Nunca mais...
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Amigos, estive pensando... nunca mais o
mundo será o mesmo após a pandemia. Enfocarei, nestas linhas, apenas a situação
das igrejas e templos religiosos, mas concluirei com um evento cultural curioso.
Agora, como jamais ocorreu antes, as pessoas assistem aos seus cultos, missas e reuniões doutrinárias públicas,
que é o caso dos espíritas, no conforto do seu lar. Então, para quem tem
dificuldade de locomoção, como os idosos e deficientes físicos, o novo tempo
surgiu para favorecê-los.
Quanto aos jovens e crianças, é preciso
reinventar os processos pedagógicos com dinâmicas, recursos técnicos e evangelizadores
que saibam lidar com eles e motivá-los para participarem dos cultos ou reuniões.
Cada vez mais, é requerida a prática da empatia no trato com todos: crianças,
jovens e adultos. Mas não basta isso, é preciso que a pessoa encarregada da
transmissão dos conhecimentos doutrinários possua, tanto quanto muito amor,
pleno domínio do tema, além de saber lidar com os meios tecnológicos e interação com quem está, presente ou oculto, nos
mais curiosos ambientes do lar: quarto de dormir, sala, cozinha, ou local
diverso...
Há poucos dias, assisti a uma
conferência acadêmica internacional. No final do evento, o emérito coordenador convidou,
para brindar-nos, com sarau literário e musical, um autor de obras
poéticas premiadas internacionalmente, além de um conhecido jovem rapper baiano.
Os poemas e músicas apresentados pelos convidados foram de grande beleza e
engajamento político e religioso. O poeta clamou contra as injustiças sociais; e
o rapper apelou a Jesus Cristo e a Deus para que socorressem todas as
vítimas do preconceito, usuários de drogas e criminosos.
Belíssima apresentação quanto ao
conteúdo, mas não quanto à veste do rapper, que, à primeira vista, inspirava
receio sobre o que ele iria expor musicalmente: estava completamente despido da
cintura para cima. Tão displicente, sem camisa, que ele mesmo ficou sem graça —
haja vista que o vídeo nos
faculta ver a própria imagem — e foi vestir-se adequadamente.
Agora o espanto: os dois poetas em nenhum momento fizeram juízo
de valor em relação à crença dos ouvintes. Já o coordenador do curso, que é meu
amigo ateu confesso, desandou a criticar a crença em Deus e as religiões de um
modo tão convicto que mais parecia um profeta do niilismo.
É preciso um pouco de bom senso em
relação ao que se está falando, em especial, em nome da cultura. Também não
fica bem a um religioso atacar com virulência a crença ou descrença alheia,
pois, se isso é feito on-line, tudo fica gravado e sujeito a críticas
até mesmo internacionais: o conteúdo, a obra, o autor, o que ele apresenta
e como se apresenta.
Minha sugestão final, agora que estamos
começando a aprender a conviver com os vírus mutantes, que poderão nos levar
para a terra dos pés juntos, caso não nos previnamos de seu contágio: estando ou não on-line, não destilemos os vírus de nossa intolerância ou descaso para
com o nosso respeitável público. Nunca mais...
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