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sexta-feira, 30 de abril de 2021

 



O Além e a Sobrevivência do Ser

 

Léon Denis

 

Parte 15

 

Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.

Nosso propósito é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Quantos elementos compõem o ser humano?

B. É correto dizer que o homem tem diversas consciências?

C. Segundo o Espiritismo, as almas que se amam tornam a encontrar-se, mesmo depois do fenômeno da morte corpórea? 

 

Texto para leitura

 

175. Jamais os seres invisíveis se nos apresentaram como sendo o inconsciente ou o eu superior dos médiuns e das outras pessoas presentes. Sempre se anunciaram como personalidades diferentes, no gozo pleno de suas consciências, com individualidades livres, que viveram na Terra, conhecidos dos assistentes, na maioria dos casos com todos os caracteres do ser humano, suas qualidades e seus defeitos, e, frequentemente, forneciam provas de sua própria identidade.

176. O que há de mais notável em tudo isto, parece-nos, é a engenhosidade, a fecundidade de certos pensadores, a habilidade que denotam em arquitetar teorias fantasistas, com o fim de fugirem a realidades que lhes desagradam e os embaraçam.

177. Sem dúvida, não previram todas as consequências de seus sistemas, fecharam os olhos aos resultados que deles se pode esperar. Sem atenderem a que estas doutrinas funestas aniquilam a consciência e a personalidade, separando-as, chegando logicamente, fatalmente, à negação da liberdade, da responsabilidade e, por conseguinte, à destruição de toda a lei moral.

178. Efetivamente, tivessem realidade tais hipóteses, o homem seria uma dualidade ou uma pluralidade mal equilibrada, em que cada consciência agiria a seu talante, sem se incomodar com as outras. São essas noções que, penetrando nas almas e tornando-se para elas uma convicção, um argumento, as levam a todos os excessos.

179. Ao contrário, tudo na Natureza e no homem é simples, claro, harmônico e só parece obscuro e complicado por efeito do espírito de sistema.

180. Do exame atento, do estudo constante e aprofundado do ser humano, uma coisa resulta: a existência, em nós, de três elementos, que são o corpo físico, o corpo fluídico ou perispírito e, enfim, a alma ou espírito. Aquilo a que chamam o inconsciente, a segunda pessoa, o eu superior, a policonsciência etc., é apenas o Espírito que, dadas certas condições de desprendimento e de clarividência, vê surgir em si, como manifestação de poderes ocultos, um conjunto de recursos que as anteriores existências lhe armazenaram e que se achavam momentaneamente escondidos sob o véu da carne.

181. Não, certamente, o homem não tem diversas consciências. A unidade psíquica do ser é condição essencial de sua liberdade e de sua responsabilidade. Há nele, sim, diversos estados de consciência.

182. À medida que o Espírito se desprende da matéria e se liberta do envoltório carnal, suas faculdades, suas percepções se dilatam, suas lembranças despertam, a irradiação da sua personalidade se amplia. É isso o que algumas vezes se produz no estado de sono magnético. Em tal estado o véu da matéria cai, a alma se liberta e suas potências latentes ressurgem. Daí, algumas manifestações de uma mesma inteligência, que deram azo à crença numa dupla personalidade, numa pluralidade de consciências.

183. Entretanto, semelhante ideia não basta para explicar os fenômenos espíritas. Na maior parte dos casos, a intervenção de entidades estranhas, de vontades livres e autônomas se impõe, como sendo a única explicação racional. Inutilmente, pois, os críticos se encarniçam contra o Espiritismo.

184. Desde que os examinemos com atenção, seus argumentos se desfazem como o fumo: alucinação, sugestão, inconsciente subliminal, nada mais são do que palavras. Aqueles que as põem em uso pensam ter dito tudo. Na realidade, porém, nada explicam e os problemas subsistem em toda a sua extensão.

185. A prática do Espiritismo apresenta, é certo, sombras, dificuldades, perigos. Mas, não esqueçamos que não há no mundo coisa alguma, por mais bela e proveitosa que seja, que não se torne perigosa logo que dela se abuse. O mesmo acontece com o Espiritismo.

