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quarta-feira, 14 de abril de 2021

 


Nos Domínios da Mediunidade

 

André Luiz

 

Parte 12

 

Estamos publicando neste espaço – sob a forma dialogada – o estudo de onze livros de André Luiz, psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier, integrantes da chamada Série Nosso Lar.

Concluído o estudo dos sete primeiros livros da Série, estudamos agora a oitava obra: Nos Domínios da Mediunidade, publicada em 1954 pela Federação Espírita Brasileira.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado do livro, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, sugerimos que clique em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#AND e, em seguida, no verbete " Nos Domínios da Mediunidade".

Eis as questões de hoje:

 

89. No culto do Evangelho e da prece, são muitos os desencarnados beneficiados?

Sim. Foi o que se viu na residência de Anésia, que abriu precioso livro de meditações evangélicas, acreditando agir ao acaso, mas o tema, em verdade, foi escolhido pelo Espírito de Teonília, que lhe vigiava, bondosa, os movimentos. Sua voz, fluente e suave, transmitia, sem que ela o soubesse, o pensamento de Teonília, que buscava, obviamente, socorrer-lhe o coração atormentado. Em dado momento, ante uma pausa natural nos estudos, sua filha Márcia percebeu a presença de muitos Espíritos no recinto e disse: "Continue, mãezinha! Continue... Tenho a ideia de que nos achamos à frente de enorme multidão..." Anésia, certa de que isso era verdade, prosseguiu nos comentários, que, efetivamente, acendiam novo ânimo nas almas presentes, ávidas de luz, tanto quanto sequiosas de paz e refazimento. (Nos Domínios da Mediunidade, cap. 20, pp. 191 e 192.)

90. Como os instrutores espirituais veem o casamento?

Diante de Anésia, em lágrimas, que fora traída pelo próprio esposo, Aulus a advertiu acerca do casamento, lembrando-lhe que o matrimônio terrestre não é uma simples excursão. "Minha amiga, o lar é uma escola em que as almas se reaproximam para o serviço da sua própria regeneração, com vistas ao aprimoramento que nos cabe apresentar de futuro", aduziu o Assistente. "Você ignora que no educandário há professores e alunos? desconhece que os melhores devem ajudar aos menos bons?" (Obra citada, cap. 20, pp. 192 a 194.)

91. Que palavras disse Aulus sobre a vingança e o ódio?

O diálogo foi entre ele e Anésia, a esposa enganada pelo marido. A compaixão – sugeriu Aulus – deveria ser a sua represália, jamais a vingança. "Consoante a lição do Mestre que hoje abraçamos, o amor deve ser nossa única atitude para com os adversários", ponderou Aulus. "A vingança, Anésia, é a alma da magia negra. Mal por mal significa o eclipse absoluto da razão." Por mais aflitiva que lhe fosse a lembrança daquela mulher, deveria recordá-la em suas preces e em suas meditações, por irmã necessitada de assistência fraterna. Não sabemos o que nos aconteceu no passado, nem o que nos ocorrerá no futuro. Quem terá sido ela no pretérito? Alguém que ajudamos ou ferimos? Quem será ela para nós no porvir? Nossa mãe ou nossa filha? Ditas tais palavras, Aulus pediu-lhe: "Não condene! O ódio é como o incêndio que tudo consome, mas o amor sabe como apagar o fogo e reconstruir". (Obra citada, cap. 20, pp. 194 a 196.)

92. Por que a oração é sempre um recurso importante?

A prece é uma luz abençoada porque assimila correntes superiores de força mental que nos auxiliam no resgate ou na ascensão. No caso Anésia, Aulus explicou: "Encontramos aqui precioso ensinamento acerca da oração... Anésia, mobilizando-a, não conseguiu modificar os fatos em si, mas logrou modificar a si mesma. As dificuldades presentes não se alteraram. Jovino continua em perigo, a casa prossegue ameaçada em seus alicerces morais, a velhinha doente aproxima-se da morte, entretanto nossa irmã recolheu expressivo coeficiente de energias para aceitar as provações que lhe cabem, vencendo-as com paciência e valor. E um Espírito transformado, naturalmente, transforma as situações". (Obra citada, cap. 20, pp. 196 a 198.)

93. Dona Elisa, cujo estado se agravara, sentia a presença de seu filho Olímpio (o filho desencarnado) a seu lado. Ele estava ali realmente?

Sim. Dona Elisa disse à filha: “Meu filho desceu do Céu e veio buscar-me... Não tenho dúvida... é meu filho, sim... meu filho...". Anésia acreditou no que ouvia, mas convidou a genitora ao serviço da prece, o que se fez, sob a assistência de Teonília, a esforçar-se por envolver a velhinha em fluidos calmantes. André observou, então, que Olímpio, o rapaz assassinado noutro tempo, jungia-se à mãe, à maneira de planta parasitária asfixiando um arbusto raquítico. Dona Elisa supunha fosse o filho um gênio guardião, quando a realidade é que ele se deixara dominar, mesmo depois da morte carnal, pelo vício da embriaguez. (Obra citada, cap. 21, pp. 201 e 202.)

94. No momento da morte, D. Elisa reviu cenas do seu passado na Terra?

Sim. Foi como se um relâmpago lhe rasgasse a noite mental, um desses raros minutos que valem séculos para a alma, que ela reviu apressadamente o passado, quando todas as cenas da infância, da mocidade e da madureza lhe reapareceram no templo da memória, como que a convidá-la a escrupuloso exame de consciência. Em seguida, Dona Elisa projetou-se na vida post mortem, mantendo-se, ainda, ligada ao corpo denso por um laço de substância prateada. (Obra citada, cap. 21, pp. 203 e 204.)

95. No momento da morte é possível ao moribundo, desprendendo-se da matéria, avisar os entes queridos acerca do seu falecimento?

Sim, todas as pessoas, desde que o desejem, podem efetuar semelhantes despedidas quando partem da Terra. A respeito desse fato, Aulus esclareceu: "Temos aqui um dos tipos habituais de comunicação nas ocorrências de morte. Pela persistência com que se repetem, os cientistas do mundo são constrangidos a examiná-los. Alguns atribuem esses fatos a transmissões de ondas telepáticas, ao passo que outros neles encontraram os chamados fenômenos de monição. (1) Isso tudo, porém, reduz-se na Doutrina do Espiritismo à verdade simples e pura da comunhão direta entre as almas imortais". (Obra citada, cap. 21, pp. 205 a 207.)

96. Animismo é o mesmo que mistificação inconsciente?

Em resposta a esta pergunta, Aulus explicou: "Muitos companheiros matriculados no serviço de implantação da Nova Era, sob a égide do Espiritismo, vêm convertendo a teoria animista num travão injustificável a lhes congelarem preciosas oportunidades de realização do bem; portanto, não nos cabe adotar como justas as palavras mistificação inconsciente ou subconsciente para batizar o fenômeno”. Depois, referindo-se à manifestação anímica que ensejou a pergunta mencionada, Aulus acrescentou: “Na realidade, a manifestação decorre dos próprios sentimentos de nossa amiga, arrojados ao pretérito, de onde recolhe as impressões deprimentes de que se vê possuída, externando-as no meio em que se encontra". (Obra citada, cap. 22, pp. 211 e 212.)

 

(1) Monição, do lat. monitionem, significa: revelação, às vezes pelo sono, de acontecimentos presentes ou passados.

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 11 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_07.html

 

 

 

 

  

 

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