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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

 



CINCO-MARIAS

 

Oferenda de amor

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com

 

No fim da tarde nossa mãe aparecia nos fundos do quintal: meus filhos o dia já envelheceu, entrem pra dentro. Manoel de Barros

 

Muitas pessoas me perguntam: a maternidade é uma opção?

Mulheres que escolhem a maternidade necessitam ser capazes de amar. Pois o filho que é amado, educado, de acordo com sua subjetividade e circunstâncias, realiza com mais amor altruísta sua biografia, servindo à sociedade sem temor.

Quando nos dispomos a criar uma família, abrimo-nos ao fato de que toda criança precisa sentir-se amada, à medida que ela depende integralmente de cuidado cotidiano para crescer bem e segura. E isso nunca é coisa automática.

Antes de ter um filho, seria importante que as mulheres reservassem um tempo para refletirem a respeito disso. Avaliar com realidade, espiando o profundo de si mesmas, se de fato estarão dispostas a abrigar uma criança, assumindo com benevolência tudo o que isso implica. Porque trazer uma nova vida a este mundo é coisa séria, que gera trabalho, depende de árdua construção de vínculo, reivindica ações responsáveis…

Às vezes imaginamos que a função da mãe está associada somente à nutrição do corpo e, por isso, o gestar, o amamentar, a luta com papinhas. Mas isso é só um aspecto primário da nutrição e, com exceção do leite materno, tudo pode (e deve) ser compartilhado com o pai. O desenvolvimento da criança exigirá, através de diversas etapas, outros níveis de alimento: físico, emocional, mental, espiritual...

Maternidade estende-se além do vasto começo. Engloba muitos anos, implica habilidade de suportar a mulher a própria imperfeição, sem abrir mão de educar auscultando os potenciais do filho, ajudando-o a crescer alegre, ético e tolerante.

Sem receio, às mulheres que me procuram dizendo que estão mais focadas na carreira do que no ideário materno, por exemplo, explico que não faz sentido pensar em ter um filho quando estamos movidas por objetivos que escapam à meta de criar uma família. Não é porque nascemos mulheres que precisamos necessariamente ser mães. Porque ser mãe é missão, compromisso que exige alterar nossa vida, nosso tempo, nossas expectativas, a fim de que o filho cresça capaz, de bem e de paz com suas lutas e com o seu caminho.

Obviamente a maternidade não é para todas as mulheres. Contudo, as mães conscientes contribuem para um mundo melhor.

Um abraço, ótima semana.

 

*

 

Esta seção, cuja estreia neste blog ocorreu no dia 6 de janeiro deste ano, traz sempre textos dedicados à infância, seus cuidados, sua educação. O título – Cinco-marias – é uma alusão a um conhecido brinquedo que integra um conjunto de brincadeiras e atividades lúdicas conceituadas como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), está concluindo em São Paulo a formação em Psicanálise.

Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

 

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Um comentário:

  1. "As mães conscientes contribuem para um Mundo melhor"...Sem dúvida.
    Maternidade e Paternidade conscientes dão a base de uma família estruturada.
    Bom conhecer uma profissional desse gabarito...

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