Temas da Vida e da Morte
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 5
Continuamos nesta edição o estudo metódico e sequencial do livro Temas da Vida e da Morte, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.
Eis as questões de hoje:
33. A desencarnação do homem de bem é mais rápida e mais
suave?
Sim. O homem de bem,
uma vez morto o corpo, desprende-se logo dos despojos físicos. Como cada homem
tem a vida de que precisa na Terra, para crescer e ser feliz, cada qual tem a
morte a que faz jus, em razão dos atos praticados. O homem de bem, diante dessa
proposta, opta evidentemente pela conduta de libertação, graças à qual, tão
logo se interrompa a vida orgânica, ele se desprende dos despojos físicos e de
suas implicações escravocratas, ensejando-se-lhe a libertação real, no retorno
feliz ao lar que o aguarda após a experiência evolutiva ora concluída. (Temas da Vida e da Morte - Morte e
desencarnação, pp. 80 e 81.)
34. Os desejos e as aspirações influem no destino futuro de
uma pessoa?
Sim. Não apenas
influem, mas podem também determiná-lo. Conforme a pessoa desejar, sua vontade
será posta em ação, do que resultará conquista ou perda no comércio moral e
espiritual da vida. Os apegos de qualquer procedência, durante a vida física,
impõem que após a morte prossigam interessando com o mesmo vigor com que foram
estruturados antes. A instabilidade no dever e a fixação nos desejos primários
criam aflições e conjunturas amargas, em razão do seu conteúdo pleno de
insatisfação e revolta. Somente a visão correta dos valores terrenos
proporciona sua utilização equilibrada, para posteriores avaliações, aceitação
ou recusa do seu prosseguimento. (Obra citada - Morrendo para viver, pp. 84 e
85.)
35. É certo dizer que os pensamentos são os modeladores do
ser humano?
Sim, eles são os
modeladores do ser, porque são os promotores dos atos. Do modo como o homem
pensa, naturalmente se comporta. Com exceção das aparências mascaradas pela
compostura social, o indivíduo é, em realidade, aquilo que cultiva na mente. A
ação do pensamento na vida do homem que o utiliza é tão vital quanto a do Sol
nas células e na vida. (Obra citada - Morrendo para viver, pp. 85 a 87.)
36. É verdade que a morte não consegue interromper de
imediato as necessidades e dependências cultivadas ao longo da vida?
É verdade. As
impressões longamente fixadas e as sensações vividas com sofreguidão assinalam
profundamente os tecidos sutis do perispírito, impondo necessidades e
dependências, que a morte não consegue, de imediato, interromper. A ruptura dos
vínculos de manutenção do Espírito ao corpo é somente um passo inicial na
demorada proposta da desencarnação. Normalmente encharcado de impressões de
forte teor material, o Espírito se demora mimetizado pelas vibrações a que se
ambientou, prosseguindo sob estados de variadas emoções que o aturdem. Conforme
a experiência corporal, assim se fará o desligamento espiritual. (Obra citada -
Processo desencarnatório, pp. 89 e 90.)
37. A perturbação que sucede à morte do corpo é comum a todas
as pessoas?
De modo geral, sim.
Quase todos os desencarnados experimentam a turbação que sucede ao
desprendimento da matéria. A intensidade e o prazo variam conforme as condições
de cada um. As pessoas que viveram para o prazer, usufruindo sensações e gozos
desenfreados, recusam-se a compreender a ocorrência liberadora, sofrendo
inenarráveis angústias por não serem atendidos nos hábitos antigos, mesmo que
se esforcem até quase à exaustão. Outros indivíduos, que eliminaram da mente
qualquer possibilidade de sobrevivência ao cadáver, hibernam-se, experimentando
inconcebíveis pesadelos que decorrem dos fenômenos biológicos em contínua
transformação e que neles se impõem por tempo indeterminado. Os onzenários e
egoístas, os delinquentes de qualquer tipo, veem a tragédia do mau uso que os
seus herdeiros ora fazem dos bens avaramente acumulados, assim como as
consciências criminosas enfrentam suas vítimas, algumas das quais as perdoam,
tornando-se insuportável a presença delas. (Obra citada - Processo
desencarnatório, pág. 92, e Perturbação no Além-Túmulo, pág. 93.)
38. Como é o despertar das pessoas de bem?
As pessoas justas e
diligentes, honestas e caridosas têm um suave e rápido despertar e são
recepcionadas pelos amores que as anteciparam e as aguardam felizes. De alguns
minutos apenas ou de poucas horas é-lhes a duração do estado aflitivo,
perturbador, ou passado em sono agradável, do qual despertam em festa de
alegria pelos reencontros formosos. (Obra citada - Perturbação no Além-Túmulo,
pp. 94 e 95.)
39. Que ocorre após a morte com os religiosos em geral?
Depende. Muitos
religiosos, informados equivocadamente sobre a vida espiritual, experimentam,
após a morte, grande choque, por não encontrarem comitê de recepção constituído
pela Divindade e por anjos, tombando, quando presunçosos, em terrível mágoa,
decepção ou revolta que os transtorna por longo período, deixando-os em
lamentável perturbação. Aqueles, porém, que tomaram conhecimento do que sucede
após a matéria e não viveram em conformidade com essa crença, caem em depressão
prolongada, assim que constatam a sobrevivência espiritual. Como se vê, para
ninguém ocorre exceção, em qualquer lugar onde se encontre. A perturbação
espiritual após a morte é, assim, o resultado do comportamento de cada criatura
enquanto se encontra sob as imposições orgânicas. (Obra citada - Perturbação no
Além-Túmulo, pp. 95 e 96.)
40. Quem tenta o suicídio, sem consumá-lo, é candidato à
recidiva?
Sim. Aquele que
tenta o suicídio e não o vê consumado é candidato natural à recidiva, que
culmina tão logo se lhe apresenta o móvel desencadeador do desejo. O suicídio é
o mais grosseiro vestígio da fragilidade humana, que ata o homem ao primarismo
de que se deve libertar, quando, em verdade, o homem é a mais alta realização
do pensamento divino, na Terra, caminhando para a glória total, mediante as
lutas e os sacrifícios do dia a dia. (Obra citada - Suicídio - solução
insolvável, pp. 99 a 100.)
Observação:
Para acessar a Parte 4 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/10/blog-post_04.html
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