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domingo, 4 de abril de 2021

 



A mão que agride é a mesma que acaricia

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com

De Londrina-PR

 

Examinando a ideia bastante frequente de que educar os filhos é tarefa muito difícil, conhecido psicólogo fez, algum tempo atrás, oportunas advertências a respeito da importância do carinho e do amor na tarefa de educação dos filhos e na construção de um lar que permita à criança tornar-se um adulto capaz de agir e viver dignamente.

Lembrando que, ante a teimosia e as travessuras dos filhos, muitos pais se descontrolam e partem para a agressividade, o psicólogo citado alerta que educar crianças é, entre outras coisas, transformar impulsos selvagens em capacidade de afeto. “Quando o sangue ferve, recomenda ele, o melhor é sair de cena e pedir ao parceiro mais sóbrio que assuma o comando da situação.”

Essa tese tem sido proposta por terapeutas diversos com apoio em pesquisas que comprovam que em criança não se deve bater nem com uma flor. 

O pai que procura domesticar e não educar pensa que seu método é eficaz, mas as consequências futuras mostrar-lhe-ão o contrário, quando descobrir que os problemas advindos de sua atitude são maiores do que a causa que deu motivo ao castigo, seja ele físico ou moral.

Essa postura dos psicólogos modernos não difere, na essência, do que nos ensina há mais de 160 anos o Espiritismo. 

Dentro de uma perspectiva espírita, adverte J. Herculano Pires, a educação não consiste apenas na integração das novas gerações na sociedade e na cultura do seu tempo, mas é também o processo de desenvolvimento das potencialidades do ser em sua atual existência, com vistas ao seu futuro transcendente.

Toda pessoa traz consigo, em cada passagem pelo orbe, os resultados do seu desenvolvimento anterior em existências precedentes, os quais começam a revelar-se desde os primeiros anos de vida em suas tendências e no conjunto das manifestações do seu temperamento. 

Cabe aos pais e aos educadores observar esses sinais e orientar o seu ajustamento, corrigindo as deficiências e os exageros na medida do possível.

A criança não é um indivíduo novo, mas um ser reencarnado, alguém que voltou à existência terrena depois de inúmeras passagens por aqui, trazendo, portanto, um vasto acervo de experiências negativas e positivas em sua mente de profundidade.

Ela precisa, então, de alguém que a ampare e oriente, que a proteja e eduque. Mas ninguém educará pessoa alguma a não ser pelo amor, porque, repetindo aqui palavras de Herculano, só o amor educa, só a ternura faz as almas crescerem no bem.

A mão que agride é a mesma que embala, que cuida, que acaricia, mas, em sã consciência, jamais deveria ser instrumento de agressão.

 

 

  

 

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