Os últimos serão os primeiros...
JORGE LEITE DE OLIVEIRA
jojorgeleite@gmail.com
De Brasília-DF
Bom
dia, leitores!
Há
poucos dias, eu disse a um jovem que é, principalmente, quando ultrapassamos a
casa dos 50 janeiros que a ficha cai para nós, em relação ao que vimos fazendo
ao longo dos anos. Refletindo nisso, adentro novo devaneio da terceira
entrevista com o nosso inesquecível Allan Kardec.
Vejo-me,
agora, no Jardim de Luxemburgo, em Paris, recostado numa das cadeiras, em
frente ao palácio, e contemplo as belas flores primaveris. Estamos no período
vespertino, e a tarde está um pouco nublada. Repentinamente, vejo um vulto se
aproximando. É ele, penso com emoção, e não me engano.
Kardec
aproxima-se de mim, estendo-lhe a mão que ele aperta e cumprimenta-me
cordialmente.
—
Como vai, Jó, pensativo?
—
Penso no rumo que o mundo vem tomando nos últimos dias. A pandemia, não somente
do vírus material, como também do vírus moral, leva à ânsia em lesar os que
atravancam nossos caminhos... Tudo isso me deixa triste. Outro dia, porém, Allan,
assisti a uma live de premiação aos
vencedores de concurso de contos, crônicas e poemas que me deu a certeza de que
ainda há muita gente honesta no mundo. Não vou citar aqui a cidade em que
ocorreu o evento, pois não desejo ser injusto com outras instituições éticas
como a Prefeitura de Tatuí, cidade bucólica de São Paulo, que anualmente, em
seu Museu Paulo Setúbal, institui um prêmio cultural.
—
Não se preocupe com os ignorantes, antes que maus, Jó. Como disse Jesus, pelo
seu porta voz, o Espírito de Verdade: "Aproxima-se o tempo em que se
cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da humanidade."
—
E quem merecerá viver nesse mundo transformado?
—
Jó: "Felizes os que houverem trabalhado no campo do Senhor com desinteresse
e sem outro motivo, senão a caridade. Seus dias de trabalho serão pagos pelo
cêntuplo do que tiverem esperado", já afirmara o Espírito de Verdade em
1862.
—
Isso é possível, num mundo tão competitivo, como o atual, mestre?
—
Amigo Jó, Jesus nos esclarece ser preciso que nos vejamos e tratemos como
irmãos, trabalhando juntos, unindo esforços na prática do bem.
—
E o que nos dirá o Senhor, quando acabarmos essa sublime obra em prol de um
mundo justo e feliz?
—
Sem dúvida, repetirá as palavras do Espírito de Verdade, que você poderá reler no
capítulo 20, item 5 d'O Evangelho Segundo o Espiritismo.
—
Que palavras são essas, amigo Kardec?
—
"Vinde a mim, vós que sois bons servidores, vós que soubestes impor
silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias, a fim de que daí não viesse
dano para a obra!"
—
Assim será feita a tal separação entre os bodes e as ovelhas a que Jesus se
refere em Mateus, 25:31 a 46?
—
Exatamente. Ainda repetindo as palavras do Espírito de Verdade: "Deus
procede, neste momento, ao censo dos seus servidores fiéis e já marcou com o
dedo aqueles cujo devotamento é apenas aparente, a fim de que não usurpem o
salário dos servidores corajosos, pois é aos que não recuaram diante de suas
tarefas que Ele vai confiar os postos mais difíceis na grande obra da
regeneração pelo Espiritismo. Cumprir-se-ão estas palavras: 'Os primeiros serão
os últimos, e os últimos serão os primeiros no Reino dos Céus."
—
Quantos belos ensinamentos, querido Kardec. Preciso relê-los, meditar neles e
praticá-los com mais frequência... Ei, Kardec! Kardec! Cadê você?
Olho
para o alto de olhos lacrimosos, pois vejo, numa nuvem, o sublime Codificador
do Espiritismo cristão despedir-se de mim, com o abano de uma das mãos. Acordo
e passo a refletir...
Lembrete:
história fictícia baseada no cap. 20, it. 5 d'O Evangelho Segundo o
Espiritismo.
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