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quinta-feira, 14 de outubro de 2021



 

A Gênese


Allan Kardec

 

Parte 13

 

Continuamos o estudo metódico do livro “A Gênese, os Milagres e as Predições segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, com base na 36ª edição publicada pela Federação Espírita Brasileira, conforme tradução feita por Guillon Ribeiro.

Este estudo é publicado sempre às quintas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

97. O progresso material do planeta tem algo a ver com o progresso moral de seus habitantes?

Sim. O progresso material de um planeta acompanha o progresso moral de seus habitantes. Desse modo, sendo incessante a criação dos mundos e dos Espíritos e progredindo estes mais ou menos rapidamente, conforme o uso que façam do livre-arbítrio, segue-se que há mundos mais ou menos antigos, em graus diversos de adiantamento físico e moral, onde é mais ou menos material a encarnação e onde, por conseguinte, o trabalho, para os Espíritos, é mais ou menos rude. A Terra é, desse ponto de vista, um dos menos adiantados. Povoada de Espíritos relativamente inferiores, a vida corpórea é aqui mais penosa do que noutros orbes, havendo-os também mais atrasados, onde a existência é ainda mais penosa do que na Terra e em confronto com os quais esta seria, relativamente, um mundo ditoso. (A Gênese, cap. XI, itens 27 e 28.)

98. Donde vieram os Espíritos que se encarnaram na Terra, logo que ela reuniu condições para recebê-los? 

Muitos vieram, completamente formados, do espaço e de outros mundos, além dos que se formaram e chegaram à condição humana na própria Terra, em face da evolução do princípio espiritual ao longo dos milênios, através dos reinos inferiores da Criação.

Os Espíritos que vieram de outros astros, ao chegarem à Terra, revestiram-se de corpos adequados às suas necessidades especiais, às suas aptidões, e que, fisionomicamente, tinham as características da animalidade. Sob a influência deles e por meio do exercício de suas faculdades, esses corpos se modificaram e se aperfeiçoaram; é o que a observação comprova.

Achou-se, portanto, nosso mundo povoado de Espíritos de diversas categorias, mais ou menos aptos ou rebeldes ao progresso. Recebendo os corpos a impressão do caráter do Espírito e procriando-se esses corpos na conformidade dos respectivos tipos, resultaram daí diferentes grupos, quer quanto ao físico, quer quanto ao moral. Continuando a reencarnar entre os que se lhes assemelhavam, os Espíritos similares perpetuaram o caráter distintivo, físico e moral, dos povos, caráter esse que só com o tempo desaparece, mediante a fusão e o progresso deles. (Obra citada, cap. XI, itens 29 a 31.)

99. Por que o progresso não se fez uniformemente em todos os pontos da Terra?

Não foi uniforme o progresso em toda a espécie humana, porque, como era natural, os grupos mais inteligentes adiantaram-se aos outros, mesmo sem se levar em conta que muitos Espíritos recém-nascidos para a vida espiritual, vindo reencarnar na Terra juntamente com os primeiros aí chegados, tornaram ainda mais sensível a diferença em matéria de progresso. (Obra citada, cap. XI, item 32.)

100. Os Espíritos dos selvagens também progridem?

Evidentemente. Os Espíritos dos selvagens fazem parte da Humanidade e alcançarão um dia o nível em que se acham seus irmãos mais velhos. (Obra citada, cap. XI, item 32.)

101. Qual a importância do conhecimento da reencarnação para se compreender a causa do progresso do mundo?

Sua importância é muito grande, visto que o princípio da reencarnação é uma consequência necessária da lei de progresso. Sem a reencarnação, como se explicaria a diferença que existe entre o presente estado social e o dos tempos de barbárie? Se as almas são criadas ao mesmo tempo que os corpos, as que nascem hoje são tão novas, tão primitivas quanto as que viviam há mil anos; acrescentemos que nenhuma conexão haveria entre elas, nenhuma relação necessária. Elas seriam de todo estranhas umas às outras. Por que, então, as de hoje haviam de ser mais bem dotadas por Deus do que as que as precederam? Por que têm aquelas melhor compreensão? Por que possuem instintos mais apurados, costumes mais brandos? Por que têm a intuição de certas coisas, sem as haverem aprendido?

Admitamos, ao contrário, que as almas de agora já viveram em tempos distantes; que possivelmente foram bárbaras como os séculos em que estiveram no mundo, mas que progrediram; que para cada nova existência trazem o que adquiriram nas existências precedentes; que, por conseguinte, as dos tempos civilizados não são almas criadas mais perfeitas, mas que se aperfeiçoaram por si mesmas com o tempo, e teremos a única explicação plausível da causa do progresso social. (Obra citada, cap. XI, item 33.)

102. As diferentes existências da alma se efetuam num mesmo planeta?

Não. O Espírito permanece num mesmo mundo, até que haja adquirido a soma de conhecimentos e o grau de perfeição que esse mundo comporta. Depois, ele deixa o mundo do qual nada mais pode auferir, reencarnando em um mundo mais adiantado. Esse é o princípio. (Obra citada, cap. XI, item 34.)       

103. Há migrações de Espíritos entre os diversos planetas?

Sim. A migração que se efetua entre a população encarnada e desencarnada de um planeta igualmente se efetua entre os mundos, quer individualmente, nas condições normais, quer por massas, em circunstâncias especiais. Há, pois, emigrações e imigrações coletivas de um mundo para outro, donde resulta a introdução, na população de um deles, de elementos inteiramente novos. Novos grupos de Espíritos, vindo misturar-se aos existentes, constituem novos povos. Ora, como os Espíritos nunca perdem o que adquiriram, consigo trazem sempre a inteligência e a intuição dos conhecimentos que possuem, o que faz que imprimam o caráter que lhes é peculiar ao grupo corpóreo que venham a animar. Em chegando à Terra, integram-lhe, a princípio, a população espiritual; depois, encarnam, como os outros. (Obra citada, cap. XI, itens 35 e 37.)

104. Por que ocorrem os cataclismos e flagelos destruidores? 

Os flagelos destruidores e os cataclismos devem considerar-se como ocasiões de chegadas e partidas coletivas, meios providenciais de renovação da população corporal do globo, de ela se retemperar pela introdução de novos elementos espirituais mais depurados. Na destruição, que por essas catástrofes se verifica, de grande número de corpos, nada mais há do que rompimento de vestiduras; nenhum Espírito perece; eles apenas mudam de plano. Em vez de partirem isoladamente, partem em grupos, essa a única diferença, visto que, por uma causa ou por outra, fatalmente têm que partir, cedo ou tarde. As renovações rápidas, quase instantâneas, que se produzem no elemento espiritual da população, por efeito dos flagelos destruidores, apressam o progresso social. Sem as emigrações e imigrações que de tempos a tempos lhe vêm dar violento impulso, só com extrema lentidão esse progresso se realizaria. É também de notar que todas as grandes calamidades que dizimam as populações são sempre seguidas de uma era de progresso de ordem física, intelectual, ou moral e, por conseguinte, no estado social das nações que as experimentam. É que elas têm por fim operar uma remodelação na população espiritual, que é a população normal e ativa do globo. (Obra citada, cap. XI, itens 35 e 36.)        

 

 

Observação: Para acessar a Parte 12 deste estudo, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/10/blog-post_07.html

 

 

 

 


  

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