Sexo e Destino
André Luiz
Parte 2
Damos sequência ao estudo da obra Sexo e Destino, de André Luiz, psicografada pelos médiuns Waldo Vieira e Francisco Cândido Xavier e publicada em 1963 pela Federação Espírita Brasileira.
Esta é a décima obra do mesmo autor, integrante da Série
Nosso Lar, que temos estudado metodicamente às quartas-feiras neste blog.
Eis as questões de hoje:
9. Embora
gravemente enferma, Beatriz preocupava-se com um outro assunto. O que a
preocupava?
Ela estava preocupada com Olímpia, uma senhora pobre que
perdera a casa quase que totalmente. Ela queria que o marido cuidasse para que
a mulher e seus filhos tivessem um abrigo seguro. “Penso nela com os filhos ao
desamparo. Tire-me dessa aflição”, disse Beatriz a Nemésio, seu esposo, que
informou ter incumbido um amigo, construtor experiente, de ir até o local para
resolver a questão. (Sexo e Destino, capítulo
III, pp. 29 a 31.)
10. É verdade
que Nemésio estava enfermo e não sabia?
Sim. Seu coração, consideravelmente aumentado, denotava
falhas ameaçadoras com endurecimento das artérias, mas o que mais assustava era
a arteriosclerose cerebral, cujo desenvolvimento era possível positivar,
manejando-se diminutos aparelhos de auscultação. Félix, examinando-o, disse:
"Nosso amigo permanece sob o perigo de coágulos bloqueadores e, além
disso, é de temer-se a ruptura de algum vaso em qualquer acidente mais
importante da hipertensão". (Obra citada, capítulo V, pp. 40 e 41.)
11. Por que
Pedro Neves se irritava com a ajuda que Nemésio recebia do plano espiritual?
Ele se irritava porque achava que Nemésio não merecia
nenhuma ajuda, por causa do seu comportamento. Disse ele aos amigos: “Não
admito tanto resguardo para um cachorro de má qualidade. Um homem igual a este,
que me desrespeita a confiança paterna! Quem não lhe vê no espírito a poligamia
declarada? Um sessentão desavergonhado que enxovalha a presença da esposa
agonizante! Ah! Beatriz, minha pobre Beatriz, por que te uniste a um
cavalo?" (Obra citada, capítulo V, pp. 46 e 47.)
12. Assistir ao
sofrimento da filha e à infidelidade do genro era difícil para Pedro Neves?
Sim. Ele próprio o admitia. "Faço força – gemia
acabrunhado –, mas não aguento. De que me vale trabalhar odiando? Nemésio é um
mascarado! Tenho estudado a ciência de perdoar e servir, tenho aconselhado
serviço e perdão aos outros, mas agora... Divididos por simples parede, vejo o
sofrimento e o vício debaixo do mesmo teto. De um lado, minha filha conformada,
aguardando a morte; de outro, meu genro e essa mulher que me insulta a família.
Deus do céu! que me foi reservado?” (Obra citada, capítulo V, pp. 46 e 47.)
13. Recusar
medicação a quem se encontra enfermo pode ser catalogado como um ato de
crueldade?
Sim. Foi exatamente isso que Félix disse a Neves, que não se
conformava com as atitudes de seu genro (Nemésio), que não respeitava a esposa
enferma. Félix então lhe disse: “Principiemos por aceitar Nemésio na posição em
que se encontra. Como exigir da criança experiência da madureza ou pedir
raciocínio certo ao alienado mental? Sabemos que crescimento do corpo não
expressa altura de espírito. Nemésio é aluno da vida, qual nós mesmos, sem o
benefício da lição em que estamos sendo instruídos. Que seria de nós, na situação
dele, sem a visão que atualmente nos favorece? Provavelmente, cairíamos em
condições piores..." Neves atalhou: "Quer dizer que devo
aprová-lo?" Félix esclareceu: "Ninguém aplaude a enfermidade, nem
louva o desequilíbrio; no entanto, seria crueldade recusar simpatia e medicação
ao doente. Consideremos que Nemésio não é um companheiro desprezível.
