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sábado, 27 de agosto de 2022

 



O acolhimento e o novo mandamento do Cristo    

 

JORGE LEITE DE OLIVEIRA

jojorgeleite@gmail.com

De Brasília, DF

 

Quando fiz alguns cursos de pós-graduação na UnB, sempre trabalhei com pesquisas sobre Machado de Assis. Por isso, no início das criações de minhas crônicas, a ideia foi dar-lhe o título de “Em dia com o Machado”, imitando o título de nossa irmã espírita Marta Antunes, vice-presidente da FEB, que intitula seus artigos como “Em dia com o Espiritismo”.

A ideia inicial, como a mantenho atualmente em algumas crônicas, era dialogar com o suposto espírito Machado de Assis, sempre lembrando que minhas crônicas têm por objetivo repassar conceitos elevados sob as verdades observadas na vida real, mas com base em elaborações fictícias e não em fenômenos mediúnicos dos quais não sou médium, embora creia plenamente na mediunidade.

Por isso mesmo, sempre faço questão de citar a autoria de textos narrados, como este, sobre comédia machadiana, citada na obra História Concisa da Literatura Brasileira. Tópico Teatro, de autoria do grande pesquisador Alfredo Bosi, falecido há pouco tempo:

 

Os bastidores da vida política são o objeto da comédia Quase Ministro, elenco divertido de tipos parasitários que se apressam a cumprimentar o futuro ministro propondo-lhe planos, inventos e poemas, e com a mesma presteza viram-lhe as costas ao sabê-lo fora do cargo (BOSI, op. cit., 1992, p. 272).

 

Com o passar do tempo, passei a explorar predominantemente o lado espiritualista, em especial o espírita cristão, em meus devaneios literários. Como base de meus objetivos, compartilho os mesmos fundamentos contidos na carta de Paulo aos Filipenses, 4:8: “[...] tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama [...]”.

Faço essas considerações tendo em vista o que nos propõe padre Émerson, em seus vídeos diários intitulados Palavra do Dia, com considerações sobre o vocábulo “acolher”. Diz ele que sabemos bem o que não seja acolhida quando somos ignorados. Como lemos na mimese realista machadiana, citada por Bosi, muitas vezes, em nosso relacionamento social, quando a fama bate em nossa porta, todos nos bajulam; mas tão logo ela nos deixe, os falsos amigos nos abandonam.

Como a dor que sentimos, nesses momentos, é profunda, sugere-nos padre Émerson ser preciso trabalhar em nós o sentimento de acolhida ao nosso irmão, para que ele não sinta a dor que sentimos. Isso, além de solidariedade, é compaixão. Compadeçamo-nos, pois, do nosso próximo. Que não o acolhamos conforme nossos interesses, mas com o verdadeiro sentimento de amor, seja ele rico ou pobre, famoso ou não, belo ou feio, culto ou analfabeto, bondoso ou mesquinho, enfermo ou sadio. E ainda, quer compartilhe ou não de nossa crença, quer seja religioso ou ateu.

É nisso que estão resumidas as palavras de Jesus a todos nós: “Um novo mandamento vos dou: que vos ameis tanto quanto eu vos amo” (João, 13:34).


Acesse o blog: www.jojorgeleite.blogspot.com

 

 

 

 

 

 

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