ASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO
aoofilho@gmail.com
Num
dos bairros de Londrina, um garoto de 7 anos, após ficar internado por cerca
de 30 dias, vítima de atropelamento em frente da própria residência, recebeu
a notícia de que está tetraplégico e, além de ter os movimentos comprometidos,
não mais pode falar. Seu pai está preso há algum tempo; sua mãe, dependente
química, faleceu dois anos atrás em
virtude de uma overdose, e a avó materna, com quem ele mora, em depressão
profunda desde que a mãe do garoto morreu, não está conseguindo prestar
corretamente os cuidados de que o neto necessita.
Depois
de relatar este caso, uma amiga nos pergunta: Como entender essa prova? Ou
seria uma expiação? De que modo auxiliar a criança e sua avó? Incluí-las em
nossas orações é suficiente ou é preciso algo mais?
A
diferença entre prova e expiação é fácil de estabelecer quando as definimos.
Expiação
diz respeito a algo que fizemos; trata-se de uma medida educativa e é
indispensável no processo de regeneração das pessoas que cometem desatinos.
Provas
são testes e nada têm que ver com o nosso passado; trata-se de um processo de
aferição do aprendizado, tal como se dá nos cursos que fazemos nas escolas do
mundo.
Ocorre
que, diante de um caso concreto, não sabemos se estamos diante de uma prova ou
de uma expiação; contudo, convenhamos, isso não vem ao caso, porque a caridade
pede que prestemos sempre a ajuda aos que necessitam de ajuda, na medida de
nossas forças e de nossas possibilidades.
Como
o garoto mencionado não tem mãe nem pai, visto que este está privado da
liberdade que o impede de prestar ao filho os cuidados que os pais devem
prestar, trata-se, na prática, de uma criança órfã, que nem mesmo pode contar
com o amparo da avó, dadas as limitações dessa mulher, como relatado por nossa
amiga.
Se
se trata de um menino órfão, lembremos o que o Espiritismo nos ensina a
respeito do assunto, que o leitor pode conferir no cap. XIII, item 18, d´O Evangelho segundo o Espiritismo.
Eis
o que ali lemos:
“Meus irmãos, amai os órfãos. Se
soubésseis quanto é triste ser só e abandonado, sobretudo na infância!
Deus permite que haja órfãos, para
exortar-nos a servir-lhes de pais.
Que divina caridade amparar uma pobre
criaturinha abandonada, evitar que sofra fome e frio, dirigir-lhe a alma, a fim
de que não desgarre para o vício!
Agrada a Deus quem estende a mão a uma
criança abandonada, porque compreende e pratica a sua lei. Ponderai também que muitas
vezes a criança que socorreis vos foi cara noutra encarnação, caso em que, se pudésseis
lembrar-vos, já não estaríeis praticando a caridade, mas cumprindo um dever.
Assim, pois, meus amigos, todo
sofredor é vosso irmão e tem direito à vossa caridade; não, porém, a essa
caridade que magoa o coração, não a essa esmola que queima a mão em que cai,
pois frequentemente bem amargos são os vossos óbolos! Quantas vezes seriam eles
recusados, se na choupana a enfermidade e a miséria não os estivessem
esperando!
Dai delicadamente, juntai ao benefício
que fizerdes o mais precioso de todos os benefícios: o de uma boa palavra, de
uma carícia, de um sorriso amistoso. Evitai esse ar de proteção, que equivale a
revolver a lâmina no coração que sangra e considerai que, fazendo o bem,
trabalhais por vós mesmos e pelos vossos. - Um Espírito familiar. (Paris,
1860.)”
À
vista de ensinamentos tão claros, creio que ninguém terá dúvida de que não
basta incluir avó e neto em nossas preces. Que estas são importantes, não há como
negar. Mas é preciso fazer algo mais, é preciso agir como o bom samaritano da
parábola narrada por Jesus, sem nos importarmos em saber qual é a religião,
qual é a cor, qual é a nacionalidade das pessoas a quem nos referimos.
Como
consultar as matérias deste blog? Se você não o conhece, clique em Espiritismo Século XXI e verá como utilizá-lo e seus vários recursos. |
Essa história que relatas , nos leva a uma analise séria e profunda. Não sei quando chegou a teu conhecimento, se puder auxiliar me passe o contato ou endereço.
ResponderExcluirAgradeço. Abs