, eles influenciavam-se mutuamente. (Obra
citada, cap. XXX, pp. 184 a 186.)
Observação: Para
acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-9.html
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