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quinta-feira, 3 de junho de 2021

 



O Céu e o Inferno

 

Allan Kardec

 

Parte 10

 

Continuamos o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 1ª edição da tradução de João Teixeira de Paula publicada pela Lake.

Este estudo será publicado sempre às quintas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto consolidado dos estudos relativos à presente obra, para acompanhar, pari passu, o presente estudo, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#ALLAN e, em seguida, no verbete "O Céu e o Inferno”.

Eis as questões de hoje:


73. A aflição dos pais prejudica os filhos recém-desencarnados? 

Sim. Foi exatamente isso que revelou o Espírito de Maurício Gontran, que, no entanto, explicou que a dor de seus pais se acalmaria quando tivessem a certeza de que a vida continua e de que ninguém, de fato, morre. (O Céu e o Inferno, Segunda Parte, cap. II, Maurício Gontran, 1ª pergunta.)

74. Os guias ou Espíritos protetores nos auxiliam nos momentos difíceis?

Sim. O Espírito da Srta. Emma Livry revelou que foram seu guia e os benfeitores espirituais que deram ao seu ânimo abatido a força de suportar as angústias e lhe refrescaram os lábios sedentos e escaldantes, além de murmurar-lhe ao ouvido palavras de esperança e de amor. (Obra citada, Segunda Parte, cap. II, A senhorita Emma.)

75. Há diferenças entre o desprendimento do desencarnante e o desprendimento de um encarnado em desdobramento?

Há grande diferença entre o desprendimento do desencarnante e o de um encarnado durante o desdobramento. Neste último caso, a matéria ainda oprime a alma, que não pode, desse modo, desembaraçar-se radicalmente. Já o Espírito desencarnado encontra-se livre e um vasto campo desconhecido se lhe depara, porque não existe nada que o prenda à matéria. Essa, a explicação dada pelo Doutor Vignal, que relatou a Kardec, anos antes, as impressões do desdobramento por ele mencionado. (Obra citada, Segunda Parte, cap. II, Antônio Costeau, última mensagem, e Doutor Vignal.)

76. Há diferença entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus?

Sim; existe um abismo entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus. Entre os homens, é reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a felicidade e a honra, visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado hipócrita. Não basta, porém, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas. Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo na vida; ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações, sem esquecer a condição de servo ao qual o Senhor pedirá contas, um dia, do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo. (Obra citada, Segunda Parte, cap. III, José Bré, 2ª pergunta.)

77. Poderá uma pessoa, por esforço da própria vontade, retardar o momento da separação da alma do corpo? 

Em dadas condições, sim, pode um Espírito encarnado prolongar a existência corporal a fim de terminar instruções indispensáveis ou por ele como tais julgadas. Trata-se de uma concessão que se lhe pode fazer, mas essa dilação de vida não pode deixar de ser breve, visto como não é permitido ao homem inverter a ordem das leis naturais, bem como retornar de moto próprio à vida, desde que ela tenha atingido o seu termo. Trata-se, pois, de uma sustação momentânea apenas. Preciso é, no entanto, que da possibilidade do fato não se conclua ser ele generalizado, tampouco que dependa de cada qual prolongar por esse modo a sua existência. Como provação para o Espírito ou no interesse de missão a concluir, os órgãos depauperados podem receber um suplemento de fluido vital que lhe permita prolongar de alguns instantes a manifestação material do pensamento. Esses casos são, pois, excepcionais e não fazem regra. (Obra citada, Segunda Parte, cap. III, Senhora Anna Belle-Ville, resposta dada por São Luís.)

78. Como situar dor e resignação? 

A resignação suaviza a dor e torna aproveitável o sofrimento; em face disso, a pessoa acometida de dor sofre menos. Contrariamente a isso, a falta de resignação esteriliza o sofrimento, que terá, por isso mesmo, de ser recomeçado. (Obra citada, Segunda Parte, cap. III, Cardon e Senhora Anna Belle-Ville; ver também cap. VIII, Um sábio ambicioso.)

79. Que ocorre, após a morte, com as pessoas usurárias, endurecidas, egoístas ou más? 

Depois da morte, os Espíritos endurecidos, egoístas ou maus são logo presas de uma dúvida cruel a respeito do seu destino, no presente e no futuro. Olham em torno de si e nada veem que possa aproveitar ao exercício da sua maldade – fato que os desespera, visto como o insulamento e a inércia são intoleráveis aos maus Espíritos. Não elevam o olhar às moradas dos Espíritos elevados, consideram o que os cerca e, então, compreendendo o abatimento dos Espíritos fracos e punidos, se agarram a eles como a uma presa, utilizando-se da lembrança de suas faltas passadas, que põem continuamente em ação pelos seus gestos ridículos. (Obra citada, Segunda Parte, cap. IV, parte inicial de "O castigo" e Francisco Riquier.)

80. Ante a eternidade que nos aguarda, como proceder em relação aos bens que possuímos? 

O homem deve utilizar-se sobriamente dos bens de que é depositário, habituando-se a visar a eternidade que o espera, abrindo mão, por consequência, dos gozos materiais. Sua alimentação deve ter por exclusivo fim a vitalidade; o luxo deve apenas restringir-se às necessidades da sua posição; os gostos, os pendores, mesmo os mais naturais, devem obedecer ao mais sadio raciocínio; sem isso, ele se materializa em vez de se purificar. As paixões humanas são estreitos grilhões que se enroscam na carne e, assim, não devemos dar-lhes abrigo. Os encarnados não sabem qual será o preço disso quando regressarem à pátria espiritual! (Obra citada, Segunda Parte, cap. IV, Exprobrações de um boêmio.)

 

 

Observação: Para acessar a Parte 9 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/05/blog-post_27.html

 

 

 

 

 

 

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