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segunda-feira, 4 de outubro de 2021

 



Temas da Vida e da Morte

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 4

 

Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Temas da Vida e da Morte, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Eis as questões de hoje:

 

25. Pode-se dizer que o abuso das paixões é o agente dos males que nos infelicitam?

Sim. O abuso das paixões – e não seu uso correto, que leva aos ideais do amor e ao arrebatamento pelas causas nobres – é o agente dos flagelos e males que se voltam contra o próprio homem e o infelicitam. A dor é, porém, o aguilhão que o propele para a frente, e é através dela que ele aprende a valorizar as oportunidades de sua existência corporal e desperta para o bem, a que se entrega, após a exaustão que o sofrimento lhe impõe. Como o mal não é uma realidade, mas um efeito transitório, que pode ser alterado a partir do momento em que se lhe modifique a causa, ele transforma-se num futuro bem, porque vacina a vítima, que compreende melhor, a partir daí, a finalidade da vida na Terra e se empenha por alcançá-la no mais breve prazo. (Temas da Vida e da Morte - Flagelos e males, pp. 62 e 63.)

26. É suficiente ao ser humano não praticar o mal?

Não é suficiente, mas é um primeiro passo, que poderá facultar outros mais audaciosos, até que a atração do bem passa a envolver a pessoa. Desse modo, evitar o mal que em nós mesmos reside e, mediante o livre-arbítrio, conquistar espaço para as ações meritórias, empenhando-nos por vivenciá-las a partir de então – eis o caminho a trilhar. Sentindo-se impelido ao mal, em virtude dos remanescentes do primitivismo que nele jaz, todo homem deve e pode evitar praticá-lo, educando a vontade e canalizando as forças morais para o bem, que nele igualmente se encontra em gérmen, graças à sua origem divina. (Obra citada - Flagelos e males, pp. 64 e 65.)

27. Que fatores levam o homem a temer a morte?

São vários os fatores que levam o homem a ter medo da morte:

a) o instinto de conservação da vida, que lhe constitui força preventiva contra a intemperança, a precipitação e o suicídio;

b) a predominância da natureza animal, que nos Espíritos inferiores comanda as aspirações, tendências e necessidades;

c) o temporário esquecimento da vida espiritual de onde procede;

d) o conteúdo religioso das doutrinas ortodoxas, que oferecem uma visão distorcida e prejudicial do que sucede após a ruptura dos laços materiais;

e) o receio de aniquilamento da vida, por falta de informações corretas a respeito do futuro da alma e daquilo que lhe está destinado. (Obra citada - Temor da morte, pp. 67 e 68.)

28. É verdade que o homem deve pensar na morte conforme pensa na vida?

Sim. O homem necessita ter em conta que cada dia que passa no calendário terrestre, adicionando-lhe tempo à existência física, é-lhe um a menos, a aproximá-lo do portal da morte. Substituir o medo pela expectativa de como será a vida mais tarde, substituir a incerteza pela conscientização do prosseguimento espiritual, deve ser um programa bem elaborado para ser vivido com tranquilidade, no dia a dia do seu peregrinar evolutivo. A vida espiritual perderá assim para ele seu caráter hipotético, para tornar-se uma realidade, na qual penetra desde antes da morte, através dos fenômenos mediúnicos que lhe propiciam essa convicção, especialmente com o intercâmbio dos sempre vivos, que o vêm emular na preparação da equipagem para o inevitável processo de retorno. (Obra citada - Temor da morte, pp. 70 e 71.)

29. As horas que precedem a desencarnação são importantes para o Espírito que se prepara para seguir à Espiritualidade? 

Sim. Elas revestem-se de muita significação para o ser em preparativos para a viagem à verdadeira pátria. O afrouxamento dos laços perispirituais e o consequente desfazimento deles ocorrem entre sensações e emoções complexas que variam de criatura para criatura, conforme o grau evolutivo que cada qual haja logrado. Desse modo, deve transcorrer em clima de paz ambiente o processo liberativo, para que, no instante em que cessem as pulsações orgânicas, nenhum choque vibratório atinja o recém-desencarnado. (Obra citada - Ante moribundos, pp. 73 e 74.)

30. Muitos Espíritos que passam pelo processo da desencarnação não se dão conta do que lhes aconteceu? 

Sim. Grande número deles, subjugados pelos vícios ou pela materialidade de sua existência, não se dão conta do que lhes aconteceu e, mesmo quando são levados à reflexão post mortem, negam-se a aceitar a contingência, apegando-se às impressões e aos gozos nos quais se compraziam, embora estes se lhes apresentem, agora, de forma afligente e angustiante. Essa perturbação se alonga pelo tempo em que as ilusões cultivadas predominam, impedindo-lhes o despertar da consciência longamente anestesiada pelos vapores tóxicos da carne. (Obra citada - Ante moribundos, pp. 74 e 75.)

31. Morte e desencarnação são ocorrências distintas?

Sim. Etimologicamente, morte significa “cessação completa da vida do homem, do animal, do vegetal”. A desencarnação é o fenômeno de libertação do corpo somático por parte do Espírito, que, por sua vez, se desimanta dos condicionamentos e atavismos materiais, facultando a si mesmo liberdade de ação e de consciência. A morte é o fenômeno biológico, término natural da etapa física, que dá início a novo estado de transformação molecular. A desencarnação real ocorre depois do processo da morte orgânica, diferindo em tempo e circunstância, de indivíduo para indivíduo. (Obra citada - Morte e desencarnação, pp. 77 e 78.)

32. O suicídio direto tem influência no processo da desencarnação?

Sim, ele dificulta o processo. No suicídio direto, violento, a morte não liberta a alma; ao contrário, produz o prolongamento das aflições, aumentadas pelas dores morais e pelos fenômenos decorrentes da imantação do Espírito ao corpo, pelas fixações mentais geradoras de sensações novas e rudes, que enlouquecem quase sempre todo aquele que planejou fugir, sendo pela vida surpreendido mais adiante.  (Obra citada - Morte e desencarnação, pp. 78 e 79.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 3 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/09/blog-post_27.html

 

 

 

 

 

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