quinta-feira, 11 de março de 2021

 




O Evangelho segundo o Espiritismo

 

Allan Kardec

 

Parte 17

 

Prosseguimos o estudo metódico de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, terceira das obras que compõem o Pentateuco Kardequiano, cuja primeira edição foi publicada em abril de 1864.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Evangelho segundo o Espiritismo”.

Eis as questões de hoje:

 

129. Que posição devemos tomar, como espíritas, ante os que não pensam como nós? 

Quanto aos que não os quisessem ouvir, Jesus recomendou a seus apóstolos, pura e simplesmente, que se fossem embora, à procura de pessoas de boa vontade. A mesma conduta recomenda o Espiritismo a seus adeptos: não violentemos nenhuma consciência; a ninguém forcemos para que deixe a sua crença, a fim de adotar a nossa; não procuremos anatematizar os que não pensam como nós; acolhamos os que venham ter conosco e deixemos tranquilos os que nos repelem. Lembremo-nos, por fim, das palavras do Cristo: Outrora, o céu era tomado com violência; hoje o é pela brandura. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XXV, item 11.)

130. Será válido cobrar pelas curas e preces feitas a outrem? 

Não. O ensinamento dado por Jesus a esse respeito é muito claro: “Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido”. (Obra citada, cap. XXVI, itens 1 e 2.)

131. Qual o mérito das preces pagas? 

Nenhum mérito. A prece é ato de caridade, é um arroubo do coração. Cobrar alguém que se dirija a Deus por outrem é transformar-se em intermediário assalariado. Deus não vende os benefícios que concede. Como, pois, um que não é, sequer, o distribuidor deles, que não pode garantir a sua obtenção, cobraria um pedido que talvez nenhum resultado produza? Não é possível que Deus subordine um ato de clemência, de bondade ou de justiça, que da sua misericórdia se solicite, a uma soma em dinheiro. Obviamente, nenhum mérito haverá nisso, nem da parte de quem paga e muito menos da parte de quem recebe. (Obra citada, cap. XXVI, itens 3 e 4.)

132. Qual o grande inconveniente das preces pagas? 

O grande inconveniente das preces pagas é julgar-se aquele que as compra dispensado de orar ele próprio, porquanto se considera quite, desde que pagou por elas. Sabe-se que os Espíritos se sentem tocados pelo fervor de quem por eles se interessa. Qual pode ser o fervor daquele que comete a terceiro o encargo de por ele orar, mediante paga? Qual o fervor desse terceiro, quando delega o seu mandato a outro, este a outro e assim por diante? Não será isso reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda em curso? (Obra citada, cap. XXVI, item 4.)

133. O episódio da expulsão dos vendilhões do templo tem um significado mais profundo. Qual é ele? 

O episódio mostra-nos que Deus não admite o tráfico das coisas santas sob nenhuma forma. Ele não vende sua bênção, nem o seu perdão, nem a entrada no reino dos céus. Não tem, pois, o homem, o direito de lhes estipular preço. E o mesmo entendimento pode aplicar-se ao trabalho desenvolvido pelos médiuns e aos benefícios que, por seu intermédio, os benfeitores espirituais realizam. (Obra citada, cap. XXVI, itens 5 e 6.)

134. A mediunidade constitui privilégio de algumas pessoas?

Não. Deus quer que a luz chegue a todos. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio de ninguém e se encontra por toda parte. (Obra citada, cap. XXVI, item 7.)

135. A mediunidade pode ser uma profissão?

Não pode e não deve. A mediunidade séria não pode ser e nunca será uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. A mediunidade não é uma arte, nem um talento, e isso basta para comprovar que não é possível tornar sua prática uma profissão. Além disso, a mediunidade não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Explorar alguém a mediunidade é, por conseguinte, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. (Obra citada, cap. XXVI, itens 7 a 10.)

136. Por que os médiuns não devem cobrar por seus serviços? 

Os médiuns não devem cobrar porque, a exemplo dos apóstolos, receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado e possa dizer: não tenho fé, porque não a pude pagar; não tive o consolo de receber os encorajamentos e os testemunhos de afeição dos que pranteio, porque sou pobre. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo. (Obra citada, cap. XXVI, itens 7 e 8.)

 

Observação:

Para acessar a Parte 16 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/03/o-evangelho-segundo-o-espiritismo-allan.html

 

 

 

 

 

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