O descanso dos que partem para o Além
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
A
propósito do tema morte, que é sempre lembrado por ocasião do feriado de
Finados, há quem persista na ideia de que ninguém jamais voltou para dizer se a
vida realmente continua.
Os
cristãos, como sabemos, creem na continuidade da vida e demonstram essa crença
ao evocar os chamados santos, que, em verdade, são pessoas como nós que um dia
passaram por aqui e retornaram ao mundo espiritual, uma vez mortos seus corpos.
Com
efeito, os fatos têm-nos mostrado que os Espíritos sobrevivem à morte corpórea
e que, havendo permissão superior, podem, sim, comunicar-se com os chamados
vivos. Os que conseguem essa permissão trazem-nos notícias do mundo espiritual,
falam do trabalho que realizam e das preocupações que os movem, além de
informar-nos que são muitas as ocupações e missões que desempenham, tendo por
objetivo a harmonia do Universo.
A
felicidade dos Espíritos bem-aventurados não consiste, pois, na ociosidade
contemplativa, que seria uma eterna e fastidiosa inutilidade.
Os
imortais nos dizem que sua ocupação é contínua, embora nada tenha ela de penosa,
uma vez que não estão sujeitos à fadiga tal qual a conhecemos, nem às
necessidades próprias da vida terrena.
Engana-se,
portanto, quem imagina que os seres desencarnados se encontram descansando, sem
obrigações e deveres a cumprir.
Desencarnados
ou não, são eles incumbidos de auxiliar o progresso da Humanidade, dos povos ou
dos indivíduos, dentro de um círculo de ideias mais ou menos amplas, mais ou
menos especiais, cabendo-lhes ainda velar pela execução de determinadas coisas.
Alguns
desempenham missões mais restritas e, de certo modo, pessoais ou inteiramente
locais, como assistir os enfermos, os agonizantes, os aflitos, velar por
aqueles de quem se constituíram guias e protetores, dando-lhes conselhos ou
inspirando-lhes bons pensamentos.
Existem
tantos gêneros de missões quantas as espécies de interesses a resguardar, tanto
no mundo físico como no moral, e o Espírito se adianta conforme a maneira pela
qual desempenha sua tarefa.
Os
superiores só se ocupam com o que seja útil ao progresso. Os inferiores
ligam-se mais às coisas materiais e delas se ocupam.
As
atribuições conferidas aos Espíritos são proporcionadas ao seu grau evolutivo,
às luzes que possuem, à sua capacidade, experiência e ao grau de confiança que
inspiram ao Supremo Criador.
Mas,
ao lado das grandes missões confiadas aos Espíritos superiores, existem outras
de importância relativa, concedidas a Espíritos de todas as categorias, podendo
afirmar-se que cada um tem a sua, de modo que todos têm deveres a preencher a
bem do semelhante e que é, portanto, equivocada a conhecida frase: “Morreu,
descansou”.
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