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segunda-feira, 7 de junho de 2021

 



Nas Fronteiras da Loucura

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 9

 

Continuamos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Nas Fronteiras da Loucura, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Caso o leitor queira ter em mãos o texto condensado da obra em foco, para complementar o estudo ora iniciado, basta clicar em http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/estudosespiritas/principal.html#MANOEL  e, em seguida, no verbete "Nas Fronteiras da Loucura”.

Eis as questões de hoje:

 

65. No caso de zoantropia descrito nesta obra, que forma apresentava o infeliz Espírito?

O Espírito havia assumido uma forma perispirítica dantesca e assustadora, assemelhando-se a um símio primitivo com avantajado porte. O vocábulo símio é, como sabemos, sinônimo de macaco, mono, bugio. (Nas Fronteiras da Loucura, cap. 27, pp. 200 a 202.)

66. Graças à regressão da memória ao passado, a origem dos problemas de Julinda e Ricardo ficou esclarecida. Em que época tais problemas ocorreram?

Tudo começou em julho do ano de 1722, na época das Bandeiras, quando vivia entre nós Anhanguera. Ricardo (na época, o fazendeiro Antônio José Taborda da Silva) puniu um escravo de nome Manuel apenas por ter ele suplicado ao amo que permitisse à sua companheira permanecer na fazenda, em vez de segui-los na Bandeira de que o fazendeiro e alguns escravos participariam. Como castigo, o escravo foi chibateado e preso no mourão do suplício, no qual faleceu, e sua esposa acabou enlouquecendo. (Obra citada, cap. 27, pp. 202 a 204.)

67. Os problemas tiveram sequência na existência seguinte?

Sim. Um século e meio depois (portanto, no final do século 19), o escravo Manuel reencarnou como Alfredo, irmão de Ricardo, a fim de que a fraternidade pudesse vencer os sentimentos inferiores que guardavam n'alma. Desejando, porém, a esposa de Alfredo, Ricardo planejou o meio de livrar-se dele e, simulando um acidente que costuma ocorrer em caçadas, levou-o à morte. Ocorre que Manuel, antes de morrer, tendo-lhe acudido as lembranças do passado, jurou vingança e foi nesse estado de ódio humano que caiu no processo de zoantropia em que agora se encontrava, porque os sentimentos de vingança haviam-no enlouquecido. (Obra citada, cap. 27, pp. 206 a 208.)

68. Diante de fatos assim que se prolongam no tempo, qual a solução utilizada pelos benfeitores espirituais?

A solução para todos os casos de igual natureza só é possível graças à lei da reencarnação, pela qual é possível reunir, em um mesmo grupo familiar, os litigantes do passado. O escravo Manuel (Alfredo na última existência) e o fazendeiro Antônio José (Ricardo na anterior encarnação) nasceriam como irmãos, filhos de Julinda, que tivera também nos episódios citados importante participação. A Julinda, Dr. Bezerra disse: "O Senhor espera muito de ti... Sabemos que não é uma empresa fácil para o teu coração. Todavia, estes não têm sido dias de paz, senão de infinitas amarguras e receios, quando te encontras nas fronteiras da loucura. A maternidade é prêmio da Vida, santificando os seres no seu processo de evolução". D. Angélica, mãe de Julinda, também falou à filha: "Ajuda-os como me auxiliaste um dia. Socorrendo-me, no desvario em que eu me encontrava, proporcionaste-me a libertação de velhas dívidas que cometêramos antes. A pobre Joana dos Santos, escrava e doente, recebeu do teu coração amor e piedade, que não podes recusar ao Sr. Antônio José, o algoz, nem a Manuel, o escravo que me foi companheiro; agora os desejo para netos... Seremos uma família feliz". (Obra citada, cap. 27, pp. 209 a 211.)

69. A quem de fato atingimos quando agimos mal, quando agredimos alguém?

A resposta a esta pergunta foi dada pelo Dr. Bezerra de Menezes. “Sempre a agressão é dirigida ao equilíbrio geral e não às criaturas, embora estas se encontrem de permeio", acentuou o Benfeitor. "Ninguém deve, portanto, nada a ninguém, senão à Vida, na qual todos nos encontramos mergulhados", acrescentou Dr. Bezerra. "Nada fica olvidado nas superiores determinações do mecanismo evolutivo." Em face disso, mesmo que a pessoa agredida nos perdoe, nossa consciência culpada nos apontará a necessidade de reparação e resgate. (Obra citada, cap. 28, pp. 214 e 215.)

70. Como Manuel se livrou da situação de zoantropia, readquirindo assim a forma perispiritual própria dos humanos?

A transformação se fez com o auxílio dos amigos espirituais. Genézio Duarte aplicou recursos fluídicos de desmagnetização nos centros coronário e cerebral de Manuel, que ainda se encontrava incorporado no médium Jonas. À medida que eram dispersadas as energias perniciosas fixadas ao centro cerebral do sofredor, deslindou-se um fio negro de substância pegajosa que emanava um odor desagradável. Simultaneamente exteriorizavam-se do centro coronário ondas vibratórias sucessivas, que se diluíam à medida que abandonavam o fulcro emissor. As forças deletérias absorvidas impregnaram-lhe os centros perispirituais tão profundamente, que se condensaram, impondo-lhe a compleição simiesca, na sucessão do tempo. As ideias pessimistas e deprimentes, gerando nele mesmo a forma-pensamento que lhe era imposta pela hipnose de outros companheiros empedernidos no mal e impenitentes, atuaram no corpo de plasma biológico, encarregando-se de submetê-lo à situação em que se encontrava. "Atuando-se em sentido oposto, através de movimentos contrários, rítmicos, circulares, da direita para a esquerda, sob comando mental bem dirigido, pode-se extrair as fixações que se condensam, liberando o paciente da poderosa constrição que o submete", explicou o Benfeitor espiritual. (Obra citada, cap. 28, pp. 214 e 215.)

71. Pode-se dizer que os fenômenos de licantropia e zoantropia produzem a degenerescência da harmonia molecular do perispírito?

Sim. É, segundo Dr. Bezerra de Menezes, exatamente isso que ocorre. A desarmonia daí decorrente faz com que a vítima fique aprisionada a mentes mais poderosas, conhecedoras do mecanismo da evolução, embora profundamente vinculadas ao mal. (Obra citada, cap. 28, pp. 215 a 217.)

72. É correto dizer que em toda gênese da loucura existe uma incidência obsessiva?

Sim. Quem o diz é o Dr. Bezerra de Menezes. Eis suas palavras: "Em toda gênese da loucura há uma incidência obsessiva. Desde os traumatismos cranianos às manifestações mais variadas, o paciente, por encontrar-se incurso na violação das Leis do equilíbrio, padece, simultaneamente, a presença negativa dos seus adversários espirituais, que lhe pioram o quadro. Estando em desarranjo, por esta ou aquela razão, endógena ou exógena, os implementos cerebrais, mais fácil se torna a cobrança infeliz pelos desafetos violentos, que aturdem o Espírito que se não pode comunicar com o exterior, mais desequilibrando os complexos e delicados mecanismos da mente". (Obra citada, cap. 29, pp. 226 e 227.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 8 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/05/blog-post_31.html

 

 

 

 

 

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