A Gênese
Allan Kardec
Parte 5
Continuamos o estudo metódico do livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 36ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, conforme tradução feita por Guillon Ribeiro.
Este estudo é publicado sempre às
quintas-feiras.
Eis as questões de hoje:
33.
Pode-se afirmar que compete à Ciência revelar a verdadeira Gênese do
Universo?
Sim. O homem mostrou-se impotente para resolver o
problema da Criação até o momento em que a Ciência lhe forneceu para isso a
chave. É impossível se conceba a Gênese sem os dados que a Ciência fornece.
Cabe, pois, à Ciência a tarefa de explicar a verdadeira Gênese, segundo as leis
da Natureza. (A Gênese, cap. IV,
itens 2 e 3.)
34.
De todas as Gêneses antigas, qual é a que mais se aproxima dos modernos dados
da Ciência?
A que mais se aproxima dos modernos dados
científicos, sem embargo dos erros que contém, é incontestavelmente a de
Moisés. Note-se, porém, que alguns desses erros são mais aparentes do que reais
e provêm, ou de falsa interpretação atribuída a certos termos, cuja primitiva
significação se perdeu ao passarem de língua em língua pela tradução, ou cuja
acepção mudou com os costumes dos povos, ou então decorrem da forma alegórica
peculiar ao estilo oriental e que foi tomada ao pé da letra, em vez de se lhe
procurar o espírito. (Obra citada, cap. IV, itens 5 e 6.)
35.
Se a Bíblia é de origem divina, por que contém erros?
Não há revelação que possa sobrepor-se à autoridade
dos fatos. Incontestavelmente, não é possível que Deus, sendo todo verdade,
induza os homens ao erro, nem ciente, nem inscientemente, pois, do contrário,
não seria Deus. Logo, se os fatos contradizem as palavras que lhe são
atribuídas, o que se deve logicamente concluir é que Deus não as pronunciou, ou
que tais palavras foram entendidas em sentido oposto ao que lhes é próprio. Aí
é que reside a causa dos erros contidos na Bíblia, como foi mencionado na questão
anterior. (Obra citada, cap. IV, itens 7 e 8.)
36.
A religião deve avançar com a Ciência?
Sim. As religiões, sejam quais forem, jamais
ganharam coisa alguma em sustentar erros manifestos. Se a Religião se nega a
avançar com a Ciência, esta avançará sozinha. Somente as religiões
estacionárias podem temer as descobertas da Ciência, as quais só são funestas
àquelas que se deixam distanciar das ideias progressistas, imobilizando-se no
absolutismo de suas crenças. Uma religião que não estivesse, em nenhum ponto,
em contradição com as leis da Natureza, nada teria que temer do progresso e
seria invulnerável. (Obra citada, cap. IV, itens 9 e 10.)
37.
Qual é o objeto de estudo da Gênese?
A Gênese se divide em duas partes e tem, portanto,
duplo objeto: a história da formação do mundo material e a história da Humanidade
considerada em seu duplo princípio, corporal e espiritual. (Obra citada, cap.
IV, item 11.)
38.
Qual é, na expressão de Allan Kardec, a questão mais importante para o homem?
Quem somos, donde viemos, para onde vamos – eis a
questão mais importante que interessa ao ser humano, porque envolve sua origem
e o problema do seu passado e do seu futuro. (Obra citada, cap. IV, itens 11 a
14.)
39.
As religiões conhecidas são acordes quanto ao princípio da existência da alma?
Sim, mas não o são quanto à origem da alma, nem com
relação ao seu passado e ao seu futuro, e, principalmente, quanto às condições
de que depende sua sorte vindoura. Em sua maioria, elas apresentam, acerca do
futuro da alma, um quadro que somente a fé cega pode aceitar, visto que não suporta
exame sério. Ligado aos seus dogmas e às ideias que nos tempos primitivos se
faziam do mundo material e do mecanismo do Universo, o destino que elas
atribuem à alma não se concilia com o estado atual dos conhecimentos. (Obra
citada, cap. IV, item 13.)
40.
Por que, até o advento do Espiritismo, o estudo do princípio espiritual foi
puramente especulativo e teórico?
Para fixar as ideias, faltava o elemento essencial:
o conhecimento das leis a que se acha sujeito o princípio espiritual. Se antes o
estudo do princípio espiritual foi puramente especulativo e teórico, no
Espiritismo é inteiramente experimental. Com o auxílio da faculdade mediúnica,
mais desenvolvida presentemente e, sobretudo, generalizada e mais bem estudada,
o homem se achou de posse de um novo instrumento de observação. A mediunidade
foi assim, para o mundo espiritual, o que o telescópio foi para o mundo astral
e o microscópio para o dos infinitamente pequenos, pois permitiu que se
explorassem e se estudassem as relações do mundo espiritual com o mundo
corpóreo e que, no homem vivo, se destacasse do ser material o ser inteligente
e se observassem os dois a atuar separadamente. Pôde-se, enfim, estudar de
forma objetiva o elemento espiritual. (Obra citada, cap. IV, itens 15 e 16.)
Observação: Para acessar
a Parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/blog-post_05.html
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