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quinta-feira, 28 de julho de 2022

 



CINCO-MARIAS

 

Internet e os riscos à infância

 

EUGÊNIA PICKINA

eugeniapickina@gmail.com



A primeira ideia que uma criança precisa ter é a da diferença entre bem e o mal. E a principal função do educador é cuidar para que ela não confunda o bem com a passividade e o mal com a atividade.

Maria Montessori

 

A tecnologia e a internet são, hoje, acessíveis a pessoas de todas as idades e, por isso, os pais precisam estar cientes dos riscos que ameaçam a infância, que afetam a segurança de seus filhos.

No mundo, atualmente, um em cada três usuários de Internet é uma criança (UNICEF), um em cada sete crianças recebeu e aceitou solicitações de amizade de perfis desconhecidos, segundo pareceres divulgados pela UNICEF.

Entre vários riscos e perigos, há uma grave ameaça à integridade das crianças e adolescentes, e que se propaga sem controle na Internet: grooming.

O que é grooming?

Este termo em inglês refere-se a ações que um adulto utiliza on-line para ganhar a confiança e amizade de uma criança ou adolescente, fingindo ser alguém de sua idade, com o objetivo de pedir imagens ou vídeos de conteúdo sexual para satisfazer-se sexualmente. Ou seja, através de um perfil falso na internet, pessoas más podem aproximar-se de uma criança com intenções sexuais ou de rapto. Isso ocorre por meio de redes sociais, chats, e-mails, celular e webcam. De acordo com relatórios da UNICEF, alguns criminosos chegam a ter até duzentas conversas com menores em suas listas de chats, redes sociais ou mensagens instantâneas.

O que os pais podem fazer para evitar que o grooming ocorra com os seus filhos?

1. Conscientizar as crianças sobre os perigos da rede.

2. Revisar o acesso das crianças à Internet e suas publicações. É importante conhecer o que publicam e orientá-las para que evitem informações pessoais e privadas, como o endereço, telefone ou nome do colégio que frequentam. Da mesma forma, evitar a comunicação com pessoas desconhecidas é outra maneira de garantir a segurança.

3. Manter um diálogo aberto entre pais e filhos. Uma conversa livre e descontraída entre pais e filhos contribui para que as crianças sintam a familiaridade necessária para recorrer a um adulto quando precisem. Estabelecer uma relação de confiança é talvez o ponto mais importante para lidar com os problemas.

4. Utilizar soluções de segurança nos computadores. As ferramentas tecnológicas possuem um papel importante na proteção dos equipamentos, informação e também dos usuários. Com o uso de uma solução de segurança é possível proteger o computador de programas informáticos maliciosos e ciberdelitos, além de que este tipo de ferramenta também conta com opções de controle parental, que permitem filtrar sites e conteúdos potencialmente perigosos para as crianças.

5. Não entregar celulares às crianças antes dos 12 anos.

6. Não criar perfil para crianças pequenas em redes sociais e se possível que nenhum menor de idade tenha um perfil.

7. Configurar a privacidade das redes sociais dos pais para que as pessoas não tenham acesso às fotografias dos filhos.

8. Denunciar qualquer abuso ou assédio que a criança sofra pela internet.

Evitar o grooming, resguardando a segurança da criança, depende, principalmente, da participação e orientação dos adultos responsáveis e dos professores, sem esquecer a legislação penal que tipifica como criminosas essas condutas agressivas e intoleráveis contra a infância.

 

Notinha

 

É importante registrar que não se trata de um problema local. Adultos de todo o mundo se mostram preocupados com o grooming e, principalmente, interessados em proteger seus filhos na Internet. De acordo com a revista Forbes, foram detectadas, em 2013, mais de 12.000 contas falsas, que exibiam imagens de exploração sexual infantil.

 

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Esta seção, cuja estreia neste blog ocorreu no dia 6 de janeiro deste ano, traz sempre textos dedicados à infância, seus cuidados, sua educação. O título – Cinco-marias – é uma alusão a um conhecido brinquedo que integra um conjunto de brincadeiras e atividades lúdicas conceituadas como Patrimônio Cultural da Humanidade.

Eugênia Pickina é educadora ambiental e terapeuta floral e membro da Asociación Terapia Floral Integrativa (ATFI), situada em Madri, Espanha. Escritora, tem livros infantis publicados pelo Instituto Plantarum, colaborando com o despertar da consciência ambiental junto ao Jardim Botânico Plantarum (Nova Odessa-SP).

Especialista em Filosofia (UEL-PR) e mestre em Direito Político e Econômico (Mackenzie-SP), está concluindo em São Paulo a formação em Psicanálise.

Ministra cursos e palestras sobre educação ambiental em empresas e escolas no estado de São Paulo e no Paraná, onde vive.

Seu contato no Instagram é @eugeniapickina

 

 

 

 

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