O Evangelho segundo o Espiritismo
Allan Kardec
Parte 18
Prosseguimos o estudo metódico de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril de 1864.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Caso o leitor queira ter em mãos o
texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari
passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN
e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.
Eis as questões de hoje:
137. Qual foi o motivo da proibição de evocar os mortos
decretada por Moisés?
Foi o tráfico que se verificou em
torno dessa prática, degenerado pelo abuso, pelo charlatanismo, pela
superstição, eis o que motivou a proibição decretada por Moisés. O Espiritismo,
compreendendo o lado sério da questão, elevou a mediunidade à categoria de
missão e nos recomenda que ela seja praticada santamente, religiosamente. Não podemos
– ensinam os imortais – brincar com algo tão sério, nem fazer da prática
mediúnica um meio de vida. (O Evangelho
segundo o Espiritismo, cap. XXVI, item 9.)
138. Como podemos definir a prece e qual o seu objeto?
A prece é uma invocação, mediante a
qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige.
Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento, ou uma glorificação. Podemos
orar por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos. As preces
feitas a Deus escutam-nas os Espíritos incumbidos da execução de suas vontades;
as que se dirigem aos bons Espíritos são reportadas a Deus, porquanto nada
sucede sem a vontade do Criador. (Obra citada, cap. XXVII, item 9.)
139. Que qualidades a prece deve ter?
As qualidades da prece foram
definidas por Jesus. Quando orardes, diz ele, não vos ponhais em evidência;
antes, orai em secreto. Não afeteis orar muito, pois não é pela multiplicidade
das palavras que sereis escutados, mas pela sinceridade delas. Antes de
orardes, se tiverdes qualquer coisa contra alguém, perdoai-lhe, visto que a
prece não pode ser agradável a Deus, se não parte de um coração purificado de
todo sentimento contrário à caridade. Orai, enfim, com humildade e não com
orgulho, como os fariseus. Examinai os vossos defeitos, não as vossas
qualidades e, se vos comparardes aos outros, procurai o que há em vós de mau.
(Obra citada, cap. XXVII, itens 1 a 4.)
140. A prece é realmente eficaz?
Sim, e a prova disso está nestas
palavras de Jesus: “Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e
concedido vos será o que pedirdes” (Marcos, cap. XI, v. 24). É claro que não
basta pedir; é preciso saber pedir, certo de que Deus nos concederá sempre, se
o pedirmos com confiança, a coragem, a paciência e a resignação, tanto quanto
os meios de superarmos as dificuldades, mediante ideias que fará nos sejam
sugeridas pelos bons Espíritos, deixando-nos dessa forma o mérito da ação.
(Obra citada, cap. XXVII, itens 5 a 7.)
141. Que é que Deus concede àquele que ora com
confiança?
Como foi dito na questão anterior,
o que Deus concede sempre a quem ora com confiança é a coragem, a paciência, a
resignação, bem como os meios de nos livrarmos por nós mesmos das dificuldades.
O Pai assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima:
"Ajuda-te, que o Céu te ajudará". Mas não assiste os que tudo esperam
de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possuem. (Obra citada,
cap. XXVII, item 7.)
142. Como se dá a ação da prece?
O Espiritismo torna compreensível a
ação da prece explicando o modo de transmissão do pensamento. Estamos todos,
encarnados e desencarnados, mergulhados no fluido universal, que é o veículo do
pensamento. Esse fluido recebe da vontade uma impulsão, de tal modo que quando
dirigimos o pensamento para um ser qualquer, na Terra ou no espaço, de
encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece
entre um e outro, transmitindo de um ao outro o pensamento, como o ar transmite
o som. É assim que os Espíritos ouvem a prece que lhes é dirigida, qualquer que
seja o lugar onde se encontrem; é assim que os Espíritos se comunicam entre si
e nos transmitem suas inspirações. Dessa forma, por meio da prece o homem obtém
o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções
e a inspirar-lhe ideias sãs, com o que ele adquire a força moral necessária para
vencer as dificuldades e a volver ao caminho reto, se deste se afastou, bem
como desviar de si os males que atrairia por suas próprias faltas. (Obra
citada, cap. XXVII, itens 10 e 11.)
143. Qual a origem dos males da vida e como a prece pode
influir sobre a minoração desses males?
Em duas partes se dividem os males
da vida, uma constituída dos que o homem não pode evitar e a outra das
tribulações de que ele se constituiu a causa primária, pela sua incúria ou por
seus excessos. Admitindo-se que o homem nada possa com relação aos males
inevitáveis e que a prece lhe seja inútil para livrar-se deles, já não seria
muito ter a possibilidade de ficar isento dos males que decorrem de sua maneira
de proceder?
Aqui facilmente se concebe a ação
da prece, visto ter ela por efeito atrair a salutar inspiração dos Espíritos
bons e granjear deles força para resistirmos aos maus pensamentos cuja
realização pode ser-nos funesta. Nesse caso, o que os bons Espíritos fazem não
é afastar de nós o mal, mas, sim, desviar-nos do mau pensamento que nos poderia
causar dano, sem influir no curso das leis da Natureza. Agem, contudo, à nossa
revelia, de maneira imperceptível, para não subjugar-nos a vontade. O homem se
acha então na posição de alguém que solicita bons conselhos e os põe em prática,
conservando, porém, a liberdade de segui-los ou não. (Obra citada, cap. XXVII,
item 12.)
144. Que tipo de prece é mais meritória aos olhos de
Deus?
A prece do homem de bem é a que tem
maior merecimento aos olhos de Deus e também maior eficácia, porquanto o homem
vicioso e mau não pode orar com o fervor e a confiança que somente nascem do
sentimento da verdadeira piedade. Do coração do egoísta, daquele que apenas de
lábios ora, unicamente saem palavras, nunca os ímpetos de caridade que dão à
prece todo o seu poder. (Obra citada, cap. XXVII, item 13.)
Observação:
Para acessar a Parte 17 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/03/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan_11.html
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