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quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

 


Entre a Terra e o Céu

 

André Luiz

 

Parte 12

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros escritos por André Luiz, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos seis primeiros livros da Série, damos sequência nesta data ao estudo da sétima obra: Entre a Terra e o Céu, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada originalmente em 1954.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro "Entre a Terra e o Céu", para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete "Entre a Terra e o Céu".

Eis as questões de hoje:


89. As mãos de Mário expeliam escura substância. Que substância era essa?

Clarêncio explicou: "São fluidos deletérios do ódio com que Silva, inconscientemente, procura envolver a infeliz criança; contudo, as nossas defesas estão funcionando". O Ministro estabelecera extensa faixa magnética em torno do doentinho, preservando-o contra a influência do visitante. (Entre a Terra e o Céu, cap. XXXII, pp. 202 e 203.)

90. Júlio poderia recuperar-se?

Não. O menino deixaria o corpo em breves horas, pois o futuro dele exigia a frustração do presente. A Vontade Divina – explicou Clarêncio – faz sempre o melhor. De fato, em dado momento, Júlio estremeceu, empalidecendo; descontrolara-se-lhe o coração. O médico auscultou a criança e, logo após, notificou seu pai: "Surgiu o colapso irremediável. Infelizmente é o fim. Se o senhor tem fé religiosa, confiemos o caso a Deus. Agora, somente a concessão divina..." (Obra citada, cap. XXXII, pp. 204 a 206.)

91. Que sentimento invadiu a alma de Mário Silva ante a morte do menino Júlio?

Ao ver a criança morta, Mário experimentou violenta comoção que lhe constringiu a alma. Convulsivo choro agitou-lhe o peito, enquanto uma voz inarticulada, que parecia nascer dele mesmo, gritava-lhe na consciência: "Assassino! Assassino!..." Ele saiu, então, desorientado e inseguro, para a via pública, a soluçar, atormentado, no seio da noite fria. (Obra citada, cap. XXXII, págs. 206 e 207.)

92. O Espírito de Júlio, em seguida à desencarnação, mostrava-se sereno. Qual a explicação desse fato?

O Ministro Clarêncio assim explicou o fato: "Júlio reajustou-se para a continuação regular da luta evolutiva que lhe compete. O renascimento ma­logrado não teve para ele tão somente a significação expiatória, necessária ao Espírito que deserta do aprendizado, mas também o efeito de um remédio curativo. A permanência no campo físico funcionou como recurso de eliminação da ferida que trazia nos delicados tecidos da alma. A carne, em muitos casos, é assim como um filtro que retém as impurezas do corpo perispiritual, liberando-o de certos males nela adquiridos". O fato significava que Júlio poderia, doravante, exteriorizar-se num corpo sadio, conquistando merecimento para obter uma reencarnação devidamente planejada, com elevados objetivos de serviço. (Obra citada, cap. XXXIII, págs. 208 e 209.)

93. Onde Júlio esteve antes das duas últimas encarnações?

Sobre o assunto Clarêncio informou: "Depois de haver eliminado o próprio corpo, satisfazendo a simples capricho pessoal, sofreu por muitos anos as tristes consequências do ato deliberado, amargando nos círculos vizinhos da Terra as torturas do envenenamento a se lhe repetirem no campo mental”. E aduziu: “A morte prematura, quando traduz indisciplina diante das leis infinitamente compassivas que nos governam, constrange o Espírito que a provoca a dilatada purgação na paisagem espiritual". Júlio, nesse processo expiatório, nem sempre esteve a sós. Quando não se achava em martirizada solidão, via-se onde se lhe mantinha preso o pensamento, ou seja, na atmosfera psíquica de Lina, Armando e Esteves, que lhe serviam de pontos básicos ao ódio. (Obra citada, cap. XXXIII, págs. 210 e 211.)

94. Por que muitos jovens se arrojam ao casamento com absoluta inaptidão para semelhante responsabilidade?

O caso que ocorreu entre Amaro e Júlio ajuda-nos a compreender esse fato, visto que na base dos sonhos juvenis moram quase sempre dívidas angustiosas a que não se pode fugir. Segundo o Ministro Clarêncio, grande número de paixões afetivas no mundo correspondem a autênticas obsessões ou psicoses, que só a realidade consegue tratar com êxito. "Em muitas ocasiões, por trás do anseio de união conjugal, vibra o passado, através de requisições dos amigos ou inimigos desencarnados, aos quais devemos colaboração efetiva para a reconquista do veículo carnal.” (Obra citada, cap. XXXIII, pp. 211 a 213.)

95. Os anjos de guarda estão sempre conosco?

Não. Segundo Clarêncio, a ideia de um ente divinizado e perfeito, invariavelmente ao nosso lado, ao dispor de nossos caprichos ou ao sabor de nossas dívidas, não concorda com a justiça. Os anjos de guarda não vivem então conosco? Respondendo a essa indagação, Clarêncio disse: "Não digo isso. O Sol está com o verme, amparando-o na furna, a milhões e milhões de quilômetros, sem que o verme esteja com o Sol". Em seguida, o instrutor completou: "Anjo, segundo a acepção justa do termo, é mensageiro. Ora, há mensageiros de todas as condições e de todas as procedências e, por isso, a antiguidade sempre admitiu a existência de anjos bons e anjos maus. Anjo de guarda, desde as concepções religiosas mais antigas, é uma expressão que define o Espírito celeste que vigia a criatura em nome de Deus ou pessoa que se devota infinitamente a outra, ajudando-a e defendendo-a. Em qualquer região, convivem conosco os Espíritos familiares de nossa vida e de nossa luta”. (Obra citada, cap. XXXIII, pp. 213 a 215.)

96. Se Júlio desencarnou no momento certo, por que Mário experimentava remorso como o de um autêntico assassino?

A informação de que Júlio desencarnara no momento certo foi dada por Clarêncio. Quanto aos jatos de pensamento escuro emitidos pelo enfermeiro Mário, se o menino não estivesse protegido, teriam efetivamente abreviado sua morte, e, ainda assim, a Lei ter-se-ia cumprido. Os pensamentos escuros de Mário voltaram, entretanto, para ele mesmo. Como os emitiu com evidente propósito de matar, experimentava então, em razão disso, o remorso de um autêntico assassino. Em qualquer lugar e em qualquer tempo, explicou Clarêncio, “receberemos da vida de acordo com as nossas próprias obras". (Obra citada, cap. XXXIII, pp. 215 a 217.)

 

 

Observação: Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/entre-terra-eo-ceu-andre-luiz-parte-11.html

 

 

 

 

 

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