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sexta-feira, 16 de abril de 2021

 



O Além e a Sobrevivência do Ser

 

Léon Denis

 

Parte 13

 

Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.

Nosso propósito é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Entre os adversários do Espiritismo há os que buscam explicar os fenômenos espíritas pela sugestão mental. Que resposta devemos dar a tal ideia?

B. Pierre Janet entendia que o médium psicógrafo é como um ser hipnotizado a quem se sugere uma personalidade durante o sono e que, ao despertar, perde a lembrança da sugestão e escreve inconscientemente uma mensagem. Que dizer em resposta a essa ideia?

C. Outros críticos, como Flournoy, Grasset e Binet, aventaram as teorias da dupla consciência e da alteração da personalidade para explicar os fenômenos de psicografia e incorporação. Que diz Léon Denis a respeito de semelhante tese?

 

Texto para leitura

 

151. Adversários do Espiritismo têm também procurado explicar todos os fenômenos espíritas pela sugestão e pela dupla personalidade. Nas experiências, dizem, o médium se sugestiona a si mesmo, ou, melhor, sofre a influência dos assistentes.

152. A sugestão mental, que não é mais do que a transmissão do pensamento, malgrado as dificuldades que apresenta, se pode compreender e estabelecer entre dois cérebros organizados, por exemplo, entre o magnetizador e o magnetizando. Poder-se-á, porém, acreditar que a sugestão atue sobre mesas? Pode-se admitir que objetos inanimados se mostrem aptos a receber e reproduzir as impressões dos assistentes?

153. Não haveria meio de explicar-se por essa teoria os casos de identidade, as revelações de fatos, de datas, ignorados do médium e dos assistentes, que se produzem frequentemente nas experiências, e menos ainda manifestações contrárias à vontade de todos os espectadores. Muitas vezes, particularidades absolutamente desconhecidas de todo o ser vivo na Terra são reveladas por médiuns e depois verificadas e reconhecidas verdadeiras. Notáveis exemplos se encontram na obra de Aksakof: Animismo e Espiritismo e na de Russel Wallace: Moderno Espiritualismo, assim como casos de mediunidade comprovados em crianças de pouca idade, os quais, tanto quanto os precedentes, não poderiam ser explicados pela sugestão.

154. Segundo os Srs. Pierre Janet e Ferré – e é essa uma explicação de que amiúde se servem os adversários do Espiritismo –, deve-se equiparar um médium psicógrafo a um hipnotizado, a quem se sugere uma personalidade durante o sono e que, ao despertar, perde a lembrança da sugestão. O sensitivo escreve inconscientemente uma carta, uma narração relativa à personagem imaginária. É esta, dizem, a origem de todas as mensagens espíritas.

155. Todos os que possuem alguma experiência do Espiritismo sabem que semelhante explicação é inadmissível. Os médiuns, escrevendo automaticamente, não são de antemão imersos no sono hipnótico. É, em geral, despertos, na plenitude de suas faculdades e do seu eu consciente, que eles escrevem sob a impulsão dos Espíritos.

156. Nas experimentações do Sr. Janet, há sempre um hipnotizador em ligação magnética com o paciente. Não se dá o mesmo nas sessões espíritas: nem o evocador, nem os assistentes atuam sobre o médium; este ignora absolutamente o caráter do Espírito que se vai manifestar. Muitas vezes até as questões são propostas aos Espíritos por incrédulos, mais propensos a combater a manifestação do que a facilitá-la.

157. O fenômeno da comunicação gráfica não consiste unicamente no caráter automático da escrita, mas sobretudo nas provas inteligentes, nas identidades que fornece. Ora, as experiências do Sr. Janet nada produzem que com isso se pareça. As comunicações sugeridas aos pacientes hipnotizados são sempre de uma banalidade desesperadora, enquanto que as mensagens dos Espíritos nos trazem de contínuo indicações, revelações que entendem com as vidas presentes e passadas de seres que conhecemos na Terra, que foram nossos amigos ou parentes, particularidades ignoradas do médium e cujo caráter de certeza as distingue em absoluto dos trabalhos de hipnotismo.

158. Por meio da sugestão hipnótica ninguém conseguirá que analfabetos escrevam, nem que um móvel dite poesias como as que recebeu o Sr. Jaubert, presidente do Tribunal de Carcassonne, e foram premiadas nos jogos florais de Toulouse.

159. Da mesma forma, por aquele meio, ninguém conseguirá suscitar o aparecimento de mãos, de formas humanas, e menos ainda os escritos de que se cobrem as lousas trazidas por observadores, que não as largam um instante.

160. Convém lembrar que a Doutrina dos Espíritos se constituiu com o auxílio de numerosas mensagens obtidas por médiuns escreventes, dos quais eram totalmente desconhecidos os ensinos transmitidos.

161. Quase todos haviam sido criados desde pequeninos na doutrina da Igreja, na crença de um paraíso e de um inferno. Suas convicções religiosas, as noções que tinham da vida futura estavam em flagrante oposição com os princípios expostos pelos Espíritos. Falecia-lhes qualquer ideia da reencarnação, ou das vidas sucessivas da alma, assim como da verdadeira situação do Espírito após a morte, assuntos todos esses constantes das mensagens recebidas.

