Medicina não combina com política
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Salve, amigo leitor,
Começo esta crônica
informando-o sobre o conceito de saúde criado pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) como “O estado de completo bem-estar físico, mental e social e não
apenas a ausência de doença”. Para tratar, legalmente, a saúde de cada ser, seja ele humano ou
animal, é preciso cursar medicina.
Segundo minha douta
amiga Wikipédia, "A medicina é uma das muitas áreas do conhecimento ligada
à manutenção e restauração da saúde. Ela trabalha, num sentido amplo, com a
prevenção e a cura das doenças humanas e animais num contexto médico".
O curso de medicina
é um dos mais difíceis e concorridos que conhecemos. Além de seis anos de
estudos e práticas regulares, ainda são exigidos
do bom médico mais dois duros anos da
especialização denominada "residência médica".
Também consultei meu
amigo Houaiss no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa sobre o conceito de medicina. Ele informou-me que a medicina
é o “conjunto de conhecimentos relativos à manutenção da saúde, bem como à
prevenção, tratamento e cura das doenças, traumatismos e afecções, considerada
por alguns como técnica e, por outros, uma ciência". A
medicina estende-se a "grupos ou sistemas medicais", tais como:
medicina popular e medicina homeopática, entre outras, tratadas como
"terapias alternativas".
Essas terapias, como a espiritual, não
substituem a medicina tradicional, mas a complementam no aspecto mental,
produzindo, muitas vezes, a cura, pois tratam o doente não somente com base nos
sinais e sintomas apresentados, mas no seu estado psicossomático. Foi assim que
Jesus curou muitas pessoas. Há vários relatos de médicos que, sem esperança de
cura da própria enfermidade pela medicina tradicional, curaram-se com a terapia
alternativa.
Segundo pessoa da
área médica, cujo currículo impressiona, ao longo de 30 anos dedicados à
medicina, não é o legislativo, nem o judiciário, nem a imprensa que devem dizer
como um médico deve tratar seu paciente.
Ao tomar
conhecimento do verdadeiro apostolado que é a profissão de médico, não podemos
deixar de concordar com ela. O juramento do
médico foi formulado por Hipócrates, fundador da medicina no século V a.C. Dessa
época aos dias atuais, foi atualizado. É proferido solenemente por todos os
formandos em medicina após a conclusão de seus cursos.
Ao médico cabe o cuidado com a
saúde do paciente e os esforços para salvar sua vida de tudo aquilo que a
ameace, seja de origem física, mental e social. Por isso, quando se forma, ele presta
o chamado "juramento de Hipócrates", que é uma promessa do exercício
honesto de sua profissão. Vejamos o que diz o atual "juramento do
médico":
[...] prometo solenemente dedicar
minha vida a serviço da humanidade;
a saúde e o bem-estar de meu paciente
serão minha primeira consideração;
respeitarei a autonomia e a dignidade
do meu paciente;
manterei o maior respeito pela vida
humana;
não permitirei discriminações de
idade, doença ou deficiência, credo, origem étnica, gênero, nacionalidade, afiliação política, raça, orientação
sexual, posição social ou qualquer outro fator que interfira entre meu dever e
meu paciente;
respeitarei os segredos que me são
confiados, mesmo após o paciente ter morrido;
promoverei minha profissão com
consciência e dignidade e de acordo com a boa prática médica;
promoverei a honra e as nobres
tradições da profissão médica;
darei aos meus professores, colegas e alunos o
respeito e a gratidão que lhes
é devido;
compartilharei meu conhecimento
médico em benefício do paciente e o avanço da saúde;
assistirei minha própria saúde,
bem-estar e habilidades, a fim de fornecer cuidado no mais alto
padrão;
não utilizarei meu conhecimento
médico para violar direitos humanos e liberdades civis, mesmo sob ameaça;
faço as promessas solenemente,
livremente e em minha honra.
Pelo
que destaquei, amigo leitor, podemos observar que medicina e política não se
coadunam. Há médicos que, ao examinarem seu paciente, fazem uma anamnese
holística da pessoa cuja saúde está afetada. Não tratam apenas os sinais e
sintomas visíveis, mas também o estado psíquico individual observado do doente.
Daí a recomendação médica de não nos automedicarmos, haja vista que o mesmo
medicamento que pode curar um também pode ser fatal a outro. É um desrespeito,
ante o juramento hipocrático, um leigo ou mesmo um especialista manifestar-se,
publicamente, contra a conduta de médico ou colega seu. Salvo atitude criminosa
comprovada.
Respeitemos
a medicina, mas também a ética do médico, e não falemos do que desconhecemos ou
do que contraria nossos desejos políticos. Entre os médicos, a residência
médica estabelece diversas especializações e cautelas, mesmo entre os próprios
especialistas, que poderão optar por tratamentos alternativos reconhecidos como
eficazes em alguns de seus pacientes.
Reitero
que a medicina não é ciência exata. O que prejudica um paciente pode salvar
outro. Daí não ser correto tentar desacreditar publicamente um profissional
médico, mormente quando dedica a vida à sua profissão com honestidade e ética. Do
exposto, concluo que medicina não combina com política.
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