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segunda-feira, 19 de abril de 2021

 



Nas Fronteiras da Loucura

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 2

 

Continuamos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Nas Fronteiras da Loucura, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Nas Fronteiras da Loucura”.

Eis as questões de hoje:

 

9. Como era o ambiente psíquico nos locais onde os festejos carnavalescos ocorriam?

O ambiente era aterrador! As entidades desencarnadas ali presentes disputavam entre si, como chacais, a vampirização das vítimas inermes, telecomandadas; estimulavam a sensibilidade e as libações alcoólicas de que participavam; ingeriam drogas, que seus comparsas encarnados, verdadeiros intermediários submissos, patrocinavam. Era difícil distinguir ali se os homens eram cópia rude das faces aberrantes dos desencarnados ou se estes os imitavam, tal a sintonia e o perfeito intercâmbio sustentado. A uma pergunta de Philomeno de Miranda, dr. Bezerra explicou: "Miranda, onde a criatura coloque suas aspirações, aí encontra intercâmbio. O homem é o somatório dos seus anelos e realizações. Enquanto não elabore mais altas necessidades íntimas, demorar-se-á nas permutas grosseiras da faixa dos instintos primários. Em razão disso, a Humanidade padece de carências urgentes nas áreas rudimentares da vida... Deixando-se martirizar pelos desejos inconfessáveis, ainda não se resolveu por uma conduta, realmente emocional, que lhe permita o trabalho íntimo de desembaraçar-se das sensações que respondem pelos interesses grosseiros, geradores das lutas pela posse com a predominância do egoísmo". (Nas Fronteiras da Loucura, cap. 2, pp. 24 e 25.)

10. É correto afirmar que toda ascensão exige sacrifício e renúncias?

Sim. Esse pensamento é do dr. Bezerra de Menezes, que assim o explanou: "A visão dos amplos horizontes coloridos somente é lograda após a vitória sobre as baixadas sombrias e as veredas tortuosas. O fatalismo da vida é para o bem e a destinação é para a felicidade. Consegui-los ao impulso do amor ou conquistá-los a penas de sofrimentos são as escolhas únicas que se terão para fazer". (Obra citada, cap. 2, pp. 25 e 26.)

11. Como é, em geral, o ambiente psíquico em um Sanatório? 

Podemos deduzir a resposta a esta pergunta com base na descrição que Philomeno de Miranda fez de sua visita ao Sanatório em que Julinda se encontrava internada. Devido à psicosfera geral, o ambiente era irrespirável. Os enfermos encarnados sofriam ali a ação de funcionários inescrupulosos em sintonia com os Espíritos vingativos, e os desencarnados presentes, igualmente alienados, sofriam por sua vez subjugações cruéis sob tormentos inenarráveis, nas mãos dos seus sicários, dos quais a morte não os libertara. Julinda, a enferma, ocupava um apartamento especial, adormecida sob a alta dose de um antidepressivo, enquanto Espíritos perturbados e irresponsáveis tomavam o recinto, embora não fossem necessariamente vinculados à paciente. (Obra citada, cap. 2, pp. 27 e 28.)

12. É certo afirmar que na patogênese da alienação mental defrontaremos sempre um Espírito que faliu? 

Sim. Encontraremos aí, então, um Espírito que se encontra sob a injunção reparadora de que não se pode apartar, a não ser pelo cumprimento da justa pena a que se submeteu pelo processo da evolução. As Leis de Deus não podem sofrer defraudações, sem que se estabeleçam critérios automáticos de recomposição, em cujo mister se envolvem os que agem com desregramento ou imprevidência. Toda criatura traz em si o gérmen, a noção do bem e do mal, em cuja vivência programa o céu ou o inferno a que se vincula, gerando as matrizes das alegrias ou dores que passam a constituir-lhe o modus vivendi do futuro. (Obra citada, cap. 3, pp. 31 e 32.)

13. Que princípios, segundo os romanos, constituíam as bases da felicidade humana? 

Eram três esses princípios: "Viver honestamente. Dar a cada um o que é seu. Não lesar ninguém". (Obra citada, cap. 3, pp. 33 e 34.)

14. Julinda, como é mencionado no livro que ora estudamos, havia cometido aborto. Consumado o aborto, que atitude tomou o Espírito abortado?

Foi exatamente aí que começou o calvário de Julinda. O Espírito expulso do ventre materno não se desligou da matriz uterina e passou a influenciar com sua mente vigorosa e revoltada o organismo que se negara a sustentá-lo. Sentindo-se injustamente repudiado, apesar de suas reiteradas súplicas, ele assenhoreou-se lentamente da criminosa, pela incidência telepática, conseguindo desarticular-lhe o equilíbrio da razão. Atada ao Espírito de quem desejara libertar-se, Julinda, nos parciais desprendimentos pelo sono, passou a defrontá-lo em metamorfoses dolorosas e apavorantes. Via-o deformado, agressivo, subitamente diluindo-se, como se acionado por estranho mecanismo oculto, para logo ressurgir na aparência fetal, despedaçando-se e rebolcando-se em sangue. E essas cenas vivas passaram a afligi-la cruelmente, impossibilitando-lhe o necessário repouso. (Obra citada, cap. 4, pp. 39 e 40.)

15. Em que consiste a chamada psicose puerperal?

A explicação nos é dada pelo dr. Bezerra de Menezes. "Tecnicamente – disse ele – a produção dos hormônios, que se faz normalmente, torna-se fator do desequilíbrio, em razão de os mesmos se transformarem em toxinas que, atuando no complexo cerebral, terminam por desarranjar a estabilidade psíquica. Mesmo em fenômeno de tal ordem, meramente fisiológico, defrontamos o Espírito devedor, que volve à forma feminina sob a injunção do distúrbio para recuperar-se do mau uso passado das funções genésicas. Observa-se, igualmente, que o desarranjo hormonal sucede em jovens e senhoras durante o período catamênico, alterando o comportamento, que tende à excitação psíquica para posterior queda depressiva.” Dr. Bezerra informou, ainda, que, nessa condição de devedor, a pessoa sintoniza com mais facilidade com outros Espíritos situados na mesma faixa evolutiva, ou em condição inferior, perante os quais se encontra em débito, facilitando o quadro genérico das obsessões. Era esse o caso de Julinda. (Obra citada, cap. 4, pp. 40 e 41.)

16. É certo afirmar que o amor é sempre mais benéfico para quem ama?

Sim. E quando os homens compreenderem esta verdade, muitos males desaparecerão da Terra e a etiopatogenia de inúmeras enfermidades diluir-se-á, sustando-se a erupção delas. Contudo, enquanto o egoísmo governar o comportamento, a dor se atrelará às criaturas, realizando o mister de conduzi-las para o equilíbrio, a ordem e o bem, que são as fatalidades da evolução. (Obra citada, cap. 4, pp. 40 e 41.) 

 

 

Observação:

Para acessar a 1ª Parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_12.html

 

 

 

 

  

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