Trilhas da
Libertação
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 14
Prosseguimos neste espaço o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995. Este estudo será publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
105. Os sequazes do Soberano das Trevas romperam as defesas
da Casa Espírita, ou elas lhes foram franqueadas de propósito pelos Benfeitores
espirituais?
Elas lhes foram
franqueadas de propósito, embora os adversários do Bem pensassem o contrário. O
primeiro Espírito a comunicar-se foi o perturbador que estimulara d. Augusta à
cena constrangedora contra o médium Francisco. O diálogo com o doutrinador foi
inicialmente muito difícil, mas no final, graças às palavras do Sr. Almiro e à
intervenção dos Amigos Espirituais, que envolveram o Espírito em diáfana
claridade que o reconfortou, asserenando-o como se fora um bálsamo etéreo, ele
baqueou, exclamando: “Rendo-me! Não aguento mais este cativeiro. Tenho ânsia de
liberdade. Ajude-me, Deus!” Enquanto o Sr. Almiro lhe dirigiu palavras de
incentivo, dr. Carneiro envolveu o comunicante em fluidos anestesiantes e ele
foi retirado entorpecido, em quase sono, a fim de ser transferido depois para a
Colônia a que se vinculava o médico, para tratamento e renovação. (Trilhas da Libertação. O Enfrentamento,
pp. 284 a 289.)
106. Quando o Espírito comunicante – o antigo Khan –, tomado
de estupor, estava a ponto de quase levar a médium a um ataque de apoplexia,
que providência foi tomada pelos benfeitores espirituais?
Nesse momento, o
benfeitor Fernando aproximou um aparelho vibrador, que foi acoplado à cabeça da
médium, e descargas azuladas envolveram o agressor. Lentamente ele cedeu e
derreou, sendo posto, após deslindado da médium, sobre uma mesa ao lado. Ato
contínuo, os cooperadores do irmão Vicente atiraram uma rede magnética com
malhas luminosas sobre os apaniguados do visitante, impedindo-os de escapar. A
médium voltou à lucidez e o clima de harmonia da reunião foi refeito. (Obra
citada. O Enfrentamento, pp. 289 e 290.)
107. É verdade que o perispírito ou psicossoma é fixado ao
corpo físico por meio dos chakras?
Sim. Pelo menos essa
é a informação que Manoel P. de Miranda nos transmite na presente obra. (Obra
citada. A Luta Prossegue, pp. 293 a 295.)
108. Por que a incorporação mediúnica é benéfica ao Espírito
comunicante?
Segundo o dr.
Carneiro, durante a comunicação o perispírito do médium absorve parte da
energia cristalizada no Espírito, diminuindo-a neste. O comunicante, por sua
vez, recebe o que chamamos choque do fluido animal do médium, cuja finalidade é
abalar as camadas sucessivas das ideias absorvidas e condensadas no Espírito.
Desse modo, quando um Espírito de baixo teor mental se comunica, mesmo que não
seja convenientemente atendido, o referido choque do fluido animal produz-lhe
alteração vibratória, melhorando-lhe a condição psíquica e predispondo-o a
próximo despertamento. (Obra citada. A Luta Prossegue, pp. 295 e 296.)
109. A sombra nada pode fazer contra a luz. Por que esse fato
igualmente se verifica nas questões de ordem espiritual e moral?
A explicação desse
fato, que é bem conhecido, foi dada ao ex-siberiano pelo Dr. Carneiro. “Não há
como negar a superioridade do Bem”, argumentou o médico baiano. “A Força
Positiva é a geradora da vida e das suas manifestações; a negativa expressa o
uso incorreto dos valores da energia, sendo, portanto, impotente, ante a
expressão maior.” Dito isso, o médico acrescentou: “Eis o que desejamos do
amigo: a sua mudança de comportamento, o seu despertar para a realidade que se
nega. Até quando, perguntamos-lhe, permanecerá na obstinação do mal? Será
crível que a sombra anule a luz? Por mais se sofisme, uma chispa na treva
comprova a legitimidade da sua potência.” (Obra citada. A Luta Prossegue, pp.
297 e 298.)
110. Havendo o ex-siberiano assumido uma forma satânica, com
todos os ingredientes que a imaginação humana conferiu à figura do diabo, como
foi que Dr. Carneiro conseguiu que ele reassumisse a sua condição humana?
