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terça-feira, 26 de outubro de 2021

 



Despertar o amor por si

 

CÍNTHIA CORTEGOSO

cinthiacortegoso@gmail.com

De Londrina-PR

 

Devemos nos amar como somos, mas dispostos a melhorias e crescimento, pois progresso é a maior certeza de que precisamos, porém sem o esquecimento de tudo também o que já alcançamos.

Dificilmente se pode amar se ainda não houver o amor por si porque se não fizer o que é bom por si, de fato, de outro remotamente virá. Tudo o que valorizamos é também o que devemos fazer por nós como se o respeito é eminente, antes devo respeitar-me; se a paciência é sinônimo de sabedoria, então, assim, devo ser comigo mais paciente do que ter a fria ansiedade; se a repreensão machuca, devo comigo ser mais doçura, porém mostrando-me a verdade. Tão de fato é que só serei o melhor ao outro se para mim for antes assim.

Quando nos compulsamos a uma maneira dolorosa de tratamento ‒ penso que seja uma das maiores crueldades ‒ não há voz ou pedido de socorro que se possa ouvir, pois sufocamos o nosso ser indefeso e tão sedento de amor. Se, muitas vezes, nos indignamos com os maus-tratos a alguém, quão triste é quando fazemos isso conosco sem deixarmos ninguém perceber, sem haver ninguém para nos livrar... de nós mesmos.

Devemos ser para nós o nosso grande amor; a nossa doce mãe; o nosso protetor pai; o nosso melhor amigo, irmão; a nossa mais confiável companhia para, dessa forma, também nos sentirmos amados, felizes e seguros conosco, pois seremos sempre nós onde quer que estejamos.

E como é extraordinário sentir-se em casa em si próprio, ter alegria em estar consigo, levar-se a passear, cuidar-se, desejar viver na própria companhia, ser mais presente e deixar de ser ausente a si, ou seja, amar-se com a verdade do sentimento e ser o melhor que puder antes a si.

A vida nos ensina e nos explica que não podemos doar o que ainda não temos, mas, sim, a partir do que conhecemos e podemos sentir. E quando nosso coração está amoroso e cuidadoso por nós sentimo-nos em paz e começamos a compreender a doce lei do amor.

E será tão comum sorrirmos para nós mesmos e dizermos: amo-me profundamente e sou feliz.

E, tantos outros corações, poderemos tornar mais leves e confiantes e o Planeta começará a respirar mais aliviado.

Tudo começa em nós.

 

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