Quem não consegue perdoar pode tornar-se
vítima de si mesmo
ASTOLFO
O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
De
Londrina-PR
É
conhecida uma frase de Allan Kardec, constante do livro Obras Póstumas, em que o Codificador diz que o homem frequentemente
é o obsessor de si mesmo.
Certos
estados doentios – diz ele – e certas aberrações que se atribuem a uma causa
oculta devem-se, por vezes, simplesmente ao Espírito do próprio indivíduo. As
contrariedades que mais comumente cada um concentra em si mesmo, sobretudo os
desgostos amorosos, podem levar o indivíduo a cometer muitos atos excêntricos
que erraríamos em levar à conta da obsessão.
Parece
que está aí, finalmente, a explicação dos lamentáveis episódios que ocorreram
dez anos atrás na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de
Janeiro.
Textos
escritos pelo rapaz que protagonizou os tristes acontecimentos e divulgados
semanas depois comprovaram que ele agiu movido pelo sentimento de vingança de
algo que se deu naquele mesmo ambiente, quando tinha aproximadamente a idade
das 12 vítimas do seu tresloucado gesto.
A
ocorrência nos traz, além do sofrimento que acometeu inúmeras famílias,
diversas lições.
A
primeira delas lembra-nos as inúmeras advertências feitas por Jesus a propósito
da importância do perdão.
Quem
não perdoa acarreta para si mesmo consequências ruinosas, não somente para o
físico, visto que o ressentimento e o ódio encontram-se na raiz de inúmeras
doenças, mas também para a alma, que pode perturbar-se com os próprios
pensamentos e agir de forma irresponsável, como explicou Allan Kardec no texto
que acima recordamos.
Ensina
a doutrina espírita que a vingança é a causa da maioria dos casos de obsessão,
especialmente dos mais dolorosos que podem acometer a criatura humana.
Numa
das melhores obras de autoria de Jésus Gonçalves (Espírito), o romance
intitulado Perdoa, psicografia da
médium Célia Xavier Camargo, é possível verificar que a condição post mortem do criminoso que
sinceramente se arrepende é muito melhor do que a situação da vítima que não
consegue perdoar. Se tal fato se dá quando estão desencarnados, é fácil
entender que isso pode também ocorrer quando estão encarnados.
Essa
seria, com certeza, a explicação do caso ocorrido em Realengo, o que é
perceptível à vista do que foi publicado, fato que – se assimilarmos bem essa
lição – deve reforçar na sociedade em que vivemos o sentimento de que o perdão
é a única atitude que devemos tomar diante das ofensas e das agressões
recebidas, porquanto sabemos que, em face da Lei de Deus, é melhor sofrer a
agressão do que sermos nós o agressor.
As
palavras de Jesus, que tantas vezes já ouvimos, devem, por isso, ecoar para
sempre nas nossas mentes e nos nossos corações:
· Antes
de depositar a tua oferenda, volta e reconcilia-te com o teu adversário
enquanto estais a caminho...
· Perdoa
não sete vezes, mas setenta vezes sete...
· Se
alguém te obrigar a andar mil passos, anda dois mil...
· Se
uma pessoa te bater na face direita, oferece-lhe a esquerda...
· Ama
os teus inimigos, ora por aqueles que te perseguem e caluniam...
· Pai,
perdoa-nos as nossas dívidas assim como perdoamos aos nossos devedores...
Diante
de recomendações tão claras e objetivas, só nos resta atender se desejamos
realmente ser felizes.
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Boa noite. Ótima reflexão. Perdoar assim como amar é uma decisão. Venho buscando por em prática esse preceito diariamente, mas não é fácil... Preciso da graça de Deus para obter êxito.
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