Grilhões Partidos
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 6
Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada –
do livro Grilhões Partidos, de Manoel
Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco e publicada no
ano de 1974.
Este estudo é publicado neste blog sempre às
segundas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em
foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL
e, em seguida, no verbete "Grilhões
Partidos”.
Eis as questões de hoje:
41. O
conhecimento espírita ajudou de algum modo os pais de Ester no enfrentamento da
doença da filha?
Sim. Em qualquer processo obsessivo, é de efeito superior a
renovação e a conscientização dos envolvidos, do que resultam os primeiros
benefícios imediatos, a saber: o despertamento para as responsabilidades do
espírito, o amor desinteressado, o perdão indistinto e o desejo honesto da
inadiável reparação dos danos causados... Encetando o esforço da melhoria de
dentro para fora, mais fácil é a libertação dos compromissos infelizes que
engendram amargura e dor. Por essa razão, nunca se devem desconsiderar as
contribuições do estudo doutrinário na terapêutica desobsessiva, não apenas por
parte dos litigantes diretos, como também do grupo familiar, fortemente
vinculado ao problema espiritual. (Grilhões
Partidos, cap. 16, pp. 139 e 140.)
42. A primeira
sessão mediúnica com a presença do obsessor de Ester produziu algum
resultado?
Sim. Na sessão, além de palavras amorosas que o fariam
pensar seriamente sobre a vida, pôde aquele Espírito receber energias vigorosas
que lhe foram aplicadas por orientação superior. Aquele mergulho nas vibrações,
no magnetismo da mediunidade com Jesus, balsamizante, confortadora, era
necessário. Em verdade, a sessão mediúnica constituía o passo inicial para o
tratamento desobsessivo, que não pode jamais ignorar que obsidiado e obsessor
são criaturas igualmente enfermas e necessitadas. (Obra citada, cap. 16, pp.
141 a 144.)
43. Por que,
mesmo estando afastado o obsessor, a melhora de Ester não se fez imediata?
Cada processo obsessivo tem características especiais,
embora genericamente sejam esses processos semelhantes. Deve-se levar em conta
as resistências morais do paciente, os hábitos salutares ou desregrados a que
se submeteu, os títulos de enobrecimento ou vulgaridade que coletou. É preciso
entender também que, normalmente, além dos implicados na demanda, entidades
ociosas ou perversas agrupam-se em torno do encarnado em desajuste,
complicando-lhe a alienação. No caso de Ester, afastado seu algoz para a
necessária doutrinação, comensais da desordem e viciados desencarnados – que
seriam atendidos mais tarde – prosseguiam assediando-a. É por isso que o
restabelecimento da enferma não se fez de imediato. Sua engrenagem mental
demoradamente prejudicada pela interferência dos fluidos persistentes,
deletérios, exigia tempo e tratamento especial para a reorganização. (Obra
citada, cap. 17, pp. 145 e 146.)
44. Que razões
de ordem doutrinária recomendam que, na desobsessão, tratemos também do algoz e
não apenas da vítima?
“Não se pode amar a Deus sem que se sirva com abnegação ao
próximo”, eis o que nos diz Manoel Philomeno. Por isso, qualquer incursão para
ajudar a enferma, sem a caridade para com o perturbador, redundaria improfícua,
se não perniciosa. É justo atender os contendores sem preferências, porquanto,
enfrentando o mesmo problema, ambos são desditosos e aquele que aflige é mais
desventurado, considerando-se a ingestão do ódio que o desvaira hoje, como o
inapelável resgate que defrontará amanhã. Piedade, pois, para os que
infelicitam, atormentam, perseguem – eles não sabem o que fazem! (Obra citada,
cap. 17, pp. 146 e 147.)
45. Que virtudes
recomenda Dr. Bezerra como indispensáveis na tarefa de esclarecimento dos
irmãos em tratamento?
Oração, paciência, caridade. “Permeando-nos desses poderes,
serão dispensáveis a discussão, a agitação, a ofensa humilhante, a dura verdade
para dobrar...”, diz-nos Dr. Bezerra de Menezes. “A mediunidade com Jesus é
ponte sublime por onde transitam as mais elevadas expressões do pensamento
divino entre os homens. Fonte inexaurível de recursos transcendentes, flui e
reflui exuberante, dessedentando, banhando de forças e de paz. Das suas
nascentes superiores procedem a inspiração e o alento, as energias que
sustentam nos momentos cruciantes do martírio e dos testemunhos sacrificiais.”
Dito isso, Dr. Bezerra advertiu: “Descuidada, porém, converte-se em furna de
sombras e males incontáveis, que terminam por derrotar o mordomo leviano que a
desrespeita. Ao abandono, faz-se porta de acesso a alienações incontáveis e
enfermidades fisiológicas de diagnose difícil”. (Obra citada, cap. 17 pp. 148 a
150.)
46. Quando viu o
pai de Ester presente à sessão mediúnica, que atitude teve o obsessor?
Ele extravasou todo o ódio que nutria pelo Coronel
Santamaria e proferiu frases como estas: “Odeio-o! odeio-o! Meu Deus, quanto eu
odeio este homem! Envelheceu, mudou um pouco, mas é o meu inimigo feroz.
Odeio-o!” Além disso, insistiu na ameaça de levar até o fim sua vingança. (Obra citada, cap. 17, pp. 150 a 152.)
47. Durante a
doutrinação, um fato abalou a dureza do Espírito. Que fato foi esse?
Foi a referência feita pelo doutrinador à sua mãe. ”Pare!
Não me recorde minha mãe... Pelo que sofreu, por culpa dele, é que me vingo.
Mamãe, mamãe!”... – com estas palavras ele desvairou, quase hebetado, mas,
envolvido por energias calmantes, adormeceu, sendo retirado cuidadosamente.
(Obra citada, cap. 17, pp. 152 e 153.)
48. Depois de
afirmar que a paciência é fundamental no processo da desobsessão, D. Mercedes
Sobreira pediu à esposa do Coronel não visse no ofensor um inimigo. Por quê?
A paciência é fundamental nesses casos e foi isso que D.
Mercedes Sobreira disse à esposa do Coronel: "Não veja no ofensor um
inimigo. Examine a dificuldade pelo ponto de vista dele e se apiedará.
Certamente, perturbado como está, não tem o conhecimento correto das coisas,
crendo no que supõe exato..." A amiga lembrou então que a vibração mental
negativa em tais casos somente atrapalha e que, conforme Jesus ensinou, as
formas exatas de proceder são a piedade e a oração pelo perseguidor. (Obra
citada, cap. 18, pp. 155 a 159.)
Observação:
Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2020/12/grilhoes-partidos-manoel-philomeno-de_21.html
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