Emaranhou-se em sugestões perigosas, mas não fugiu da esposa, a quem presta
assistência; mostra-se engodado por extravagâncias emotivas de caráter
deprimente que lhe dilapidam as forças; contudo, não esqueceu a solidariedade,
resolvendo oferecer casa própria e gratuita à senhora que lhe presta serviços
remunerados; acredita-se dono de juvenilidade física absolutamente irrisória,
quando, na realidade, carrega um corpo em prematuro desgaste; dedica-se
apaixonadamente a uma jovem que o menoscaba, conquanto lhe consagre apreço
respeitoso... Não bastariam estas razões para merecer benevolência e carinho?
Quem de nós com a possibilidade de auxiliar? Ele que anda cego ou nós que
discernimos? Não posso enaltecer-lhe as manobras lamentáveis, na esfera do
sentimento; entretanto, sou obrigado a confessar que ele, na ficha de
analfabeto das verdades da alma, ainda não tombou de todo..." (Obra citada,
capítulo V, pp. 47 e 48.)
14. No tocante à
sublimação do sexo, que lição foi anotada por André Luiz?
O assunto era o comportamento inadequado de Nemésio na área
sexual e suas infidelidades conjugais, fato que, recriminado por Neves, seu
sogro, suscitou o seguinte comentário do instrutor Félix: "Neves, Neves! A
sublimação progressiva do sexo, em cada um de nós, é fornalha candente de
sacrifícios continuados. Não nos cabe condenar alguém por faltas em que talvez
possamos incidir ou nas quais tenhamos sido passíveis de culpa em outras
ocasiões. Compreendamos para que sejamos compreendidos". (Obra citada,
capítulo V, pp. 47 e 48.)
15. Há casos em
que – no período do sono corpóreo – é conveniente que a alma permaneça junto do
corpo que dorme?
Sim. Era esse o caso de Beatriz. Ao ministrar a ela o
socorro magnético, Félix esmerou-se para que ela se aliviasse e dormisse,
providenciando, ainda, para que não se retirasse do corpo sob a hipnose
habitual do sono. "Não lhe convinha, por enquanto – esclareceu o mentor –,
afastar-se do veículo fatigado. Em virtude dos órgãos profundamente
enfraquecidos, desfrutaria penetrante lucidez espiritual e não seria prudente
arremessá-la, de chofre, a impressões demasiado ativas da esfera diferente para
a qual se transferiria, muito em breve." (Obra citada, capítulo VI, pp. 49
e 50.)
16. Pode um
Espírito influenciar uma pessoa a ponto de levá-la a beber?
Sim e isso é muito comum. André Luiz descreve bem uma cena
dessas, em que o Espírito se aproximou dizendo: "Beber, meu caro, quero
beber!" Cláudio (o encarnado) nada ouviu. O Espírito repetiu, então, a
solicitação algumas vezes, na atitude do hipnotizador que insufla o próprio
desejo, reafirmando uma ordem. O resultado não demorou. Cláudio deixou-se
envolver pelo desejo de beber um trago de uísque, convicto de que buscava a bebida
exclusivamente por si. Abrigando a sugestão, seu pensamento transmudou-se,
rápido. "Beber, beber!..." e a sede de álcool se lhe articulou na
ideia, ganhando forma. A mucosa pituitária se lhe aguçou, como que mais
fortemente impregnada do cheiro acre que vagueava no ar. O Espírito malicioso
coçou-lhe brandamente os gorgomilos e indefinível secura constringiu a região assim
afetada. O Espírito sagaz percebeu-lhe, então, a adesão tácita e colou-se a
ele. De começo, a carícia leve; depois da carícia, o abraço envolvente; e
depois do abraço, a associação recíproca. Integraram-se ambos em exótico
sucesso de enxertia fluídica. (Obra citada, capítulo VI, pp. 51 e 52.)
Observação:
Para acessar a Parte 1ª deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/08/blog-post_25.html
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