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domingo, 7 de maio de 2023

 



Adão e o povoamento da Terra

 

ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO

aoofilho@gmail.com


A Bíblia e a própria História da Humanidade mostram que não descendemos de Adão e Eva, que teriam vivido no período neolítico, quando surgiram o pastoreio e o cultivo da terra

 

O Espiritismo nos ensina que a espécie humana não começou por um único homem e que aquele a quem chamamos Adão não foi o primeiro nem o único a povoar a Terra. Em que época viveu Adão? “Mais ou menos na que lhe assinais: cerca de 4.000 anos antes do Cristo”, disseram os Espíritos superiores (O Livro dos Espíritos, item 51).

De fato, a narrativa contida no cap. 4 de Gênesis nos leva ao mesmo entendimento, porque somente no período neolítico – entre os anos 5.000 a.C. e 2.500 a.C. – é que surgiu na Terra o pastoreio, seguido do cultivo da terra, e o homem passou de caçador a pastor. Ora, Caim cultivava o solo e seu irmão Abel era pastor, o que prova que a data indicada pelos Espíritos a respeito da época em que viveu Adão é compatível com os registros históricos. Como o povoamento da Terra se iniciou em épocas bem mais recuadas, é evidente que não descendemos dos pais de Abel e Caim, mas de outros ancestrais que teriam vivido muito antes.

 

Os exilados de Capela

Adão e Eva, diz Emmanuel no livro A Caminho da Luz, págs. 30 a 65, constituem apenas uma lembrança dos Espíritos que foram degredados na paisagem da Terra, da mesma maneira que Caim e Abel são dois símbolos para a personalidade das criaturas. 

Os primeiros antepassados do homem remontam ao período terciário, onde vamos encontrar, sob a orientação das esferas espirituais, alguns grupos de antropoides, no Plioceno inferior. Esses antropoides e os ascendentes dos símios tiveram sua evolução em pontos convergentes, daí os parentescos sorológicos entre o organismo do homem moderno e o do chimpanzé.

Os antropoides espalharam-se, aos grupos, pela superfície do globo, ao longo dos séculos, sofrendo as influências do meio e formando os pródromos das coletividades futuras. Extraordinárias experiências foram realizadas então pelos mensageiros do invisível, até fixarem no "primata" os característicos aproximados do homem futuro.

Os séculos correram, até que um dia os Espíritos operaram uma definitiva transição no corpo perispiritual preexistente dos homens primitivos, surgindo assim os primeiros selvagens de compleição melhorada.

Há muitos milênios, um dos orbes de Capela – uma grande estrela situada na Constelação de Cocheiro – havia atingido a culminância de um dos seus ciclos evolutivos. Mas alguns milhões de Espíritos rebeldes ali viviam, dificultando o progresso, e foram por isso localizados na Terra, reencarnando aqui como descendentes dos "primatas".  

 

As chamadas raças adâmicas

Com a reencarnação daqueles Espíritos nasceram na Terra os ascendentes dos povos de pele branca. Estabelecidos em sua maioria na Ásia, eles se encaminharam depois, atravessando a África, para a longínqua Atlântida. Chamadas de raças adâmicas, por alusão a Adão, esses povos guardavam vaga lembrança de seu passado, e as tradições do Paraíso perdido passaram de gerações a gerações, até ficarem arquivadas nas páginas da Bíblia.

Com o transcurso dos anos, eles se reuniram em quatro grandes grupos, que se fixaram depois nos povos mais antigos, obedecendo às afinidades que os associavam no planeta em que viveram, no sistema planetário comandado por Capela. Unidos novamente, formaram desse modo o grupo dos árias, a civilização do Egito, o povo de Israel e as castas da Índia.

Dos árias descende a maioria dos povos brancos da família indo-europeia, incluindo aí os latinos, os celtas, os gregos, os germanos e os eslavos. Além de formarem os pródromos de toda a organização das civilizações futuras, eles introduziram os mais largos benefícios no seio dos povos de peles amarela e negra, que já existiam no planeta. Na ocasião da chegada dos exilados de Capela – acrescenta Emmanuel – o primata hominis se encontrava arregimentado em tribos numerosas.

