O Além e a
Sobrevivência do Ser
Léon Denis
Parte 13
Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.
Nosso propósito é que este estudo
sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados
Clássicos do Espiritismo.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. Entre os adversários do Espiritismo
há os que buscam explicar os fenômenos espíritas pela sugestão mental. Que
resposta devemos dar a tal ideia?
B. Pierre Janet entendia que o médium
psicógrafo é como um ser hipnotizado a quem se sugere uma personalidade durante
o sono e que, ao despertar, perde a lembrança da sugestão e escreve
inconscientemente uma mensagem. Que dizer em resposta a essa ideia?
C. Outros críticos, como Flournoy,
Grasset e Binet, aventaram as teorias da dupla consciência e da alteração da
personalidade para explicar os fenômenos de psicografia e incorporação. Que diz
Léon Denis a respeito de semelhante tese?
Texto para
leitura
151. Adversários do Espiritismo têm
também procurado explicar todos os fenômenos espíritas pela sugestão e pela
dupla personalidade. Nas experiências, dizem, o médium se sugestiona a si
mesmo, ou, melhor, sofre a influência dos assistentes.
152. A sugestão mental, que não é mais
do que a transmissão do pensamento, malgrado as dificuldades que apresenta, se
pode compreender e estabelecer entre dois cérebros organizados, por exemplo,
entre o magnetizador e o magnetizando. Poder-se-á, porém, acreditar que a
sugestão atue sobre mesas? Pode-se admitir que objetos inanimados se mostrem
aptos a receber e reproduzir as impressões dos assistentes?
153. Não haveria meio de explicar-se
por essa teoria os casos de identidade, as revelações de fatos, de datas,
ignorados do médium e dos assistentes, que se produzem frequentemente nas
experiências, e menos ainda manifestações contrárias à vontade de todos os
espectadores. Muitas vezes, particularidades absolutamente desconhecidas de
todo o ser vivo na Terra são reveladas por médiuns e depois verificadas e
reconhecidas verdadeiras. Notáveis exemplos se encontram na obra de Aksakof: Animismo e Espiritismo e na de Russel
Wallace: Moderno Espiritualismo, assim como casos de mediunidade comprovados em
crianças de pouca idade, os quais, tanto quanto os precedentes, não poderiam
ser explicados pela sugestão.
154. Segundo os Srs. Pierre Janet e
Ferré – e é essa uma explicação de que amiúde se servem os adversários do
Espiritismo –, deve-se equiparar um médium psicógrafo a um hipnotizado, a quem
se sugere uma personalidade durante o sono e que, ao despertar, perde a
lembrança da sugestão. O sensitivo escreve inconscientemente uma carta, uma
narração relativa à personagem imaginária. É esta, dizem, a origem de todas as
mensagens espíritas.
155. Todos os que possuem alguma
experiência do Espiritismo sabem que semelhante explicação é inadmissível. Os
médiuns, escrevendo automaticamente, não são de antemão imersos no sono
hipnótico. É, em geral, despertos, na plenitude de suas faculdades e do seu eu
consciente, que eles escrevem sob a impulsão dos Espíritos.
156. Nas experimentações do Sr. Janet,
há sempre um hipnotizador em ligação magnética com o paciente. Não se dá o
mesmo nas sessões espíritas: nem o evocador, nem os assistentes atuam sobre o
médium; este ignora absolutamente o caráter do Espírito que se vai manifestar.
Muitas vezes até as questões são propostas aos Espíritos por incrédulos, mais
propensos a combater a manifestação do que a facilitá-la.
157. O fenômeno da comunicação gráfica
não consiste unicamente no caráter automático da escrita, mas sobretudo nas
provas inteligentes, nas identidades que fornece. Ora, as experiências do Sr.
Janet nada produzem que com isso se pareça. As comunicações sugeridas aos
pacientes hipnotizados são sempre de uma banalidade desesperadora, enquanto que
as mensagens dos Espíritos nos trazem de contínuo indicações, revelações que
entendem com as vidas presentes e passadas de seres que conhecemos na Terra,
que foram nossos amigos ou parentes, particularidades ignoradas do médium e cujo
caráter de certeza as distingue em absoluto dos trabalhos de hipnotismo.
158. Por meio da sugestão hipnótica
ninguém conseguirá que analfabetos escrevam, nem que um móvel dite poesias como
as que recebeu o Sr. Jaubert, presidente do Tribunal de Carcassonne, e foram
premiadas nos jogos florais de Toulouse.
159. Da mesma forma, por aquele meio,
ninguém conseguirá suscitar o aparecimento de mãos, de formas humanas, e menos
ainda os escritos de que se cobrem as lousas trazidas por observadores, que não
as largam um instante.
160. Convém lembrar que a Doutrina dos
Espíritos se constituiu com o auxílio de numerosas mensagens obtidas por
médiuns escreventes, dos quais eram totalmente desconhecidos os ensinos
transmitidos.
161. Quase todos haviam sido criados
desde pequeninos na doutrina da Igreja, na crença de um paraíso e de um
inferno. Suas convicções religiosas, as noções que tinham da vida futura
estavam em flagrante oposição com os princípios expostos pelos Espíritos.
Falecia-lhes qualquer ideia da reencarnação, ou das vidas sucessivas da alma,
assim como da verdadeira situação do Espírito após a morte, assuntos todos esses
constantes das mensagens recebidas.
