Revista Espírita de 1862
Allan Kardec
Parte 5
Damos sequência ao estudo metódico e sequencial da Revista Espírita do ano de 1862, periódico editado e dirigido por Allan Kardec. O estudo será baseado na tradução feita por Júlio Abreu Filho publicada pela EDICEL.
A coleção do ano de
1862 pertence a uma série iniciada em janeiro de 1858 por Allan Kardec, que a
dirigiu até 31 de março de 1869, quando desencarnou.
Cada parte do estudo,
que é apresentado às quartas-feiras, compõe-se de:
a) questões
preliminares;
b) texto para
leitura.
As respostas às
questões propostas encontram-se no final do texto abaixo.
Questões preliminares
A. A quem Deus vai
confiar os postos mais difíceis na grande obra de regeneração pelo Espiritismo?
B. Como os Espíritos
superiores veem nosso apego às coisas terrenas?
C. Deus quer que
vivamos em privações?
Texto para leitura
47. Enviada de Haia
pelo Barão de Kock, a Revista publica mensagem ali recebida, em que o autor
espiritual assevera que a reencarnação é uma verdade incontestável e a vida
humana, uma escola da perfeição espiritual. (PP. 82 a 85)
48. O mundo progrediu
bastante, no aspecto material e nas ciências -- diz a mensagem --, mas está, do
ponto de vista moral, ainda muito atrasado. Desconhecendo a lei de Deus, os
homens não escutam mais a voz do Cristo. Eis por que Deus lhes dá, como último
recurso, a comunicação direta com os Espíritos e o ensino da reencarnação. (P.
86)
49. O Espírito de
Nicolas Poussin (1594-1665) diz por meio do médium A. Didier que a pintura é
uma arte que tem por objetivo retraçar as cenas terrestres mais belas e mais
elevadas. Poussin afirma que, quando na Terra, raramente viu uma obra-prima que
não combinasse o mais elevado idealismo com o mais perfeito realismo. (PP. 86 e
87)
50. Falando sobre os
obreiros do Senhor, afirma o Espírito de Verdade que felizes são os que tiverem
trabalhado no campo do Senhor com desinteresse e sem outro móvel senão a
caridade, porque seus dias de trabalho serão pagos ao cêntuplo do que esperam.
E afirma que Deus vai confiar aos que não recuaram diante da sua tarefa os
postos mais difíceis na grande obra de regeneração pelo Espiritismo. (PP. 88 e
89)
51. Lacordaire diz
que sua alma experimenta um amargo sofrer, quando vê nas pessoas tanto apego às
coisas terrenas. Dirigindo-se aos espíritas de Paris, ele aconselha: “Ide à
frente dos vossos irmãos sofredores, dai ao pobre o óbolo do dia, enxugai as
lágrimas da viúva e do órfão com palavras doces e consoladoras. Levantai o
ânimo abatido do velho curvado ao peso dos anos...” “Por toda a parte, à vossa
passagem, prodigalizai o amor e a consolação.” (PP. 89 e 90)
52. Santo Agostinho
recomenda: “Semeai, semeai, e um dia colhereis com abundância”. E diz que a
vinha esplêndida que deve erguer-se para Deus é o Espiritismo, que devemos
manter e propagar, cortando os seus brotos e plantando-os em outro campo para
que produzam novas vinhas e outros brotos em todos os países do mundo. (P. 91)
53. Deus não pede,
diz Santo Agostinho, que vivamos em privações e austeridades, nem que nos
cubramos com o cilício: quer tão-somente que vivamos conforme a caridade e o
coração. (P. 91)
54. Devemos arriscar
nossa vida para salvar um malfeitor?
Lamennais diz que sim e afirma que, fazendo-o, talvez o livremos também,
por seu arrependimento, do mundo de crimes em que vivia. (PP. 92 e 93)
55. Elisabeth de
França, irmã de Luís XVI, decapitada em 10/5/1794, deu no Havre comunicação
versando sobre o mesmo tema, na qual afirma que a verdadeira caridade não
consiste apenas na esmola, mas também na benevolência concedida sempre e em
todas as coisas ao nosso próximo, inclusive os criminosos. (P. 93)
56. Kardec disserta
sobre as bases fundamentais da frenologia, afirmando que os frenologistas
dividem-se em materialistas e espiritualistas. Os primeiros, nada admitindo
fora da matéria, dizem que o pensamento é um produto da substância cerebral. Os
espiritualistas dizem que os órgãos não são a causa das faculdades, mas apenas
instrumentos de manifestação das faculdades e que o pensamento é um atributo da
alma e não do cérebro. (PP. 95 a 98)
57. O Codificador
analisa então, à luz da preexistência da alma e da reencarnação, diversas
questões que não conseguem ter explicação apenas com a tese esposada pelas duas
correntes de frenologistas, como por exemplo a existência no mundo de sábios e
de selvagens e a diversidade de temperamento e inteligência em crianças de um
mesmo lar. (PP. 98 a 99)
Respostas às questões propostas
A. A quem Deus vai
confiar os postos mais difíceis na grande obra de regeneração pelo Espiritismo?
Conforme mensagem
assinada pelo Espírito de Verdade, felizes são os que tiverem trabalhado no
campo do Senhor com desinteresse e sem outro móvel senão a caridade, porque
seus dias de trabalho serão pagos ao cêntuplo do que esperam. Aos que não
recuarem diante de sua tarefa é que Deus confiará os postos mais difíceis na
grande obra de regeneração pelo Espiritismo. (Revista Espírita de 1862,
pp. 88 e 89.)
B. Como os Espíritos
superiores veem nosso apego às coisas terrenas?
Lacordaire diz que
sua alma experimenta um amargo sofrer quando vê nas pessoas tanto apego às
coisas terrenas. E aconselha: “Ide à frente dos vossos irmãos sofredores, dai
ao pobre o óbolo do dia, enxugai as lágrimas da viúva e do órfão com palavras
doces e consoladoras. Levantai o ânimo abatido do velho curvado ao peso dos
anos...” “Por toda a parte, à vossa passagem, prodigalizai o amor e a
consolação.” (Obra citada, pp. 89 e 90.)
C. Deus quer que vivamos em privações?
Não. Deus não pede que vivamos em privações e
austeridades, nem que nos cubramos com o cilício: quer tão somente que vivamos
conforme a caridade e o coração. “Semeai, semeai, e um dia colhereis com
abundância”, diz Santo Agostinho. (Obra citada, pág. 91.)
Observação:
Para
acessar a parte 4 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2022/12/blog-post_28.html
Como consultar as matérias deste blog? Se você não conhece
ainda a estrutura deste blog, clique neste link: http://goo.gl/OJCK2W, e
verá como utilizá-lo e os vários recursos que ele nos propicia. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário