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segunda-feira, 29 de novembro de 2021

 



Loucura e Obsessão

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 3

 

Damos sequência neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

17. É verdade que a hediondez está presente em diversos núcleos espirituais próximos da Crosta?

Sim. O que ocorre em determinados núcleos supera tudo o que a imaginação desequilibrada pode conceber. Ali estagiam, à noite, sob coação, diversos encarnados alucinados pelas drogas, a elas conduzidos por sutilezas de inspiração produzida por comparsas do Além. Posturas exóticas, música estridente e primitiva, gestos selvagens e caracterizações aberrantes, em açodamento às manifestações do sexo ultrajado, se originam nesses redutos. Campeões do cinismo, vanguardeiros da corrupção e da insensibilidade para com os valores éticos da vida, técnicos na ironia e no menosprezo às conquistas da moral e da justiça, eram frequentadores habituais, por sintonia psíquica, daqueles grupos, onde renovavam experiências sórdidas, retornando depois ao corpo, sempre ansiosos e insatisfeitos pelo vivido e padecendo irrefreável avidez pelo novo gozar. (Loucura e Obsessão, cap. 5, pp. 55 a 57.)

18. Se os recursos do bem são inesgotáveis, por que o mal impera nos núcleos espirituais mencionados nesta obra?

Os recursos do bem, além de serem inesgotáveis, apresentam-se em qualidade superior ao que chamamos mal, cuja aparente vitória é resultado da transitória sintonia com ele dos que tateiam nas sombras da ignorância, ainda não alcançados pelas luzes do discernimento, ou primários nas experiências da evolução, mais instinto que inteligência, mais sensação que emoção. (Obra citada, cap. 5, pp. 57 e 58.)

19. Lício era um ser com inclinação feminina em um corpo de rapaz. Por que procurou ele ajuda espiritual?

Depois de expor os conflitos de ordem sexual que o acometiam, Lício disse à Mentora: “Creio em Deus e na alma, razões que me afligem a consciência, ante os tormentos que me assaltam. Valeram, indago-me, os parcos minutos de relax e prazer em relação aos dias e noites de ansiedade e incerteza? E depois, quando a morte advier, sempre penso, o que acontecerá, como será?” Concluída a narração, ele disse à Benfeitora que estava ali para pedir socorro! “Soube – explicou o jovem – que, talvez, um trabalho de vossa parte me pudesse aliviar o sofrimento, já que não creio seja possível arrancá-lo de mim, por entender que sou um ser feminino numa forma masculina, graças a um sortilégio da Divindade, que não consigo entender. O que sei é que necessito de uma tábua qualquer de salvação, mesmo que imaginária, qual náufrago que, em se debatendo na procela, se agarra a uma navalha que lhe dilacera as carnes, mas que é a única possibilidade de salvação ao seu alcance.” (Obra citada, cap. 5, pp. 63 e 64.)

20. Conflitos como o de Lício são comuns em nosso mundo? 

Sim. Segundo Dr. Bezerra de Menezes, a situação descrita por Lício alcança número muito maior de criaturas do que se possa imaginar, na Terra, como no Além. Contam-se aos milhões, no mundo, os que padecem conflitos dessa natureza, que ainda não encontraram compreensão adequada, nem estudo conveniente, das doutrinas que lhe investigam as causas, procurando soluções. (Obra citada, cap. 5, pp. 63 e 64.)

21. Qual a atitude recomendada em face dos conflitos ligados à área sexual?

A orientação do Dr. Bezerra Menezes é, nesse sentido, muito clara: “O respeito e a linha de equilíbrio devem viger no homem, em qualquer compromisso de relacionamento estabelecido”. “Enquanto, porém, o sexo mantiver-se na condição de produto para venda e a criatura permanecer como objeto de prazer, a situação prosseguirá nos seus efeitos crescentes, mais amplos e dolorosos do que aqueles que se digladiam em nossa sociedade consumidora e inquieta.” (Obra citada, cap. 5, pp. 64 a 66.)

22. Como Dr. Bezerra de Menezes define transexualismo?

Dá-se o transexualismo quando o corpo se encontra definido numa ou noutra forma e o arcabouço psicológico não corresponde à realidade física. Era o caso de Lício: alma de mulher, corpo de homem. Em tais casos, empurrado pelos impulsos incontrolados do eu espiritual perturbado em si mesmo, ou pelos fatores externos, pode o indivíduo marchar para a homossexualidade, caindo em desvios patológicos, expressivos e dolorosos. Segundo Dr. Bezerra, é ainda na forma transexual, quando o Espírito supera a aparência e aspira pelos supremos ideais, que surgem as grandes realizações da Humanidade, como também sucede na heterossexualidade destituída de tormentos e anseios lúbricos, que lhe causam graves distonias. Em qualquer forma, portanto, pode o Espírito dignificar-se, elevando-se, desde que se não deixe acometer pela loucura do prazer desregrado, que sempre lhe propiciará a necessidade de reparação em estado mais afligente. (Obra citada, cap. 6, pp. 69 a 71.)

23. Que ocorreu no passado de Lício que justificasse sua atual condição?

Segundo a Mentora espiritual que o atendeu, nas três últimas reencarnações Lício viveu experiências femininas, utilizando-se de corpos desse gênero. Na antepenúltima, enredou-se numa trama que a paixão insensata fez enlouquecer. Logo depois, recomeçou para liberar-se das consequências danosas que lhe permaneciam como insegurança e necessidade, vindo a fracassar de forma rude. Não há muito, utilizou-se de toda a força que a atração física lhe emprestava, para usufruir e malsinar vidas que hoje se lhe enroscavam, perturbando-lhe a marcha. Consequência direta disso, os efeitos emocionais lhe dilaceraram as fibras sensíveis da aparelhagem espiritual que modelaram um corpo-presídio, no qual a forma sofre o tormento da essência e vice-versa. (Obra citada, cap. 6, pp. 73 a 75.)

24. Quem foi no passado o tio que o levou à homossexualidade?

O tio pervertido era uma companhia antiga, do mesmo grupo de perversão de que Lício participara. Como se vê, ele não teve resistências morais para vencer os impulsos físicos, provenientes dos refolhos do ser viciado, que soube identificar, embora sem entender, a antiga companheira de alucinação. Em seu desvario, ele esteve inspirado por um adversário desencarnado de ambos – dele e de Lício – que aguardava ensejo para vingar-se, na condição de esposo traído e vilipendiado pelos dois. (Obra citada, cap. 6, pp. 75 a 76.)

 

 

Observação:

Para acessar a 2ª parte deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/11/blog-post_22.html


 

 

 

 

 

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