162. Aí temos uma objeção irrefutável
à teoria da sugestão. É evidente que, no enorme acervo de fatos espíritas
atualmente registrados, muitos são fracos, pouco concludentes; outros podem ser
explicados pela sugestão ou pela exteriorização do sensitivo. Em certos grupos
espíritas há extrema facilidade em aceitar-se tudo como proveniente dos
Espíritos, sem a cautela de pôr de parte fenômenos duvidosos.
163. Mas, por grande que seja o número
destes, resta sempre um conjunto imponente de manifestações inexplicáveis pela
sugestão, pelo inconsciente, pela alucinação, ou por outras teorias análogas.
164. Os críticos procedem sempre do
mesmo modo com o Espiritismo. Consideram tão somente um gênero especial de
fenômenos e, de intento, afastam da discussão tudo que não logram compreender
nem refutar. Desde que julgam estar de posse da explicação de alguns fatos
isolados, apressam-se em concluir pelo absurdo do conjunto. Ora, quase sempre,
as explicações que dão são inexatas e deixam de lado as provas mais frisantes
da existência dos Espíritos e da sua intervenção nas coisas humanas.
165. Os professores Taine, Flournoy,
os doutores Binet e Grasset e outros aventaram as teorias da dupla consciência
e da alteração da personalidade, para explicarem os fenômenos da escrita e da
incorporação; mas os sistemas que preconizam não se conformam com os fatos de
escrita em línguas estrangeiras ignoradas do médium, tal como sucedeu com a
filha do grande juiz Edmonds.
166. Não se conformam igualmente com
os autógrafos obtidos de alguns defuntos, nem ainda com os fenômenos de escrita
produzidos por analfabetos e os fatos de escrita direta, conseguida pelo Sr. de
Guldenstubbe, sem contato, em folhas de papel não preparadas, como também não
explicam a experiência relatada por Sir William Crookes, na qual a mão de um
Espírito, materializada, desceu do forro, às suas vistas, no seu próprio
gabinete de trabalho, enquanto ele mantinha seguras as duas mãos da médium Kate
Fox.
Respostas às questões preliminares
A. Entre os adversários do Espiritismo há os que buscam
explicar os fenômenos espíritas pela sugestão mental. Que resposta devemos dar
a tal ideia?
A sugestão mental, que não é mais do
que a transmissão do pensamento, malgrado as dificuldades que apresenta, se
pode compreender e estabelecer entre dois cérebros organizados, por exemplo,
entre o magnetizador e o magnetizando. Poder-se-á, porém, acreditar que a sugestão
atue sobre mesas e as faça girar e levitar? Pode-se admitir que objetos
inanimados se mostrem aptos a receber e reproduzir as impressões dos
assistentes? Como explicar pela sugestão os casos de identidade, as revelações
de fatos e de datas ignorados do médium e dos assistentes, que se produzem
frequentemente nas experiências, bem como as fotografias transcendentais, a
escrita direta e os casos de materialização de Espíritos? (O Além e a Sobrevivência do Ser.)
B. Pierre Janet entendia que o médium psicógrafo é como um
ser hipnotizado a quem se sugere uma personalidade durante o sono e que, ao
despertar, perde a lembrança da sugestão e escreve inconscientemente uma
mensagem. Que dizer em resposta a essa ideia?
Léon Denis diz que todos os que
possuem alguma experiência do Espiritismo sabem que semelhante explicação é
inadmissível. Os médiuns, escrevendo automaticamente, não são de antemão
imersos no sono hipnótico. É, geralmente, despertos, na plenitude de suas
faculdades e do seu eu consciente, que eles escrevem sob a impulsão dos
Espíritos, cujo caráter ignoram. (Obra citada)
C. Outros críticos, como Flournoy, Grasset e Binet,
aventaram as teorias da dupla consciência e da alteração da personalidade para
explicar os fenômenos de psicografia e incorporação. Que diz Léon Denis a
respeito de semelhante tese?
Léon Denis diz que os críticos
procedem sempre do mesmo modo com o Espiritismo. Consideram tão somente um
gênero especial de fenômenos e, de intento, afastam da discussão tudo que não
logram compreender nem refutar. Desde que julgam estar de posse da explicação
de alguns fatos isolados, apressam-se em concluir pelo absurdo do conjunto.
Ora, quase sempre as explicações que dão são inexatas e deixam de lado as
provas mais frisantes da existência dos Espíritos e da sua intervenção nas
coisas humanas. Os sistemas que preconizam não se conformam com os fatos de
escrita em línguas estrangeiras ignoradas do médium, tal como sucedeu com a
filha do grande juiz Edmonds, e não se conformam igualmente com os autógrafos
obtidos de alguns defuntos, nem ainda com os fenômenos de escrita produzidos
por analfabetos, os fatos de escrita direta, conseguida pelo Sr. de
Guldenstubbe, e a experiência relatada por Sir William Crookes, na qual a mão de
um Espírito, materializada, desceu do forro, às suas vistas, no seu próprio
gabinete de trabalho, enquanto ele mantinha seguras as duas mãos da médium Kate
Fox. (Obra citada)
Observação:
Para acessar a Parte 12 deste
estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_09.html
Como consultar as matérias deste
blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/h85Vsc, e verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele
nos propicia. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário