Painéis da Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 9
Prosseguimos neste espaço o estudo – sob a forma dialogada – do livro Painéis da Obsessão, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco. Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
65. Como entender, à luz do Espiritismo, a frase do Mestre
“pedi e dar-se-vos-á”?
Segundo Dr. Arnaldo,
quando aprendemos, realmente, desencarnados ou não, a recorrer à Providência Divina,
jamais nos escassearão recursos para os cometimentos elevados. A frase “pedi e
dar-se-vos-á” não é uma alegoria, nem tampouco uma promessa vã, que permanece
na mensagem evangélica. Tratando-se de um dispositivo de segurança ao alcance
de todos, é preciso, porém, que saibamos o que queremos, para que queremos e
como devemos pedir, a fim de não colocarmos paixões sufocantes no lugar de
necessidades reais, nem caprichos sustentados como sendo bases de apoio para a
sobrevivência, porquanto nem tudo o que queremos é sempre o melhor para o nosso
progresso real. (Painéis da Obsessão,
cap. 26, pp. 210 a 212.)
66. Um dos recursos que possibilitaram a cura do menino
Gumercindo foi uma luz projetada sobre ele. Qual a natureza dessa luz?
Trata-se – informou
Dr. Arnaldo – da condensação do amor do Divino Médico, restaurando, em
definitivo, as forças do enfermo e tonificando-lhe o corpo perispiritual para a
empresa a executar. Tudo são vibrações em estados diferentes de energia, desde
a pedra até o pensamento que se exterioriza pela vontade. “Eis por que –
acrescentou Dr. Arnaldo – se dilata o conceito, cada dia, de que a luz divina
cura. Isto porque ela é constituída de energia pura, causa essencial e
primitiva da vida orgânica em germe em toda parte.” (Obra citada, cap. 26, pp.
210 a 212.)
67. Nos trabalhos de socorro fluidoterápico é possível evitar
a entrada no recinto de Espíritos vulgares, ociosos ou perturbadores?
Sim. Essa
preocupação havia na Colônia no tocante ao serviço citado, que era realizado
durante uma hora, todos os dias, em recinto próprio. Movimentava-se ali um
expressivo número de Entidades operosas em ajuda contínua. A entrada do
edifício era guardada por vigilantes do plano espiritual, que controlavam a
chegada dos acompanhantes que seguiam seus parceiros encarnados, evitando que
adentrassem o recinto os Espíritos vulgares, ociosos, perturbadores, não
interferindo apenas quando se tratava de obsessores identificados com os seus
hospedeiros. Com vistas a isso, na porta principal da Colônia já haviam sido
providenciados cuidados especiais que impedissem a invasão de hordas de irmãos
alucinados, asselvajados e perniciosos, poupando assim aos servidores do Cristo
lutas maiores que suas forças. (Obra citada, cap. 26, pp. 212 e 213.)
68. Que dizem os benfeitores espirituais a respeito do
trabalho fluidoterápico em benefício dos que se encontram enfermos?
Eles o apoiam e
recomendam, como é possível inferir da seguinte observação feita pelo Dr.
Arnaldo: “Como existem Prontos Socorros para os males físicos e assistência
imediata para os alienados mentais em crise, já é tempo para que a caridade
cristã, nas Instituições Espíritas, crie serviços de urgência fluidoterápica e
de consolação para quantos se debatem nos sofrimentos do mundo, e não têm
forças para esperar datas distantes ou dias exclusivos para o atendimento”.
“Espíritas esclarecidos, imbuídos do sentimento da caridade, poderiam unir-se
neste mister, reservando algum tempo disponível e revezando-se num serviço de
atendimento cuidadosamente programado, a fim de mais amplamente auxiliar-se o
próximo, diminuindo a margem de aflições no mundo.” (Obra citada, cap. 26, pp.
213 a 215.)
69. Podemos dizer que os males que atingem o corpo físico
procedem do Espírito?
Sim. Foi exatamente
isso que Dr. Dirceu de Campos, que fora, na Terra, respeitável professor de
medicina e cientista aplicado à investigação de parasitos, disse ao autor desta
obra, Manoel P. de Miranda, ou seja, que todos os males que atingem o corpo procedem
do Espírito. Em face disso, ele e seus colegas inspiravam os médicos encarnados
a receitarem menos drogas, evitando-se intoxicação orgânica, para melhor
reequilibrar-se o psiquismo dos enfermos. (Obra citada, cap. 27, pp. 216 e
217.)
