Nos Domínios da
Mediunidade
André Luiz
Parte 11
Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.
Concluído o estudo dos sete primeiros livros da Série, estudamos
agora a oitava obra: Nos Domínios da
Mediunidade, publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.
Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do
livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND
e, em seguida, no verbete " Nos
Domínios da Mediunidade".
Eis as questões de hoje:
81. Os protetores
espirituais podem solucionar de forma decisiva os nossos problemas?
Não. É um equívoco bastante comum esperar do Céu uma solução
decisiva e absoluta para os nossos problemas. Tal atitude decorre de antiga
viciação mental no Planeta. “Jesus, o Governador Espiritual do Mundo, auxiliou
a doentes e aflitos – lembrou Aulus –, sem retirá-los das questões fundamentais
que lhes diziam respeito. Zaqueu, o rico prestigiado pela visita que lhe foi
feita, sentiu-se constrangido a modificar a sua conduta. Maria de Magdala, que
lhe recebeu carinhosa atenção, não ficou livre do dever de sustentar-se no
árduo combate da renovação interior...” Dito isso, Aulus aduziu: “Segundo
reconhecemos, seria ilógico aguardar dos desencarnados a liquidação total das
lutas humanas. Isso significaria furtar o trabalho que corresponde ao sustento
do servidor, ou subtrair a lição ao aluno necessitado de luz”. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 18,
pp. 173 e 174.)
82. Com que
objetivo a mediunidade chegou ao mundo?
Concessão do Senhor à Humanidade em geral, a mediunidade foi
trazida do colégio sacerdotal à praça pública, a fim de que a noção da
eternidade, através da sobrevivência da alma, desperte a mente anestesiada do
povo, visto que o Cristianismo, que deveria ser a mais ampla e a mais simples
das escolas de fé, há muito se enquistou no superficialismo dos templos. (Obra
citada, cap. 18, pp. 174 a 176.)
83. Pode-se
dizer que os médiuns são os nossos oráculos da atualidade?
Não. É indispensável procurar na mediunidade não a chave
falsa para certos arranjos inadequados na Terra, mas sim o caminho direito de
nosso ajustamento à vida superior. Compreendendo assim a verdade, é necessário
renovar a nossa conceituação de médium, para que não venhamos a transformar
companheiros de ideal e de lutas em oráculos e adivinhos, com esquecimento de
nossos deveres na elevação própria. Após dizer tais palavras, Aulus aduziu: “O
Espiritismo, simbolicamente, é Jesus que retorna ao mundo, convidando-nos ao
aperfeiçoamento individual, por intermédio do trabalho construtivo e
incessante. Dentro das leis de cooperação, será justo aceitar o braço amigo que
se nos oferece para a jornada salvadora, entretanto é imprescindível não
esquecer que cada um de nós transporta consigo questões essenciais e necessidades
intransferíveis”. (Obra citada, cap. 18,
pp. 176 a 178.)
84. Como definir
a obsessão?
Examinando diretamente o caso Anésia e seu esposo Jovino,
que se encontrava sob a estranha fascinação de outra mulher, o que o levou a
desinteressar-se da companheira e das filhas, transformando-se, desse modo, num
obsidiado autêntico, Aulus explicou: "Sabemos que a obsessão entre
desencarnados ou encarnados, sob qualquer prisma em que se mostre, é uma
enfermidade mental, reclamando por vezes tratamento de longo curso. Quem sabe
se o pobre Jovino não estará na condição de um pássaro hipnotizado, não
obstante o corpanzil que lhe confere aparências de robustez no plano
físico?" (Obra citada, cap. 19, pp. 179 e 180.)
85. Que adjetivo
aplicar à mulher que ameaçava o casamento de Jovina e Anésia?
Teonília, referindo-se ao caso, disse que Jovino era um
homem trabalhador ameaçado por perversa mulher. Mas Aulus pediu-lhe que não se
referisse assim à mulher que dominava o esposo de Anésia. O adjetivo
"perversa" ali não cabia. Era "imperioso aceitá-la por infeliz
irmã", recomendou o Assistente. (Obra citada, cap. 19, pp. 181 a 183.)
86. Por que
Anésia sentia mal-estar ao pressentir que havia, naquele caso, alguém a
assediar o esposo?
Contribuía para isso a força do seu próprio pensamento.
Anésia articulou mentalmente, logo que Jovino saiu, frases deste tipo:
"Negócios, negócios... Quanta mentira sobre mentira! Uma nova mulher, isso
sim!... Mulher sem coração que não nos vê os problemas... Dívidas, trabalhos,
canseiras! Nossa casa hipotecada, nossa velhinha a morrer!... Nossas filhas
cedo arremessadas à luta pela própria subsistência!" Enquanto essas
reflexões se faziam audíveis para André Luiz, irradiando-se na sala estreita,
viu-se de novo a mesma figura de mulher que surgira à frente de Jovino, aparecendo
e reaparecendo ao redor da esposa triste, como que a fustigar-lhe o coração com
invisíveis estiletes de angústia, porque Anésia, embora não a visse, passou a
acusar indefinível mal-estar. (Obra citada, cap. 19, pp. 183 e 184.)
87. Qual a
explicação do problema que envolvia Jovino?
Sobre esse caso, Aulus informou: "Jovino permanece
atualmente sob imperiosa dominação telepática, a que se rendeu facilmente, e,
considerando-se que marido e mulher respiram em regime de influência mútua, a
atuação que o nosso amigo vem sofrendo envolve Anésia, atingindo-a de modo
lastimável, porquanto a pobrezinha não tem sabido imunizar-se com os benefícios
do perdão incondicional". Aulus acrescentou que tal fenômeno é muito comum
em nossos dias e, como tal, enquadra-se perfeitamente nos domínios da
mediunidade. O fenômeno pertence à sintonia, em que se encontram as origens de
muitos processos de alienação mental. (Obra citada, cap. 19, pp. 185 e 186.)
88. Como
solucionar o problema da antipatia quando ela existe no âmbito do próprio lar?
Reunidos em um mesmo lar, para fins de reajuste, raros conseguem
superar a aversão de que se veem possuídos, e alimentam com paixão, no íntimo
de si mesmos, os raios tóxicos da antipatia que, concentrados, se transformam
em venenos magnéticos, suscetíveis de provocar a enfermidade e a morte. Como
solucionar então esse problema? A essa pergunta, Aulus respondeu: "A
melhor maneira de extinguir o fogo é recusar-lhe combustível. A fraternidade
operante será sempre o remédio eficaz, ante as perturbações dessa natureza. Por
isso mesmo, o Cristo aconselhava-nos o amor aos adversários, o auxílio aos que
nos perseguem e a oração pelos que nos caluniam, como atitudes indispensáveis à
garantia de nossa paz e de nossa vitória". (Obra citada, cap. 19, pp. 186
e 187.)
Observação:
Para acessar a Parte 10 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/03/nos-dominios-damediunidade-andre-luiz_31.html
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