Dos Espíritos degredados, os que constituíram a civilização egípcia foram os que mais se destacavam na prática do Bem e no culto da Verdade e eram eles os que menos débitos possuíam perante o tribunal da Justiça Divina. Nos círculos esotéricos do velho Egito sabia-se da existência do Deus Único e Absoluto, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres, e se conhecia igualmente a função dos Espíritos prepostos de Jesus, na execução das leis físicas e sociais da existência terrestre. A comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e dos mundos eram para eles questões também conhecidas. 

 

Os arianos e o cultivo da terra

Os papiros provam que os iniciados do velho Egito sabiam da existência do corpo espiritual e que seu conhecimento a respeito das energias solares, com relação ao magnetismo humano, era muito superior ao nosso. Eis a razão por que o ambiente dos túmulos egípcios era saturado por um estranho magnetismo.

Dos Espíritos exilados de Capela, os que se agruparam às margens do Ganges foram, contudo, os primeiros a formar os pródromos de uma sociedade organizada. As organizações hindus são anteriores à própria civilização egípcia e aos agrupamentos israelitas. Era na Índia de então que se reuniram os arianos puros, que cultivavam também as lendas de um mundo perdido, que alguns pensavam ser o antigo continente da Lemúria. Desse povo descendem todos os povos arianos que floresceram, mais tarde, na Europa. É por isso que todas as línguas dos povos de pele branca guardam as mais estreitas afinidades com o sânscrito, língua que constituía uma reminiscência de sua existência passada, em outros planos.

Se as civilizações hindu e egípcia definiram-se no mundo em breves séculos, o mesmo não aconteceu com os arianos que se transferiram para a Europa, onde se iniciaram seus movimentos evolutivos. Tais Espíritos eram, na sua maioria, indivíduos revoltados com seu degredo. Muito dedicados ao trabalho, foi com eles que a agricultura e as indústrias pastoris encontraram os primeiros impulsos. Com as organizações econômicas, oriundas do trato direto com o solo, deixaram, no entanto, perceber a lembrança de suas lutas no antigo mundo que haviam deixado.

 

Segundo os cientistas existiram 18 Evas

Em maio de 2000, cientistas vinculados às Universidades Emory, de Atlanta (Geórgia), e Stanford (Califórnia), ambas situadas na América do Norte, divulgaram os resultados de uma pesquisa singular realizada com base nas mutações do DNA. 

A conclusão dos pesquisadores é que descendemos, de fato, de 18 linhagens genéticas femininas e 10 linhagens masculinas, que provavelmente provieram de um casal que teria vivido há cerca de 200.000 anos, mas esse casal não era então o único a habitar a Terra.

Adão e Eva, que segundo o Gênesis teriam vivido na Terra há 6.000 anos, não são, portanto, os pais da Humanidade terrena, como aliás a própria Bíblia      a   entender ao   revelar   que   Caim, filho primogênito de Adão, ao deixar a casa paterna casou-se com uma mulher e, em homenagem ao seu primeiro filho, construiu uma cidade. Ora, ninguém constrói uma cidade se não houver pessoas para habitá-la.

Os resultados encontrados por Douglas Wallace e seus companheiros de Atlanta, fundamentados nas leis da Biologia, coincidem com as principais descobertas arqueológicas. Com base nas mutações sofridas pelo DNA dos europeus, eles calcularam que os primeiros Homo sapiens, provenientes da África, chegaram à Europa entre 40.000 e 50.000 anos atrás, datação que é respaldada pela análise química de vários fósseis encontrados no continente.

Um dado interessante, que confirma o relato de Emmanuel sobre os povos existentes na Terra quando da chegada dos Espíritos exilados de Capela, é que a África e a Ásia, segundo a pesquisa aqui citada, foram efetivamente o berço da vida humana em nosso mundo e que os europeus se formaram com as ramificações dos povos que habitaram primeiro a África e a Ásia.



 

 



 

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