Loucura e Obsessão
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 3
Damos sequência neste espaço ao estudo metódico e sequencial do livro Loucura Obsessão, sexta obra de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1988. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
17. É verdade que a hediondez está presente em diversos
núcleos espirituais próximos da Crosta?
Sim. O que ocorre em
determinados núcleos supera tudo o que a imaginação desequilibrada pode
conceber. Ali estagiam, à noite, sob coação, diversos encarnados alucinados
pelas drogas, a elas conduzidos por sutilezas de inspiração produzida por
comparsas do Além. Posturas exóticas, música estridente e primitiva, gestos
selvagens e caracterizações aberrantes, em açodamento às manifestações do sexo
ultrajado, se originam nesses redutos. Campeões do cinismo, vanguardeiros da
corrupção e da insensibilidade para com os valores éticos da vida, técnicos na
ironia e no menosprezo às conquistas da moral e da justiça, eram frequentadores
habituais, por sintonia psíquica, daqueles grupos, onde renovavam experiências
sórdidas, retornando depois ao corpo, sempre ansiosos e insatisfeitos pelo
vivido e padecendo irrefreável avidez pelo novo gozar. (Loucura e Obsessão, cap. 5, pp. 55 a 57.)
18. Se os recursos do bem são inesgotáveis, por que o mal
impera nos núcleos espirituais mencionados nesta obra?
Os recursos do bem,
além de serem inesgotáveis, apresentam-se em qualidade superior ao que chamamos
mal, cuja aparente vitória é resultado da transitória sintonia com ele dos que
tateiam nas sombras da ignorância, ainda não alcançados pelas luzes do
discernimento, ou primários nas experiências da evolução, mais instinto que
inteligência, mais sensação que emoção. (Obra citada, cap. 5, pp. 57 e 58.)
19. Lício era um ser com inclinação feminina em um corpo de
rapaz. Por que procurou ele ajuda espiritual?
Depois de expor os
conflitos de ordem sexual que o acometiam, Lício disse à Mentora: “Creio em
Deus e na alma, razões que me afligem a consciência, ante os tormentos que me
assaltam. Valeram, indago-me, os parcos minutos de relax e prazer em relação
aos dias e noites de ansiedade e incerteza? E depois, quando a morte advier,
sempre penso, o que acontecerá, como será?” Concluída a narração, ele disse à
Benfeitora que estava ali para pedir socorro! “Soube – explicou o jovem – que,
talvez, um trabalho de vossa parte me pudesse aliviar o sofrimento, já que não
creio seja possível arrancá-lo de mim, por entender que sou um ser feminino
numa forma masculina, graças a um sortilégio da Divindade, que não consigo
entender. O que sei é que necessito de uma tábua qualquer de salvação, mesmo
que imaginária, qual náufrago que, em se debatendo na procela, se agarra a uma
navalha que lhe dilacera as carnes, mas que é a única possibilidade de salvação
ao seu alcance.” (Obra citada, cap. 5, pp. 63 e 64.)
20. Conflitos como o de Lício são comuns em nosso mundo?
Sim. Segundo Dr.
Bezerra de Menezes, a situação descrita por Lício alcança número muito maior de
criaturas do que se possa imaginar, na Terra, como no Além. Contam-se aos
milhões, no mundo, os que padecem conflitos dessa natureza, que ainda não
encontraram compreensão adequada, nem estudo conveniente, das doutrinas que lhe
investigam as causas, procurando soluções. (Obra citada, cap. 5, pp. 63 e 64.)
21. Qual a atitude recomendada em face dos conflitos ligados
à área sexual?
A orientação do Dr.
Bezerra Menezes é, nesse sentido, muito clara: “O respeito e a linha de
equilíbrio devem viger no homem, em qualquer compromisso de relacionamento
estabelecido”. “Enquanto, porém, o sexo mantiver-se na condição de produto para
venda e a criatura permanecer como objeto de prazer, a situação prosseguirá nos
seus efeitos crescentes, mais amplos e dolorosos do que aqueles que se digladiam
em nossa sociedade consumidora e inquieta.” (Obra citada, cap. 5, pp. 64 a 66.)
22. Como Dr. Bezerra de Menezes define transexualismo?
Dá-se o
transexualismo quando o corpo se encontra definido numa ou noutra forma e o
arcabouço psicológico não corresponde à realidade física. Era o caso de Lício:
alma de mulher, corpo de homem. Em tais casos, empurrado pelos impulsos
incontrolados do eu espiritual perturbado em si mesmo, ou pelos fatores
externos, pode o indivíduo marchar para a homossexualidade, caindo em desvios
patológicos, expressivos e dolorosos. Segundo Dr. Bezerra, é ainda na forma
transexual, quando o Espírito supera a aparência e aspira pelos supremos
ideais, que surgem as grandes realizações da Humanidade, como também sucede na
heterossexualidade destituída de tormentos e anseios lúbricos, que lhe causam
graves distonias. Em qualquer forma, portanto, pode o Espírito dignificar-se,
elevando-se, desde que se não deixe acometer pela loucura do prazer desregrado,
que sempre lhe propiciará a necessidade de reparação em estado mais afligente. (Obra
citada, cap. 6, pp. 69 a 71.)
23. Que ocorreu no passado de Lício que justificasse sua
atual condição?
Segundo a Mentora
espiritual que o atendeu, nas três últimas reencarnações Lício viveu
experiências femininas, utilizando-se de corpos desse gênero. Na antepenúltima,
enredou-se numa trama que a paixão insensata fez enlouquecer. Logo depois,
recomeçou para liberar-se das consequências danosas que lhe permaneciam como
insegurança e necessidade, vindo a fracassar de forma rude. Não há muito,
utilizou-se de toda a força que a atração física lhe emprestava, para usufruir
e malsinar vidas que hoje se lhe enroscavam, perturbando-lhe a marcha.
Consequência direta disso, os efeitos emocionais lhe dilaceraram as fibras
sensíveis da aparelhagem espiritual que modelaram um corpo-presídio, no qual a
forma sofre o tormento da essência e vice-versa. (Obra citada, cap. 6, pp. 73 a
75.)
24. Quem foi no passado o tio que o levou à homossexualidade?
O tio pervertido era
uma companhia antiga, do mesmo grupo de perversão de que Lício participara.
Como se vê, ele não teve resistências morais para vencer os impulsos físicos,
provenientes dos refolhos do ser viciado, que soube identificar, embora sem entender,
a antiga companheira de alucinação. Em seu desvario, ele esteve inspirado por
um adversário desencarnado de ambos – dele e de Lício – que aguardava ensejo
para vingar-se, na condição de esposo traído e vilipendiado pelos dois. (Obra
citada, cap. 6, pp. 75 a 76.)
Observação:
Para acessar a 2ª parte deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/11/blog-post_22.html
Como
consultar as matérias deste blog? Se você não conhece a estrutura deste blog,
clique neste link: https://goo.gl/ZCUsF8, e verá como utilizá-lo. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário