Entre os Dois
Mundos
Manoel Philomeno de Miranda
Parte 6
Damos prosseguimento ao estudo metódico e sequencial do livro Entre os Dois Mundos, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco em 2004.
Este estudo é publicado neste blog sempre às segundas-feiras.
Eis as questões de hoje:
46. Quem
eram os visitantes que foram introduzidos no recinto e, de imediato, se
aproximaram do obsessor de Laércio?
Eram a antiga esposa
e os dois filhos de Jean-Jacques, que vieram até ali com o objetivo de
resgatá-lo para o bem e o perdão. Quando os viu, totalmente transfigurado pela
surpresa e pela alegria, ele atirou-se nos braços da entidade aureolada de
peregrina luz. “Chegou o momento, meu amado, de encerrarmos este capítulo
infeliz da nossa história” – disse-lhe a mulher, com um timbre de voz dulçuroso.
“Aqui estamos, as vítimas da terrível carnificina do passado, a fim de cantarmos
nosso hino de gratidão ao Senhor Jesus, que nos convidou a servi-lo mediante a
doação da própria vida.” (Entre os dois mundos. Capítulo 12: Terapia
desobsessiva.)
47. Qual
foi a reação de Jean-Jacques, em face do que a esposa amada lhe disse?
O infortunado
Espírito desabafou: “Perdoa-me, tu, querida! eu não sabia que havíeis
conseguido os céus, tu e meus filhinhos, as vítimas mais sofredoras do crime,
enquanto eu me precipitara no inferno onde reina somente o ódio. Não imaginava
que um dia, na condição de anjo do amor, virias com eles, os rebentos
idolatrados daqueles dias de sombra, buscar-me no abismo em que tombei,
devorado pela alucinação da vingança. Perdoa-me, e balsamiza-me o coração
queimado pelas chamas terríveis do rancor que, momento a momento, mais me
comburem.” (Obra citada. Capítulo 12: Terapia desobsessiva.)
48.
Presente no recinto, Laércio (François-Pierre) assistiu ao reencontro do seu
obsessor com a esposa e os filhos?
No início, porque
estava adormecido, nada viu. Mas, assim que Ângelo o despertou, tocado pela
beleza do reencontro, rememorou a infelicidade, e, tomado de sincero
arrependimento, ajoelhou-se e suplicou à veneranda visitante: “Eu estava louco
e louco prossigo. Tem também compaixão de mim, ajudando-me a sair deste vórtice
que me conduz ao aniquilamento total. Sinto que é tarde demasiado para mim,
após haver perdido a reencarnação. Piedade, portanto, eu suplico”. A vítima
redimida deixou o esposo por um instante e ergueu o algoz antigo, falando-lhe
com incomum sentimento de compaixão: “Sempre há tempo para recomeçar, e este é
o início de um novo processo. Levanta-te, para somente ajoelhar-te diante do
Supremo Juiz que é todo amor. Avançaremos juntos, e em razão da divina
concessão, tu e Jean-Jacques recomeçareis juntos mais tarde a trajetória de
iluminação e de liberdade”. (Obra citada. Capítulo 12: Terapia
desobsessiva.)
49. Os
familiares de Jean-Jacques continuaram desencarnados, no estado de
erraticidade, desde os acontecimentos ocorridos na França, quando os huguenotes
foram cruelmente perseguidos pelos católicos?
Não. A esposa, os
filhos e o próprio Jean-Jacques reencarnaram depois daqueles acontecimentos. A
reencarnação de Jean-Jacques foi, contudo, tormentosa, enquanto as dos
familiares caracterizaram-se por experiências enobrecedoras que mais os fizeram
crescer. Essa é a causa da diferença entre as condições espirituais dele e as
da mulher e seus filhos. (Obra citada. Capítulo 13: Doutor Emir
Tibúrcio Reis, o missionário.)
50. O tempo exerce papel importante na regeneração do culpado?
Sim. Mas, segundo José Petitinga, não devemos esquecer
que o tempo real para o espírito não é aquele medido por meio de fusos
horários. É o que diz respeito ao pensamento e às vivências espirituais. Eis
por que a mensuração, nas emoções do amor e do ódio, é feita por intermédio das
suas variantes ou permanentes expressões adotadas. (Obra
citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o missionário.)