186. Estudai-lhe as leis, obedecei-lhe às regras, não abordeis a experimentação senão possuídos de sentimento puro e elevado e lhe reconhecereis bem depressa a grandiosidade e a beleza. Compreendereis que se tornará a força moral do futuro, a prova mais certa da sobrevivência, a consolação dos desgraçados, o supremo refúgio dos náufragos da vida.

187. Ele já por toda parte penetra. A literatura se mostra dele impregnada. A imprensa periódica lhe consagra frequentes artigos. A Ciência, que por tanto tempo o repeliu, muda pouco a pouco de atitude no que lhe diz respeito. As Igrejas, que supunham destroçá-lo facilmente, se veem na contingência de recorrer a todas as armas para combatê-lo. Em muitos púlpitos seu poder é mesmo proclamado; todos os dias vemos sacerdotes veneráveis, pastores e crentes lhe darem testemunho de fé.

188. Ele triunfará, pois que é a verdade e à verdade nada pode resistir. Seria tão difícil deter a marcha dos astros, paralisar o movimento da Terra, quanto obstar aos progressos desta verdade que se revelou ao mundo e fazer que os homens regredissem às suas dúvidas, às suas incertezas, às suas negações anteriores.

189. Resumamos e concluamos. Através da espessa bruma em que flutua há tantos séculos o pensamento humano, tateando em busca do desconhecido, o fenômeno espírita faz passar um grande facho de luz. As quimeras que o passado engendrou se dissipam: não mais separação definitiva, não mais inferno eterno! O Além se revela nas suas misteriosas profundezas, onde se desdobra a vida infinita, onde atuam as forças divinas. A angústia das partidas, o desespero das separações cedem lugar à alegria do regresso e à inebriante promessa das reuniões entrevistas.

190. Todas as almas que se amam tornam a encontrar-se, a fim de prosseguirem juntas na sua evolução ascendente, de vida em vida, de mundo em mundo, e subirem para a perfeição, para Deus, banhadas de uma luz cada vez mais viva, ao seio de harmonias sempre e sempre mais grandiosas. A revelação dos Espíritos, feita em inúmeras mensagens faladas e escritas, recebidas em todos os pontos do globo, vem mostrar-nos o supremo alvo da vida, de todas as nossas vidas.

 

Respostas às questões preliminares

 

A. Quantos elementos compõem o ser humano?

Existem em nós, seres humanos, três elementos: o corpo físico, o corpo fluídico ou perispírito e, enfim, a alma ou espírito. Aquilo a que chamam o inconsciente, a segunda pessoa, o eu superior, a policonsciência etc., é apenas o Espírito que, dadas certas condições de desprendimento e de clarividência, vê surgir em si, como manifestação de poderes ocultos, um conjunto de recursos que as anteriores existências lhe armazenaram e que se achavam momentaneamente escondidos sob o véu da carne. (O Além e a Sobrevivência do Ser.)

B. É correto dizer que o homem tem diversas consciências?

Claro que não. O homem – diz Léon Denis – não tem diversas consciências. A unidade psíquica do ser é condição essencial de sua liberdade e de sua responsabilidade. Há nele, sim, diversos estados de consciência. À medida que o Espírito se desprende da matéria e se liberta do envoltório carnal, suas faculdades, suas percepções se dilatam, suas lembranças despertam, a irradiação da sua personalidade se amplia. Em tal estado o véu da matéria cai, a alma se liberta e suas potências latentes ressurgem. Daí, algumas manifestações de uma mesma inteligência, que deram azo à crença numa dupla personalidade, numa pluralidade de consciências. (Obra citada.)

C. Segundo o Espiritismo, as almas que se amam tornam a encontrar-se, mesmo depois do fenômeno da morte corpórea? 

Sim. Todas as almas que se amam tornam a encontrar-se, a fim de prosseguirem juntas na sua evolução ascendente, de vida em vida, de mundo em mundo, e subirem para a perfeição, para Deus, banhadas de uma luz cada vez mais viva, ao seio de harmonias sempre e sempre mais grandiosas. (Obra citada.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 14 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_23.html

 

 

 

 

 

 

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