70. Quando uma pessoa recorre à ajuda médica para se tratar,
seu obsessor espiritual tenta influenciar o próprio médico?
Sim. Segundo Dr.
Dirceu de Campos, é muito comum notar que os Espíritos conscientes do mal que
proporcionam àqueles a quem perseguem, sabendo que os seus obsidiados estão
recorrendo à ajuda médica para ter minorados os seus males, investem contra os
seus possíveis benfeitores, a fim de os influenciar, gerando antipatia pelo
paciente e, quando há afinidade moral entre o médico e o algoz desencarnado, este
leva-o a equivocar-se no diagnóstico ou pelo menos a não dar a devida atenção
ao problema, ficando na superficialidade, que não lhe permite a correta
avaliação para um eficiente tratamento. (Obra citada, cap. 27, pp. 220 e 221.)
71. Por que a morte de Argos seria considerada um caso de
suicídio indireto, uma vez que ele se encontrava realmente enfermo?
A resposta a essa
pergunta foi dada por Dr. Arnaldo. O estado de saúde de Argos se agravara e ele
se encontrava com febre alta, decorrente de violenta recidiva. Segundo Dr.
Arnaldo, a doença realmente voltara. Receando a irrupção de uma brutal
hemoptise, Bernardo aplicou recursos calmantes em Argos, para diminuir a febre
e recompor o aparelho respiratório congestionado pela infecção. “A mente
pessimista e assustada do nosso amigo, que cultivou uma psicose depressiva,
receando o retorno da doença, ao lado da sua insistente rebeldia ao trabalho
edificante que lhe concederia créditos para a saúde, responde pela recidiva a
que foi levado, tendo-se em vista a vinculação com Felipe”, esclareceu o
médico. “De algum modo, se advier um resultado funesto para o corpo, temos mais
um infeliz exemplo de suicídio indireto...”
Segundo Dr. Arnaldo,
a intemperança é fator desconcertante, que agasalhamos e de cujos efeitos
perniciosos não nos conseguimos furtar. Quem possui o conhecimento da vida
espiritual não deveria caminhar entre sombras, em face da luz que lhe deve
estar implantada na razão, conduzindo os sentimentos e aprimorando-se. A
predominância sistemática dos instintos mais agressivos, que fomentam o egoísmo
em detrimento de outros valores mais elevados, faz que desvalemos na rampa da
insatisfação com os consequentes efeitos da rebeldia constante, sem o apoio da
humildade que acalma, nem da legítima fraternidade que harmoniza. (Obra citada,
cap. 27, pp. 221 a 223.)
72. Valendo-se do passe fluidoterápico, o médium Venceslau
prestou a Argos o socorro fluídico de que ele carecia. Como esse socorro foi
aplicado?
O auxílio prestado
por Bernardo (Espírito) criara a predisposição para que Argos assimilasse,
desta vez, outro tipo de fluidos procedentes do corpo físico do médium.
Conduzido por Irmã Angélica, logo após a oração, Venceslau deu início à
operação socorrista. A princípio, com movimentos rítmicos e em direção
longitudinal, desembaraçou o enfermo das energias absorvidas e dos miasmas
venenosos que lhe empestavam o organismo, como a desintoxicar as células,
facilitando-lhes a renovação. Foram então cuidadosamente atendidos os centros
coronários, cardíaco e gástrico, que exteriorizavam coloração escura e fluido
pastoso, letal. Em seguida, o médium passou a transferir-lhe as forças
restauradoras, mediante a imposição das mãos nas referidas áreas que,
lentamente, foram absorvendo a energia salutar e mudando de cor, irradiando
para todo o corpo as vibrações de reequilíbrio. Por fim, foi magnetizada a
água, oferecida em pequena dose ao enfermo, encerrando-se ai o labor da
caridade fraternal. (Obra citada, cap. 27, pp. 224 a 226.)
Observação:
Para acessar a parte 8 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/blog-post_09.html
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