162. Aí temos uma objeção irrefutável à teoria da sugestão. É evidente que, no enorme acervo de fatos espíritas atualmente registrados, muitos são fracos, pouco concludentes; outros podem ser explicados pela sugestão ou pela exteriorização do sensitivo. Em certos grupos espíritas há extrema facilidade em aceitar-se tudo como proveniente dos Espíritos, sem a cautela de pôr de parte fenômenos duvidosos.

163. Mas, por grande que seja o número destes, resta sempre um conjunto imponente de manifestações inexplicáveis pela sugestão, pelo inconsciente, pela alucinação, ou por outras teorias análogas.

164. Os críticos procedem sempre do mesmo modo com o Espiritismo. Consideram tão somente um gênero especial de fenômenos e, de intento, afastam da discussão tudo que não logram compreender nem refutar. Desde que julgam estar de posse da explicação de alguns fatos isolados, apressam-se em concluir pelo absurdo do conjunto. Ora, quase sempre, as explicações que dão são inexatas e deixam de lado as provas mais frisantes da existência dos Espíritos e da sua intervenção nas coisas humanas.

165. Os professores Taine, Flournoy, os doutores Binet e Grasset e outros aventaram as teorias da dupla consciência e da alteração da personalidade, para explicarem os fenômenos da escrita e da incorporação; mas os sistemas que preconizam não se conformam com os fatos de escrita em línguas estrangeiras ignoradas do médium, tal como sucedeu com a filha do grande juiz Edmonds.

166. Não se conformam igualmente com os autógrafos obtidos de alguns defuntos, nem ainda com os fenômenos de escrita produzidos por analfabetos e os fatos de escrita direta, conseguida pelo Sr. de Guldenstubbe, sem contato, em folhas de papel não preparadas, como também não explicam a experiência relatada por Sir William Crookes, na qual a mão de um Espírito, materializada, desceu do forro, às suas vistas, no seu próprio gabinete de trabalho, enquanto ele mantinha seguras as duas mãos da médium Kate Fox.

 

Respostas às questões preliminares

 

A. Entre os adversários do Espiritismo há os que buscam explicar os fenômenos espíritas pela sugestão mental. Que resposta devemos dar a tal ideia?

A sugestão mental, que não é mais do que a transmissão do pensamento, malgrado as dificuldades que apresenta, se pode compreender e estabelecer entre dois cérebros organizados, por exemplo, entre o magnetizador e o magnetizando. Poder-se-á, porém, acreditar que a sugestão atue sobre mesas e as faça girar e levitar? Pode-se admitir que objetos inanimados se mostrem aptos a receber e reproduzir as impressões dos assistentes? Como explicar pela sugestão os casos de identidade, as revelações de fatos e de datas ignorados do médium e dos assistentes, que se produzem frequentemente nas experiências, bem como as fotografias transcendentais, a escrita direta e os casos de materialização de Espíritos? (O Além e a Sobrevivência do Ser.)

B. Pierre Janet entendia que o médium psicógrafo é como um ser hipnotizado a quem se sugere uma personalidade durante o sono e que, ao despertar, perde a lembrança da sugestão e escreve inconscientemente uma mensagem. Que dizer em resposta a essa ideia?

Léon Denis diz que todos os que possuem alguma experiência do Espiritismo sabem que semelhante explicação é inadmissível. Os médiuns, escrevendo automaticamente, não são de antemão imersos no sono hipnótico. É, geralmente, despertos, na plenitude de suas faculdades e do seu eu consciente, que eles escrevem sob a impulsão dos Espíritos, cujo caráter ignoram. (Obra citada)

C. Outros críticos, como Flournoy, Grasset e Binet, aventaram as teorias da dupla consciência e da alteração da personalidade para explicar os fenômenos de psicografia e incorporação. Que diz Léon Denis a respeito de semelhante tese?

Léon Denis diz que os críticos procedem sempre do mesmo modo com o Espiritismo. Consideram tão somente um gênero especial de fenômenos e, de intento, afastam da discussão tudo que não logram compreender nem refutar. Desde que julgam estar de posse da explicação de alguns fatos isolados, apressam-se em concluir pelo absurdo do conjunto. Ora, quase sempre as explicações que dão são inexatas e deixam de lado as provas mais frisantes da existência dos Espíritos e da sua intervenção nas coisas humanas. Os sistemas que preconizam não se conformam com os fatos de escrita em línguas estrangeiras ignoradas do médium, tal como sucedeu com a filha do grande juiz Edmonds, e não se conformam igualmente com os autógrafos obtidos de alguns defuntos, nem ainda com os fenômenos de escrita produzidos por analfabetos, os fatos de escrita direta, conseguida pelo Sr. de Guldenstubbe, e a experiência relatada por Sir William Crookes, na qual a mão de um Espírito, materializada, desceu do forro, às suas vistas, no seu próprio gabinete de trabalho, enquanto ele mantinha seguras as duas mãos da médium Kate Fox. (Obra citada)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 12 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_09.html

 

 

 

 

 

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