Os mortos nos falam
Padre François Brune
Parte 6
Continuamos o estudo metódico e sequencial do livro Os mortos nos falam, de autoria do padre François Brune. O estudo baseia-se na primeira edição em português desta obra, publicada pela Edicel em 1991.
Embora este livro não seja,
propriamente falando, um clássico espírita, trata-se de uma ótima contribuição
de publicação recente que confirma a realidade das manifestações dos chamados
mortos.
Cada parte do estudo compõe-se de:
a) questões preliminares;
b) texto para leitura.
As respostas às questões propostas
encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. Em seguida à morte corpórea, os Espíritos são levados a
uma espécie de sono?
B. Mesmo após a morte, estamos sujeitos à lei do progresso?
A evolução espiritual continua no Além?
C. No plano espiritual é grande a diversidade evolutiva
entre os indivíduos?
Texto para
leitura
66. O túnel citado por muitos
Espíritos seria uma passagem obrigatória entre os dois mundos? A qual espaço
corresponderia? O padre Brune lembra, ao colocar essas questões, que alguns
moribundos disseram ter tido a impressão de passar por ele em grande velocidade
e, muitas vezes, em movimento ascendente. Não se deve, porém, tomar essas
descrições ao pé da letra, porque quando alguém diz “entrar” nesse túnel,
espaço e tempo são diferentes. (P. 115)
67. Padre Brune, respondendo à
indagação formulada, diz que existe pelo menos uma outra forma de acesso aos
mundos superiores, ou de travessia desse túnel: através do sono. É o que têm
dito muitos Espíritos. (PP. 115 a 118)
68. Há, contudo, uma outra espécie de
sono: aquele que se costuma chamar, comumente, de o sono da morte. Dizem então:
“dormir o último sono”. Mas os mortos nem sempre dormem. A experiência do sono
não é absolutamente universal. Entretanto, parece ser habitual. É o que nos
informam os Espíritos já desencarnados. (PP. 118 e 119)
69. Brune relata a propósito alguns
fatos em que os Espíritos se reportam à experiência do sono reparador, definido
por Pierre Monnier como uma espécie de gestação “que precede o novo nascimento
da alma”. (PP. 119 e 120)
70. Mesmo após a nossa morte teremos
muito a progredir, porque a evolução espiritual continua no Além. A grande lei
que resulta de todos os testemunhos vindos do Além é a do respeito absoluto à
nossa liberdade. Nossa evolução e sua rapidez de realização, etapa por etapa,
de mundo para mundo, dependerão da boa vontade de cada um. (PP. 122 e 123)
71. Brune cita passagens de Albert
Pauchard e Marie-Louise Morton em que ambos falam do mecanismo interno dessa
evolução. Só trocamos de plano, de nível ou de esfera – dizem eles – quando
começamos a ficar cansados do plano em que nos encontramos. Então, nosso corpo
passa para um novo estado, em harmonia com o novo mundo que alcançamos. (PP.
123 e 124)
72. “Ajudar alguém é desenvolver a si
mesmo.” Essa frase, captada pela Sra. Morton, mostra que podemos ajudar na
evolução dos outros, mas não podemos forçá-los. Pode-se ajudá-los, e esse é o
papel do Cristo e dos santos, mas o processo envolve a nossa liberdade. (P.
124)
73. Dizendo isto, padre Brune diz que
nós, seres humanos, sempre temos a tentação de acreditar em varinhas de condão.
Os teólogos cristãos sempre foram tentados a interpretar desta forma os
sacramentos. É o que chamavam de “objetividade” dos sacramentos, em oposição às
disposições interiores do sujeito, ditas “subjetivas”. “Sempre combati esta
concepção dos sacramentos”, assevera Brune. “E tudo que descobri, ao ler estes
testemunhos, não me levou – de forma alguma – a rever os princípios de minha
teologia.” (PP. 124 e 125)
74. Isto explica o valor e o papel do
chamamento à perfeição, existente além das exigências da boa moral comum. Se
ficarmos apegados apenas aos interesses materiais, continuaremos longe dessa
perfeição, como, aliás, dizia Santa Catarina de Siena: “Deus faz-nos falta,
precisamos d’Ele, somos privados d’Ele, na medida em que ficamos presos a nós
mesmos”. (P. 125)
75. Padre Brune comenta: Não há mal
nenhum em assistir a um bom jogo de futebol ou em ir a um concerto. Mas,
enquanto preferirmos assistir ao jogo ou ir ao concerto a mergulhar na
contemplação de Deus, não poderemos sonhar em ser aspirados em Deus. Ou, em
outras palavras: enquanto você preferir fazer uma boa refeição, deixando seu
próximo na miséria, não estará totalmente amadurecido para dividir plenamente a
vida de Deus. (P. 125)
76. Roland de Jouvenel retrata bem
essa verdade em suas mensagens, mostrando que no Além cada um atingirá o nível
correspondente ao grau de espiritualidade que tiver pessoalmente alcançado.
Veremos então que as diferenças existentes entre os indivíduos parecem ser
enormes. Enquanto alguns dispararão “como balas de canhão”, retomando a
expressão do Cura d’ Ars, a quem foi perguntado como se deveria chegar a Deus,
outros arrastar-se-ão como caracóis. (PP. 125 e 126)
77. Capítulo V - Os primeiros passos no Além – Ao iniciar este
capítulo, padre Brune adverte que no material fornecido exclusivamente pelos
mortos, transmitido por via mediúnica, não encontraremos mais a formidável
unanimidade que até este ponto se observara nos depoimentos até aqui
transcritos. É que a diversidade evolutiva existente no meio espiritual é
enorme. (P. 127)
78. Georges Morranier, por exemplo,
que se matou aos 29 anos de idade, após uma crise depressiva, revelou
encontrar-se atualmente na quinta esfera, de um total de sete que circundam a
Terra, excluindo a Crosta. Para um ex-suicida, a revelação de Georges é, no
mínimo, estranha. (P. 128)
Respostas às
questões preliminares
A. Em seguida à morte corpórea, os Espíritos são levados a
uma espécie de sono?
Nem sempre. A experiência do sono não
é absolutamente universal. Entretanto, parece ser habitual. É o que nos
informam os Espíritos já desencarnados. (Os
mortos nos falam, pp. 118 e 119.)
B. Mesmo após a morte, estamos sujeitos à lei do progresso?
A evolução espiritual continua no Além?
Sim. Mesmo após a nossa morte teremos
muito a progredir, porque a evolução espiritual continua no Além. Mas nossa evolução
e sua rapidez de realização, etapa por etapa, de mundo para mundo, dependerão
da boa vontade de cada um. Brune cita passagens de Albert Pauchard e
Marie-Louise Morton em que ambos falam do mecanismo interno dessa evolução.
(Obra citada, pp. 122 e 123.)
C. No plano espiritual é grande a diversidade evolutiva
entre os indivíduos?
Sim. As diferenças existentes entre os
indivíduos parecem ser enormes. Enquanto alguns dispararão “como balas de
canhão”, retomando a expressão do Cura d’ Ars, a quem foi perguntado como se
deveria chegar a Deus, outros arrastar-se-ão como caracóis. (Obra citada, pp.
125 e 126.)
Observação:
Para acessar a Parte 5 deste estudo,
publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2021/12/blog-post_03.html
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