Depois de afirmar
que o diabo é uma figuração concebida pelas mentes passadas, ignorantes e
temerárias, hoje totalmente ultrapassada, permanecendo somente na imaginação
que a agasalha e a incorpora, Dr. Carneiro aproximou-se da médium e começou a
aplicar passes longitudinais, depois circulares, no sentido oposto ao movimento
dos ponteiros do relógio, alcançando o chakra cerebral da Entidade comunicante,
que teimava na fixação. Sem pressa e ritmadamente, o Benfeitor prosseguiu com
os movimentos corretos, enquanto dizia: “Tuqtamich, você é gente... Tuqtamich,
você é gente...” A voz tornou-se monocórdia, contínua, enquanto os movimentos
prosseguiam. Suas mãos despediam anéis luminosos que passaram a envolver o
Espírito e, a pouco e pouco, romperam-se as construções que o ocultavam, caindo
como destroços que se houvessem arrebentado de dentro para fora. O manto rubro
pareceu, então, incendiar-se e a cauda tombou inerme. Os demais adereços da
composição, igualmente, despedaçaram-se e caíram no chão. Para surpresa de
todos, a forma e as condições assumidas pelo Espírito eram constrangedoras.
Coberto de feridas purulentas, nauseantes, alquebrado, seminu, trôpego, o rosto
deformado como se houvesse sido carcomido pela hanseníase, o siberiano
inspirava compaixão, embora seu aspecto repelente. (Obra citada. A Luta
Prossegue, pp. 299 e 300.)
111. Diante dos fatos que todos eles puderam presenciar, que
atitude foi tomada pelos companheiros do ex-siberiano?
O grupo espiritual,
que acabara de participar da psicoterapia iluminativa, apresentou diferentes
quadros de reação. Os participantes que não eram caracterizados pela
perversidade e crueza, mas sim ociosos e erráticos, despertaram, envergonhados,
receptivos às novas diretrizes que lhes eram acenadas. Outros, mais afeitos à
maldade e assinalados por ações nefastas, arrependendo-se por medo ou por
discernimento, começaram a experimentar metamorfose na aparência, qual ocorrera
com o ex-siberiano, e, desnudando-se perispiritualmente, apresentavam-se
ulcerados, com deformações constrangedoras, punitivas. Diversos assumiam fácies
lupina, aspectos horrendos, diferenciados. Aqueles que permaneciam
impenetráveis pelo bem, insensíveis ao fenômeno que observaram, recuperando a
lucidez própria ao nível no qual estagiavam, esgueiraram-se a blasfemar,
revoltados. Na sequência, foram eles cuidadosamente separados uns dos outros,
para o conveniente encaminhamento terapêutico, assessorados por enfermeiros e
especialistas dedicados, que deles cuidariam na esfera espiritual. (Obra
citada. Reflexões e Aprendizado, pp. 303 a 305.)
112. Tuqtamich, o ex-siberiano, sofrera uma transformação
perispiritual que impressionou muito o autor desta obra. Como ocorre semelhante
processo?
Dr. Carneiro
esclareceu: “A plasticidade do perispírito responde por essas ocorrências.
Maleável quase ao infinito, ele se comporta sempre conforme a orientação da
mente, portanto do Espírito, que nele plasma todas as manifestações.
Descarregando ondas de energia específicas nas tessituras delicadas da sua
organização sutil, elas expressam esses conteúdos mediante contínuos fenômenos
de representação. Durante o diálogo que mantivemos, ele assumiu a
personificação demoníaca por ideoplastia, valendo-se de impressos modeladores
conscientes. Da mesma forma, ao ser recolhido nas regiões inferiores, após
conveniente adestramento mental, ele logrou recompor a aparência de quando se
encontrava na Terra, qual se aplicasse uma máscara trabalhada de dentro para
fora, que era mantida pela vontade consciente”. Agora, recolhido para
tratamento, Tuqtamich se apresentava tal qual se encontrava realmente. Nele
estavam impressos seus atos e comportamentos, em processo de recomposição, qual
ocorrera para dar-se a degeneração. A aparência siberiana como a diabólica eram
máscaras trabalhadas pela mente agindo no perispírito e imprimindo-as conforme
a ideação. “Para tal tentame – acrescentou o médico – é necessário grande
controle mental, bem orientado, isto é, conduzir o pensamento com vigor.” (Obra
citada. Reflexões e Aprendizado, pp. 305 e 306.)
Observação:
Para acessar a parte 13 deste estudo, publicada na semana passada,
clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/05/blog-post_23.html
Como
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