sexta-feira, 23 de abril de 2021

 



O Além e a Sobrevivência do Ser

 

Léon Denis

 

Parte 14

 

Damos sequência ao estudo do clássico O Além e a Sobrevivência do Ser, de autoria de Léon Denis, com base na 8ª edição publicada em português pela Federação Espírita Brasileira.

Nosso propósito é que este estudo sirva para o leitor como uma forma de iniciação ao estudo dos chamados Clássicos do Espiritismo.

Cada parte do estudo compõe-se de:

a) questões preliminares;

b) texto para leitura.

As respostas às questões propostas encontram-se no final do texto abaixo. 

 

Questões preliminares

 

A. Que comentário fez o pastor Benezech a propósito das teorias que atribuem os fatos espíritas à ação do subconsciente?

B. Os Espíritos podem ler textos constantes de nossos próprios livros?

C. É verdade que Myers e outros colegas seus, mesmo depois de desencarnados, continuavam interessados na investigação dos fatos espíritas?

 

Texto para leitura

 

167. Em todas as teorias propostas pelos adversários da tese espírita quase constantemente se confunde o subconsciente, ou o subliminal, quer com o duplo fluídico, que não é um ser, mas um organismo, quer com o Espírito preposto à guarda da alma encarnada neste mundo.

168. O pastor Benezech, que os fatos converteram ao Espiritismo, demonstrou excelentemente tudo que há de arbitrário e de inverossímil nessas pretensas explicações científicas.

169. Num livro recente escreveu ele a esse respeito: 

“A mesa revelava uma coisa que material, absoluta e incontestavelmente nos era impossível saber. Alguém a conhecia em nosso lugar, pois que no-la dizia. A memória latente não teve possibilidade de intervir e, se só o subconsciente esteve em ação, que poder não é o seu! Ele existe em nós, é uma parte de nosso próprio ser, por capricho da Natureza que equivale, quando refletimos nisso, aos mais inverossímeis prodígios: pensa, concebe projetos, executa-os, tudo à nossa revelia, e em seguida nos diz o que realizou, não quando nos achamos adormecidos e a sonhar, mas perfeitamente acordados e à espera do que se vai dar. Os amadores do fantástico têm com que se regalar.”  

170. No seu último livro, Sir Oliver Lodge refere, nestes termos, um fato que nenhuma das teorias tão caras aos adversários do Espiritismo pode explicar:

“O texto seguinte obteve-o o Sr. Stainton Moses, quando, em sessão na biblioteca do Dr. Speer, conversava, por intermédio de sua mão, que escrevia automaticamente, com diversos interlocutores invisíveis:

S. M. – Podeis ler?

Resp. – Não, amigo, não posso, mas Zacarias Gray, assim como Rector, podem fazê-lo.

S. M. – Algum desses Espíritos está aqui?

Resp. – Vou buscar um imediatamente. Vou mandar... Rector aí está.

S. M. – Perguntei se podíeis ler. É verdade? Podeis ler um livro?

Resp. – (A caligrafia muda.) Sim, amigo, mas dificilmente.

S. M. – Queira ter a bondade de escrever a última linha do Primeiro Livro de Eneida.

Resp. – Espere... Omnibus errantem terris et fluctibus oestas.

(Era isso, exatamente.)

S. M. – Está bem. Mas é possível que eu o soubesse. Podeis ir à biblioteca, tomar o penúltimo volume da segunda prateleira e ler-me o último parágrafo da pág. 94? Não sei qual é o livro e lhe ignoro até o título.

(Depois de pequeno lapso de tempo, obteve-se o seguinte, por meio da escrita automática): – ‘Provarei por uma breve narrativa histórica ser o papado uma novidade que, gradualmente, se formou e cresceu desde os tempos primitivos do Cristianismo puro, não só desde a era apostólica, porém mesmo desde a lamentável união da Igreja e do Estado por Constantino.’

(O volume em questão se verificou ser o de uma obra extravagante que tinha por título: Rodger’s Antipopopriestian, an attempt to liberate and purify Christianity from Popery, Politikirkality and Priestrule. O extrato dado acima estava fiel, com exceção da palavra narrative, que substituíra o termo account.)

S. M. – Como é que fui indicar um trecho tão a propósito?

Resp. – Não sei, meu amigo, efeito de coincidência. A palavra foi trocada por erro. Percebi-o quando já o tinha cometido e não quis corrigi-lo.

S. M. – Como ledes? Escrevíeis mais devagar, por pedaços e aos arrancos.

Resp. – Escrevia aquilo de que me lembrava e ia, em seguida, ler para diante. É preciso fazer um esforço especial para ler. Isto nenhuma utilidade apresenta senão como prova. Tinha razão o vosso amigo ontem à noite; podemos ler, mas só quando são favoráveis as condições. Vamos ler mais uma vez, escreveremos e depois vos indicaremos o livro: ‘Pope é o último grande escritor dessa escola de poesia, a poesia da inteligência, ou antes, da inteligência casada com a imaginação.’ Esse trecho se acha realmente escrito. Procurai no undécimo volume da mesma prateleira.

