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quinta-feira, 26 de agosto de 2021

 



A Gênese

 

Allan Kardec

 

Parte 6

 

Continuamos o estudo metódico do livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 36ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, conforme tradução feita por Guillon Ribeiro.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

41. Qual a origem do vocábulo "firmamento"?

Para os antigos, a Terra era uma superfície plana e circular, qual uma mó de moinho, estendendo-se a perder de vista na direção horizontal. Daí a expressão ainda em uso: ir ao fim do mundo. Desconheciam-lhe os limites, a espessura, o interior, a face inferior, o que lhe ficava por baixo. Por se mostrar sob forma côncava, o céu, na crença vulgar, era tido como uma abóbada real, cujos bordos inferiores repousavam na Terra e lhe marcavam os confins, vasta cúpula cuja capacidade o ar enchia completamente. Sem nenhuma noção do espaço infinito, incapazes mesmo de o conceberem, imaginavam os homens que essa abóbada era constituída de matéria sólida, donde a denominação de firmamento que lhe foi dada e que sobreviveu à crença, significando: firme, resistente (do latim firmamentum, derivado de firmus e do grego herma, hermatos, firme, sustentáculo, suporte, ponto de apoio). (A Gênese, cap. V, itens e 3.)

42. Quem descobriu que a Terra tem a forma esférica? 

Foi Tales, de Mileto (Ásia Menor), quem descobriu, no ano 600 a.C., a esfericidade da Terra, a obliquidade da eclíptica, ou plano da órbita terrestre, e a causa dos eclipses. (Obra citada, cap. V, item 10.)

43. Quem foi o autor do sistema que atribuiu à Terra a condição de centro do Universo? 

Foi Ptolomeu, um dos homens mais ilustres da Escola de Alexandria, quem compôs, no ano 140 da Era Cristã, um sistema que se pode qualificar de misto, que traz o seu nome e que, por perto de quinze séculos, foi o único que o mundo civilizado adotou. Segundo o sistema de Ptolomeu, a Terra seria uma esfera posta no centro do Universo. (Obra citada, cap. V, item 11.)

44. Quando se descobriu que o Sol é o centro de nosso sistema? 

Foi no começo do século 16 que Copérnico, astrônomo célebre, nascido em Thorn (Prússia), reconsiderou as ideias de Pitágoras e concebeu um sistema que, confirmado todos os dias por novas observações, teve acolhimento favorável e não tardou a desbancar o de Ptolomeu. Segundo o sistema de Copérnico, o Sol está no centro e ao seu derredor os astros descrevem órbitas circulares, sendo a Lua um satélite da Terra. Um século depois, em 1609, Galileu inventou o telescópio e, já no ano seguinte, descobriu que os planetas não têm luz própria como as estrelas, mas que são iluminados pelo Sol e são esferas semelhantes à Terra, oferecendo assim, por provas materiais, sanção definitiva ao sistema de Copérnico. Reconheceu-se então que os planetas são mundos semelhantes à Terra e, sem dúvida, habitados, como esta; que as estrelas são inumeráveis sóis, prováveis centros de outros tantos sistemas planetários, sendo o próprio Sol reconhecido como uma estrela, centro de um conjunto de planetas que se lhe acham sujeitos.  (Obra citada, cap. V, item 12.)

45. Em que consistem as constelações? 

As constelações são agregados aparentes formados por estrelas. Suas figuras não passam de efeitos de perspectiva, como as que as luzes espalhadas por uma vasta planície ou as árvores de uma floresta formam, aos olhos de quem as observa colocado num ponto fixo. Na realidade, porém, tais agrupamentos não existem. Se nos pudéssemos transportar para a reunião de uma dessas constelações, à medida que nos aproximássemos dela, a sua forma se desmancharia e novos grupos se nos desenhariam à vista. Ora, não existindo esses agrupamentos senão na aparência, é ilusória a significação que uma supersticiosa crença vulgar lhes atribui e que somente na imaginação pode existir. (Obra citada, cap. V, item 12.)

46. As antigas cosmogonias deixaram de subsistir a partir de que momento? 

Foi a partir de Copérnico e Galileu que as velhas cosmogonias deixaram para sempre de subsistir. A Astronomia só podia avançar, não recuar, e bastou a invenção de um instrumento de óptica para derrocar uma construção de muitos milhares de anos. (Obra citada, cap. V, itens 13 e 14.)

47. Podemos definir espaço e tempo?

A principal definição dada de espaço é esta: a extensão que separa dois corpos, na qual certos sofistas deduziram que onde não haja corpos não haverá espaço. Também definiram o espaço como sendo o lugar onde se movem os mundos, o vazio onde a matéria atua etc. Em verdade, espaço é uma dessas palavras que exprimem uma ideia primitiva e axiomática, de si mesma evidente, e a cujo respeito as diversas definições que se possam dar nada mais fazem do que obscurecê-la. “Todos sabemos – diz o Espírito de Galileu – o que é o espaço e eu apenas quero firmar que ele é infinito, a fim de que os nossos estudos ulteriores não encontrem uma barreira opondo-se às investigações do nosso olhar.”

Como a palavra espaço, tempo é também um termo já por si mesmo definido. Dele se faz ideia mais exata, relacionando-o com o todo infinito. O tempo é a sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito.  (Obra citada, cap. VI, itens 1 e 2.)

48. De onde se originaram as diversas substâncias que existem no mundo?

Pode-se estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias, conhecidas e desconhecidas, são apenas modos diversos sob que a matéria se apresenta, variedades em que ela se transforma sob a direção das forças inumeráveis que a governam. Não há, em todo o Universo, senão uma única substância primitiva: o cosmo, ou matéria cósmica dos uranógrafos. (Obra citada, cap. VI, itens 3, 4 e 7.)

 

 

Observação: Para acessar a Parte 5 deste estudo, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/blog-post_12.html

 

 

 

 

 

 

Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog, clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo.

 

 

 

3 comentários:

  1. Estou descobrindo e aprendendo muito sobre o espiritismo. Mas posso afirmar que os conhecimentos são muito complexos. Enfim, como posso aprender os princípios do espiritismo? Perguntas do tipo "Quem é Jesus?" Deus? Maria?
    São muitas dúvidas e não sei como encontrar respostas...
    Se puder me ajudar, eu agradeço.

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  2. Para isso é que existem os livros. Todas essas dúvidas e outras muitas você resolverá lendo "O Livro dos Espíritos", de Allan Kardec. Em nossa revista você poderá baixá-lo, sem custo. Após esse livro, você lerá sua continuação que tem o título de "O Livro dos Médiuns". Depois, para entender os ensinamentos de Jesus conforme a interpretação dos mentores espirituais, você lerá "O Evangelho segundo o Espiritismo". Se deseja, nesse meio tempo, saber alguma coisa sobre a vida no mundo espiritual, leia os livros de André Luiz, começando pelo "Nosso Lar". É isso, e vale a pena, porque saber é ótimo.

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