51. Como
era a psicosfera reinante no hospital psiquiátrico dirigido pelo dr. Emir
Tibúrcio Reis?
Vibrações de variado
teor de energias envolviam o hospital. Enquanto ressumava ondas sucessivas de
coloração escura exalando odores desagradáveis, era ele beneficiado por
lampejos semelhantes aos raios que dissolviam parte da densidade, abrindo campo
para que jorros de claridade multicor penetrassem nas instalações materiais.
No local, a movimentação de encarnados e de desencarnados era muito grande.
Além dos numerosos adversários desencarnados que se misturavam com os
pacientes, outros espíritos vadios e promíscuos ali se utilizavam das
circunstâncias para locupletar-se nas viciações mentais condensadas em formas
agressivas e pastosas, frutos da ideoplastia enfermiça dos internados. Em
compensação, também se encontravam ali infatigáveis trabalhadores
desencarnados, em atividade beneficente. Eram enfermeiros cuidadosos,
familiares abnegados, médicos devotados, mensageiros da saúde e do amor,
sustentando as estruturas morais, psíquicas e espirituais do sanatório. (Obra
citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o missionário.)
52. A
quem devemos os primeiros estudos sobre a esquizofrenia?
A Eugen Breuler, o
inesquecível psiquiatra suíço. O conceito sobre esquizofrenia foi então, a
partir disso, introduzido na Psiquiatria como uma fragmentação das funções
mentais. Emil Kraepellin, psiquiatra alemão, denominou-a como uma demência
precoce. Atualmente, porém, ambos os conceitos são considerados incorretos por
muitas autoridades psiquiátricas, por considerarem tratar-se de um distúrbio
muito complexo e não necessariamente uma fragmentação das funções mentais. Na
impossibilidade de definir-se as causas particulares, esses fatores foram
sintetizados em biológicos, psicológicos e sociais, que incluem as mudanças
químicas no cérebro, a hereditariedade e os fatores genéticos. (Obra
citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o missionário.)
53. Como
é hoje conceituada a esquizofrenia?
Ainda não se pôde
padronizar o conceito de esquizofrenia, que é considerada, mais modernamente,
como uma síndrome, como um grupo de psicoses endógenas, resultado do mecanismo
da hereditariedade, surgindo muito cedo, de acordo com o ambiente familiar, os
impositivos da vida que geram desestruturação da personalidade e desestabilidade
da informação e da comunicação, cujas raízes psicológicas encontram-se na
pessoa e surgem quase sempre como efeito de conflitos na convivência e na
conduta. (Obra citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis, o
missionário.)
54.
Considerando que, além dos fatores apontados pelos psiquiatras, há na
esquizofrenia um componente espiritual, como o dr. Emir Tibúrcio Reis a define?
Ele a define assim: Primeiro,
como um transtorno espiritual, que se manifesta no corpo físico, por uma série
de desequilíbrios decorrentes da necessidade de o espírito resgatar os delitos
praticados em existências anteriores. Trata-se, nesse caso, de um distúrbio
orgânico, já que foram impressas no aparelho fisiológico todas as necessidades
para a liberação. Segundo: um processo de natureza obsessiva, em que o agente
perturbador, hospedando-se no perispírito do seu inimigo, aquele que antes o
infelicitou, atormenta-o, apresenta-se-lhe vingador, desorganiza-o
interiormente, desestabiliza as conexões neuroniais, produz-lhe outras
disfunções orgânicas, delírios, alucinações. Terceiro: um processo misto, no
qual o enfermo fisiológico é também vítima de cruel perseguição, tornando-se obsidiado
simultaneamente. (Obra citada. Capítulo 13: Doutor Emir Tibúrcio Reis,
o missionário.)
Observação:
Para acessar a Parte 5 deste estudo, publicada na semana
passada, clique aqui: https://espiritismo-seculoxxi.blogspot.com/2023/06/entre-os-dois-mundos-manoel-philomeno_0170611948.html
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