(Apanhei um livro intitulado: Poesia, Romance e Retórica.)

– Ele vai abrir-se na página desejada. Tomai, lede e reconhecei o nosso poder e a permissão que nos concede Deus, grande e bom, de vos mostrarmos a ação que temos sobre a matéria. Glória a Ele. Amém.

(O livro, aberto na pág. 145, mostrou que a citação fora absolutamente verdadeira. Eu nunca passara antes os olhos pelo volume; é fora de dúvida, pois, que nenhuma ideia tinha acerca do que nele estava escrito. (S. M.) Estes volumes pertenciam à biblioteca do Dr. Speer. (O. L.)”.    

171. Nas últimas páginas do mesmo livro, concluindo, escreveu Oliver Lodge, depois de haver narrado inúmeros fatos:

“Verificamos que amigos defuntos, alguns dos quais nos eram muito conhecidos e tiveram parte ativa nos trabalhos da Sociedade quando vivos, especialmente Gurney, Myers e Hodgson, constantemente procuram comunicar-se conosco na intenção bem clara de pacientemente provarem suas identidades e de nos darem correspondências cruzadas por diferentes médiuns. Verificamos também que eles respondem a perguntas especiosas, de um modo que é característico de suas conhecidas personalidades, dando testemunho de conhecimentos que lhes eram peculiares.”  

172. Os teoristas do subconsciente fazem deste um ser dotado de transcendentes faculdades intelectuais. Que há então de extraordinário que certas manifestações do espírito pareçam ser assim por eles explicadas? Mas, ao passo que a teoria espírita é clara, precisa e se adapta perfeitamente à natureza dos fenômenos, a hipótese da subconsciência se mostra vaga e confusa.

173. Diante dos fatos que acabamos de assinalar, é lícito perguntar-se em virtude de que acordo universal os inconscientes sepultados no homem, ignorando-se uns aos outros e ignorando-se a si mesmos, são unânimes, no curso das manifestações ocultas, em se dizerem Espíritos dos mortos? Como poderiam conhecer e comunicar minúcias sobre a identidade dos mesmos mortos?

174. É o que temos logrado comprovar nas inúmeras experiências em que temos tomado parte, durante mais de trinta anos, em diversos pontos do globo, na França e no estrangeiro.

 

Respostas às questões preliminares

 

A. Que comentário fez o pastor Benezech a propósito das teorias que atribuem os fatos espíritas à ação do subconsciente?

O pastor Benezech, que os fatos converteram ao Espiritismo, demonstrou excelentemente tudo que há de arbitrário e de inverossímil nessas pretensas explicações científicas. E escreveu de forma irônica, a propósito das comunicações obtidas por meio da mesa: “A mesa revelava uma coisa que material, absoluta e incontestavelmente nos era impossível saber. Alguém a conhecia em nosso lugar, pois que no-la dizia. A memória latente não teve possibilidade de intervir e, se só o subconsciente esteve em ação, que poder não é o seu! Ele existe em nós, é uma parte de nosso próprio ser, por capricho da Natureza que equivale, quando refletimos nisso, aos mais inverossímeis prodígios: pensa, concebe projetos, executa-os, tudo à nossa revelia, e em seguida nos diz o que realizou, não quando nos achamos adormecidos e a sonhar, mas perfeitamente acordados e à espera do que se vai dar. Os amadores do fantástico têm com que se regalar.” (O Além e a Sobrevivência do Ser.)

B. Os Espíritos podem ler textos constantes de nossos próprios livros?

Claro que podem. Numa de suas obras, Sir Oliver Lodge transcreve um diálogo obtido pelo Sr. Stainton Moses quando, em sessão na biblioteca do Dr. Speer, conversava, por intermédio de sua mão, que escrevia automaticamente, com diversos interlocutores invisíveis. Os Espíritos comprovaram, no citado diálogo, que podem ler, mesmo quando o livro se encontre na prateleira de uma biblioteca e a página lida não esteja aberta. (Obra citada.)

C. É verdade que Myers e outros colegas seus, mesmo depois de desencarnados, continuavam interessados na investigação dos fatos espíritas?

Sim. Segundo Oliver Lodge, vários de seus amigos desencarnados, alguns dos quais tiveram parte ativa nos trabalhos da Sociedade quando vivos, especialmente Gurney, Myers e Hodgson, constantemente procuravam comunicar-se e pacientemente provar suas identidades, dando, além disso, testemunho dos conhecimentos que lhes eram peculiares. (Obra citada.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 13 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/04/blog-post_16.html

 

 

 

 

 

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