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segunda-feira, 26 de junho de 2023

 



Entre os Dois Mundos

 

Manoel Philomeno de Miranda

 

Parte 6

 

Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco em 2004.

Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.

Eis as questões de hoje:

 

46. Quem eram os visitantes que foram introduzidos no recinto e, de imediato, se aproximaram do obsessor de Laércio?

Eram a antiga esposa e os dois filhos de Jean-Jacques, que vieram até ali com o objetivo de resgatá-lo para o bem e o perdão. Quando os viu, totalmente transfigurado pela surpresa e pela alegria, ele atirou-se nos braços da entidade aureolada de peregrina luz. “Chegou o momento, meu amado, de encerrarmos este capítulo infeliz da nossa história” – disse-lhe a mulher, com um timbre de voz dulçuroso. “Aqui estamos, as vítimas da terrível carnificina do passado, a fim de can­tarmos nosso hino de gratidão ao Senhor Jesus, que nos convidou a servi-lo mediante a doação da própria vida.” (Entre os dois mundos. Capítulo 12: Terapia desobsessiva.)

47. Qual foi a reação de Jean-Jacques, em face do que a esposa amada lhe disse?

O infortunado Espírito desabafou: “Perdoa-me, tu, querida! eu não sabia que havíeis conseguido os céus, tu e meus filhinhos, as vítimas mais sofredoras do crime, enquanto eu me precipitara no inferno onde reina somente o ódio. Não imaginava que um dia, na condição de anjo do amor, virias com eles, os rebentos idolatrados daqueles dias de sombra, buscar-me no abismo em que tombei, devorado pela aluci­nação da vingança. Perdoa-me, e balsamiza-me o coração queimado pelas chamas terríveis do rancor que, momen­to a momento, mais me comburem.” (Obra citada. Capítulo 12: Terapia desobsessiva.)

48. Presente no recinto, Laércio (François-Pierre) assistiu ao reencontro do seu obsessor com a esposa e os filhos?

No início, porque estava adormecido, nada viu. Mas, assim que Ângelo o despertou, tocado pela beleza do reencontro, rememorou a infe­licidade, e, tomado de sincero arrependimento, ajoelhou-se e suplicou à veneranda visitante: “Eu estava louco e louco prossigo. Tem também compaixão de mim, ajudando-me a sair deste vórtice que me conduz ao aniquilamento total. Sinto que é tarde de­masiado para mim, após haver perdido a reencarnação. Piedade, portanto, eu suplico”. A vítima redimida deixou o esposo por um instante e ergueu o algoz antigo, falando-lhe com incomum sentimen­to de compaixão: “Sempre há tempo para recomeçar, e este é o início de um novo processo. Levanta-te, para somente ajoelhar­-te diante do Supremo Juiz que é todo amor. Avançaremos juntos, e em razão da divina concessão, tu e Jean-Jacques recomeçareis juntos mais tarde a trajetória de iluminação e de liberdade”. (Obra citada. Capítulo 12: Terapia desobsessiva.)

49. Os familiares de Jean-Jacques continuaram desencarnados, no estado de erraticidade, desde os acontecimentos ocorridos na França, quando os huguenotes foram cruelmente perseguidos pelos católicos?

Não. A esposa, os filhos e o próprio Jean-Jacques reencarnaram depois daqueles acontecimentos. A reencarnação de Jean-Jacques foi, contudo, tormentosa, enquanto as dos familiares caracterizaram-se por experiências enobrecedoras que mais os fizeram crescer. Essa é a causa da diferença entre as condições espirituais dele e as da mulher e seus filhos. (Obra citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o missionário.)

50. O tempo exerce papel importante na regeneração do culpado?

Sim. Mas, segundo José Petitinga, não devemos esquecer que o tempo real para o espírito não é aquele medido por meio de fusos horários. É o que diz respeito ao pensamento e às vivências espirituais. Eis por que a mensuração, nas emoções do amor e do ódio, é feita por intermédio das suas variantes ou permanentes expressões adotadas(Obra citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o missionário.)

51. Como era a psicosfera reinante no hospital psiquiátrico dirigido pelo dr. Emir Tibúrcio Reis?

Vibrações de variado teor de energias envolviam o hospital. Enquanto ressumava ondas sucessivas de coloração escura exalando odores desagradáveis, era ele bene­ficiado por lampejos semelhantes aos raios que dissolviam parte da densidade, abrindo campo para que jorros de clari­dade multicor penetrassem nas instalações materiais. No local, a movimentação de encarnados e de desencarnados era muito grande. Além dos numerosos adversários desencarnados que se mis­turavam com os pacientes, outros espíritos vadios e promíscuos ali se utilizavam das circunstâncias para locupletar-se nas viciações mentais condensadas em formas agressivas e pastosas, frutos da ideoplastia enfermiça dos in­ternados. Em compensação, também se encontravam ali infatigáveis trabalhadores desencarnados, em atividade beneficente. Eram enfermeiros cuidadosos, familiares abnegados, médicos devotados, men­sageiros da saúde e do amor, sustentando as estruturas mo­rais, psíquicas e espirituais do sanatório. (Obra citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o missionário.)

52. A quem devemos os primeiros estudos sobre a esquizofrenia?

A Eugen Breuler, o inesquecível psiquiatra suíço. O conceito sobre esquizofrenia foi então, a partir disso, introduzido na Psiquiatria como uma fragmentação das funções mentais. Emil Kraepellin, psiquiatra alemão, denominou-a como uma demência precoce. Atualmente, porém, ambos os conceitos são considerados incorretos por muitas autoridades psiquiátricas, por consi­derarem tratar-se de um distúrbio muito complexo e não necessariamente uma fragmentação das funções men­tais. Na impossibilidade de definir-se as causas particulares, esses fatores foram sintetizados em biológicos, psicológicos e sociais, que incluem as mudanças químicas no cérebro, a hereditariedade e os fatores genéticos. (Obra citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o missionário.)

53. Como é hoje conceituada a esquizofrenia?

Ainda não se pôde padronizar o conceito de esquizofrenia, que é considerada, mais modernamente, como uma síndrome, como um grupo de psicoses endógenas, resultado do mecanismo da hereditariedade, surgindo muito cedo, de acordo com o ambiente familiar, os impositivos da vida que geram desestruturação da personalidade e desestabilidade da informação e da comunicação, cujas raízes psicológicas encontram-se na pessoa e surgem quase sempre como efeito de conflitos na convivência e na conduta. (Obra citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o missionário.)

54. Considerando que, além dos fatores apontados pelos psiquiatras, há na esquizofrenia um componente espiritual, como o dr. Emir Tibúrcio Reis a define?

Ele a define assim: Primeiro, como um transtorno espiritual, que se manifesta no corpo físico, por uma série de desequilíbrios decorrentes da necessidade de o espírito resgatar os delitos praticados em existências anteriores. Trata-se, nesse caso, de um distúrbio orgânico, já que foram impressas no aparelho fisiológico todas as necessidades para a liberação. Segundo: um processo de natureza obsessiva, em que o agente perturbador, hospedando-se no perispírito do seu inimigo, aquele que antes o infelicitou, atormenta-o, apresenta-se-lhe vingador, desorganiza-o interiormente, desestabiliza as co­nexões neuroniais, produz-lhe outras disfunções orgânicas, delírios, alucinações. Terceiro: um processo misto, no qual o enfermo fisiológico é também vítima de cruel perse­guição, tornando-se obsidiado simultaneamente. (Obra citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o missionário.)

 

 

Observação:

Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/06/entre-os-dois-mundos-manoel-philomeno_0170611948.html

 

 

 

 

 

 

 

 

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